quinta-feira, 2 de maio de 2024

Assistidos e conduzidos pelo Espírito

                                                     

Assistidos e conduzidos pelo Espírito

Não estamos sozinhos na caminhada cristã, o Senhor nos acompanha, com a presença e a ação do Espírito Santo, possibilitando-nos a atenção aos apelos da realidade na qual nos inserimos.

A passagem dos Atos dos Apóstolos (At 15,1-32), retratando o “Concílio de Jerusalém”, nos fala a ação do Espírito Santo, presente para o discernimento do que é, de fato, essencial ou acessório na caminhada da Igreja. Foi o primeiro grande conflito enfrentado pela Igreja.

A entrada dos pagãos ao cristianismo fez surgir uma polêmica questão: impor ou não aos pagãos a Lei de Moisés. A Salvação vem da circuncisão e pela observância da Lei judaica ou unicamente por meio de Cristo. Conclui-se que, é pela Graça do Senhor que se chega à Salvação.

Aprende-se com a assistência do Espírito o que deve ser mantido ou superado na Igreja. É o Espírito que age, ilumina e fortalece. Deste modo, a Igreja não pode perder a audácia, a imaginação, a liberdade, o desprendimento necessário e a vigilante escuta do Espírito, no enfrentamento dos desafios que o mundo apresenta.

Invoquemos sempre a presença e a ação do Espírito, que nos conduz e assiste com os sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, temor de Deus e piedade.

Oração a Nossa Senhora da Alegria Pascal

                                                               

Oração a Nossa Senhora da Alegria Pascal

Ó Mãe da Alegria Pascal, corajosamente,
Soubestes viver os Mistérios da Paixão,
E alcançastes a glória da Ressurreição.
Fostes Assunta ao céu e estais junto de vosso Filho,
Coroada, porque sois Rainha do mundo.

Peço vossa intercessão, junto a Deus, por todos nós,
De modo especial pelas nossas famílias.

Que Ele nos livre de toda adversidade e de todo mal:
Doenças, desemprego, perigos de tantos nomes,
Desunião, pela falta do diálogo e compreensão.

Ajudai-nos a sermos bons seguidores do vosso adorado Filho,
Lendo e refletindo a Palavra Sagrada,
D’Ele nos alimentando na Eucaristia,
E participando ativamente de nossa comunidade,
Procurando fazer tudo o que Ele nos diz.

De modo especial, amarmos como Ele nos amou,
Orientando a nossa vida pela justiça e verdade
Participando da construção da paz e da fraternidade.
Amém!

A Sagrada Eucaristia nos alimenta, vivifica e nos santifica

                                                        

A Sagrada Eucaristia nos alimenta, vivifica e nos santifica
 
À luz dos Tratados escrito pelo Bispo São Gaudêncio de Bréscia (séc. IV), reflitamos sobre a Eucaristia, que é a Páscoa do Senhor.
 
“Um só morreu por todos. É Ele mesmo que em todas as Igrejas do mundo, pelo mistério do pão e do vinho, imolado, nos alimenta, acreditado, nos vivifica e, consagrado, santifica os que o consagram.
 
Esta é a Carne e este é o Sangue do Cordeiro. É o mesmo Pão descido do céu que diz: O pão que Eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6,51). Também o Seu sangue está expresso sob a espécie do vinho.
 
Ele mesmo afirma no Evangelho: Eu sou a videira verdadeira (Jo 15,1), manifestando com toda clareza que é Seu sangue todo vinho oferecido como sacramento da paixão. O grande patriarca Jacó já profetizara acerca de Cristo, ao dizer: Lavará no vinho a Sua túnica e no sangue da uva o Seu manto (Gn 49,11). Na verdade, haveria de lavar no Seu próprio sangue a túnica do nosso corpo, que tomara sobre Si como uma veste.
 
O Criador e Senhor da natureza, que produz o pão da terra, também transforma o pão no Seu próprio Corpo (porque pode fazê-lo e assim havia prometido); do mesmo modo, Aquele que transformou a água em vinho, transforma o vinho no Seu sangue.
 
Diz a Escritura: É a páscoa do Senhor (Ex 12,11), isto é, a passagem do Senhor. Por isso não julguemos terrestres os elementos que se tornaram celestes, porque o Senhor ‘passou’ para essas realidades terrestres e transformou-as no Seu Corpo e no Seu Sangue.
 
O que recebes é o Corpo d’Aquele Pão do Céu, e o Sangue é d’Aquela videira sagrada. Porque, ao dar o pão e o vinho consagrados a Seus discípulos, disse-lhes: Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue (Mt 26,26.28). Acreditemos, portanto, n’Aquele em quem pusemos a nossa confiança: a Verdade não sabe mentir.
 
Quando Jesus falava sobre a necessidade de comer Seu Corpo e de beber Seu Sangue, a multidão, desconcertada, murmurava: Esta palavra é dura! Quem consegue escutá-la? (Jo 6,60). Querendo purificar com o fogo celeste tais pensamentos – que deveis evitar, como já vos disse – ele acrescentou: O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida (Jo 6,63)”.
 
Cremos que Ele é a nossa Páscoa, a passagem da morte para a vida, que por Sua a morte, morre por todos nós, a fim de que vivamos para sempre.
 
Cremos em Jesus, que em todas as Igrejas do mundo, se faz presente no Pão e no Vinho, Mistério do Seu Corpo e Sangue.
 
Cremos na Eucaristia, Corpo e Sangue do Senhor, que consagrado, santifica os que O consagram; o Corpo e Sangue do Senhor, que imolado, nos alimenta; e acreditado, nos vivifica e nos santifica, comprometendo-nos a serviço da vida plena e definitiva para todos.


Cremos na divindade e humanidade de Jesus

Cremos na divindade e humanidade de Jesus

No dia dois de maio, celebramos a Memória de Santo Atanásio (séc. IV), Bispo, que acompanhou o Bispo Alexandre, a quem sucedeu no episcopado.

Combateu corajosamente contra os arianos, e, consequentemente, enfrentou sofrimentos, sendo várias vezes condenado ao exílio.
Este Sermão é um dos seus escritos na defesa da verdadeira fé, sobre a Encarnação do Verbo.

“O Verbo de Deus, incorpóreo, incorruptível e imaterial, veio habitar no meio de nós, se bem que antes não estivesse ausente. De fato, nenhuma região do mundo jamais esteve privada de Sua presença, porque, pela união com Seu Pai, Ele estava em todas as coisas e em todo lugar.

Por amor de nós, veio a este mundo, isto é, mostrou-Se a nós de modo sensível. Compadecido da fraqueza do gênero humano, comovido pelo nosso estado de corrupção, não suportando ver-nos dominados pela morte, tomou um corpo semelhante ao nosso.

Assim fez para que não perecesse o que fora criado nem se tornasse inútil a obra de Seu Pai e Sua ao criar o homem. Ele não quis apenas habitar num corpo ou somente tornar-Se visível. Se quisesse apenas tornar-Se visível, teria certamente assumido um corpo mais excelente; mas assumiu o nosso corpo.

Construiu no seio da Virgem um templo para Si, isto é, um corpo; habitando nele, fê-lo instrumento mediante o qual se daria a conhecer. Assim, pois, assumindo um corpo semelhante ao nosso, e porque toda a humanidade estava sujeita à corrupção da morte, Ele, no Seu imenso amor por nós, ofereceu-o ao Pai, aceitando morrer por todos os homens.

Deste modo, a lei da morte, promulgada contra a humanidade inteira, ficou anulada para aqueles que morrem em comunhão com Ele. Tendo ferido o corpo do Senhor, a morte perdeu a possibilidade de fazer mal aos outros homens, seus semelhantes. Além disso, reconduziu o gênero humano da corrupção para a incorruptibilidade, da morte para a vida, fazendo desaparecer a morte – como a palha é consumida pelo fogo – por meio do corpo que assumira e pelo poder da Ressurreição.

Assumiu, portanto, um corpo mortal, para que esse corpo, unido ao Verbo que está acima de tudo, pudesse morrer por todos. E porque era habitação do Verbo, o corpo assumido tornou-se imortal e, pelo poder da Ressurreição, remédio de imortalidade para toda a humanidade. Entregando à morte o corpo que tinha assumido, Ele o ofereceu como sacrifício e vítima puríssima, libertando assim da morte todos os seus semelhantes; pois o ofereceu em sacrifício por todos.

O Verbo de Deus, que é superior a todas as coisas, entregando e oferecendo em sacrifício o Seu corpo, templo e instrumento da divindade, pagou com a Sua morte a dívida que todos tínhamos contraído. Deste modo, o Filho incorruptível de Deus, tornando-Se solidário com todos os homens por um corpo semelhante ao seu, tornou a todos participantes da Sua imortalidade, a título de justiça com a promessa da imortalidade. Por conseguinte, a corrupção da morte já não tem poder algum sobre os homens, por causa do Verbo que por meio do Seu corpo habita neles”.

Jesus, tendo Se encarnado, assumiu nossa condição corpórea, fazendo-Se igual a nós, exceto no pecado, para nos redimir:

“Construiu no seio da Virgem um templo para si, isto é, um corpo; habitando nele, fê-lo instrumento mediante o qual se daria a conhecer. Assim, pois, assumindo um corpo semelhante ao nosso, e porque toda a humanidade estava sujeita à corrupção da morte, ele, no seu imenso amor por nós, ofereceu-o ao Pai, aceitando morrer por todos os homens”.

Oremos:
“Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de Vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no Vosso conhecimento e no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém”.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Em poucas palavras...

 


Jesus, o “Pantocrátor”

“Jesus cumpriu perfeitamente a obra do Pai e a sua oração, como o seu sacrifício estende-se até à consumação do tempo. A oração da «Hora» preenche os últimos tempos e leva-os à sua consumação. Jesus, o Filho a Quem o Pai tudo deu, entrega-Se todo ao Pai; e, ao mesmo tempo, exprime-Se com uma liberdade soberana (Jo 17,11.13.19.24), segundo o poder que o Pai Lhe deu sobre toda a carne. O Filho, que Se fez Servo, é o Senhor, o Pantocrátor. O nosso Sumo-Sacerdote que ora por nós é também Aquele que em nós ora e o Deus que nos atende.” (1)

 

 

(1)  Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2749

 


A atividade humana e sua contribuição em favor da vida

A atividade humana e sua contribuição em favor da vida

No dia 1º de maio, celebraremos a Festa em louvor a São José Operário, protetor e modelo de todos os trabalhadores e trabalhadoras.

Sejamos enriquecidos por dois parágrafos (nºs 33 e 34) da Constituição pastoral “Gaudium et spes” sobre a Igreja no mundo contemporâneo, do Concílio Vaticano II (séc. XX), que nos fala sobre a atividade humana no mundo.

“Por seu trabalho e inteligência, o homem procurou sempre mais desenvolver a sua vida. Hoje em dia, porém, ajudado antes de tudo pela ciência e pela técnica, ele estendeu continuamente o seu domínio sobre quase toda a natureza; e, principalmente, graças aos meios de intercâmbio de toda espécie entre as nações, a família humana pouco a pouco se reconhece e se constitui como uma só comunidade no mundo inteiro. Por isso, muitos bens que o homem esperava antigamente obter, sobretudo, de forças superiores, hoje os  consegue por seus próprios meios.

Diante deste esforço imenso, que já penetra a humanidade inteira, surgem muitas perguntas entre os homens. Qual é o sentido e o valor desta atividade? Como todas estas coisas devem ser usadas? Qual a finalidade desses esforços, sejam eles individuais ou coletivos?

A Igreja, guardiã do depósito da Palavra de Deus, que é a fonte dos seus princípios de ordem religiosa e moral, embora ainda não tenha uma resposta imediata para todos os problemas, deseja, no entanto, unir a luz da revelação à competência de todos, para iluminar o caminho no qual a humanidade entrou recentemente.

Para os fiéis é pacífico que a atividade humana individual e coletiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decorrer dos séculos, tentaram melhorar as suas condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde ao plano de Deus.

Com efeito, o homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de dominar a terra com tudo o que ela contém e de governar o mundo na justiça e na santidade, isto é, reconhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientando para Ele o seu ser e todo o universo; assim, com todas as coisas submetidas ao homem, o nome de Deus seja glorificado na terra inteira.

Isto diz respeito também aos trabalhos cotidianos. Pois os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem suas atividades de maneira a bem servir à sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço a seus irmãos e uma contribuição pessoal para a realização do plano de Deus na história.

Portanto, bem longe de pensar que as obras produzidas pelo talento e esforço dos homens se opõem ao poder de Deus, ou considerar a criatura racional como rival do Criador, os cristãos, pelo contrário, estão convencidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza de Deus e fruto de seus inefáveis desígnios. Quanto mais, porém, cresce o poder dos homens, tanto mais aumenta a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária.

Donde se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes; mas, antes, os impele a sentir esta obrigação como um verdadeiro dever.”

Como vemos, a atividade humana pode em muito contribuir na promoção da vida, melhorando as condições das pessoas.

Pelo trabalho, vemos que a atividade humana é um prolongamento da obra do Criador, e neste sentido é preciso criar sempre a possibilidade de trabalho digno para todos; e com ele, os direitos sociais próprios.

Deste modo, todos os esforços devem ser feitos, em todos os âmbitos, organizações, poderes constituídos, para que não sejam condenadas milhões de pessoas ao desemprego ou subemprego.

“Patris Corde” – Com coração de pai

                                                      


“Patris Corde” – Com coração de pai 

Fomos agraciados pelo Papa Francisco com o Ano Santo de São José, como vemos na Carta Apostólica “Patris Corde” – Com coração de pai –, que iniciou no dia 08 de dezembro de 2020, e foi encerrado no dia 08 de dezembro de 2021; a fim de que celebrássemos o 150º aniversário da Declaração de São José como padroeiro Universal da Igreja Católica, pelo Papa Pio IX.

A Carta Apostólica teve como objetivo aumentar o amor por este grande Santo, para que nos sintamos impelidos a implorar a sua intercessão, bem como a imitação de suas virtudes e o seu zelo.

Em riquíssima fundamentação, à luz dos quatro Evangelhos, o Papa nos apresenta José, esposo de Maria, com coração de pai, e que depois dela, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no Magistério Pontifício.

Ao longo da Carta, o Papa nos apresenta José através de títulos que o identificam, e que muito nos ajuda a viver a fé, no tempo presente, marcado pela dramática situação de pandemia e ao mesmo tempo da presença de inúmeras pessoas dedicadas ao serviço, promoção e defesa da vida:

1 – O pai amado;

2 – O pai na ternura;

3 – O pai na obediência;

4 – O pai no acolhimento;

5 – O pai com coragem criativa;

6 – O pai trabalhador;

7 – O pai na sombra.

Conclui, convidando-nos a implorar, junto a São José, a graça das graças: a nossa conversão.

Oremos:

“Salve, guardião do Redentor
e esposo da Virgem Maria!
A vós, Deus confiou o Seu Filho;
em vós, Maria depositou a sua confiança;
convosco, Cristo tornou-Se homem.
 
Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós
e guiai-nos no caminho da vida.
Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,
e defendei-nos de todo o mal. Amém”.


PS: Se desejar, acesse o link e confira a carta na íntegra:

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html

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