“Quando se completou o tempo previsto,Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher,nascido sujeito à Lei” (Gl 4,4)
Na passagem da Carta de Paulo aos Gálatas (Gl 4, 4-7), mais uma vez, contemplamos o amor de Deus, que vem ao nosso encontro “nascido de uma mulher”, Maria, e por meio deste Filho nos tornamos livres e amados e podemos nos dirigir a Deus chamando-O de “Abbá” (papai), consequentemente, filhos de Deus.
E foi na “plenitude do tempo” – “Quando se completou o tempo previsto” (Gl 4,4), que se deu o cumprimento do tempo messiânico ou escatológico, encerrando de modo perfeito uma longa expectativa, e fundamental participação teve Maria:
“O aparecimento de Cristo na história humana não foi uma mera irrupção vertical que tocou a periferia do acontecer mundano de uma maneira simplesmente tangencial. O Filho de Deus emergiu no meio da história, como qualquer homem, suportando todas as consequências da alienação humana: ‘nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da lei’” (1).
De fato, Jesus, o Filho de Deus, assumiu a natureza humana no seio de uma mulher e Se inseriu na realidade histórica de determinado povo, colocando-Se, portanto, sob a Lei (Gl 4,4. Rm 1,3); e com isto, veio nos resgatar da Lei para nos tornar filhos no Filho, filhos de Deus porque nascidos d’Ele (Jo 1,12-13; 3,3.5):
“Aqui, como em Fl 2,6-11), apresenta-nos Cristo realizando o único esquema de toda a ação libertadora. Este esquema tem três tempos:
1 – Inserção na miséria que é preciso salvar.
2 – Autolibertação com base num acréscimo de força salvadora.
3 – Arrasto dos outros companheiros de miséria” (2).
Como o libertador perfeito, em primeiro lugar, partilha a alienação legal, da qual haveria de salvar a humanidade. Abre mão de todos os privilégios e Se coloca em favor dos últimos, dos oprimidos e por fim, arrasta consigo aqueles que O seguem com mesma missão e destino.
E como Igreja Sinodal que somos, fazendo esta experiência de filhos amados de Deus, a comunidade é vocacionada a criar e fortalecer os laços fraternos, sem marginalização ou exclusão, ou escravidão, como tão bem acenou o Papa Francisco em sua Mensagem para o dia Mundial da paz (2015): – “Já não escravos, mas irmãos".
A exemplo de Maria, a serva do Senhor e bendita entre todas as mulheres no fruto do seu seio, cantemos hinos de ação de graças ao Pai, que nos plenificou de todos os bens através de Seu Amado Filho, feito homem por nós, e por nós, morto e ressuscitado.
(1) (2) - Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – pág.1558
Fonte de pesquisa: Missal Dominical – Editora Paulus – 1995 – p. 115
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