quinta-feira, 29 de maio de 2025

Ser presbítero: graça e missão divinas

 


Ser presbítero: graça e missão divinas

Reflexão sobre a graça da missão do presbítero, que consiste em permanecer na realidade urbana ou rural, e anunciar o Evangelho.

Muitos são os desafios que nos apresentam as cidades; no entanto,  como peregrinos da esperança, precisamos enfrentá-los, pois a “Esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Iluminados pela Palavra e fortalecidos pela Eucaristia, não vacilar na fé, nem esmorecer na esperança, tampouco esfriar na caridade, porque  por maiores que sejam os desafios, bem maior é a graça divina que nos acompanha na realização da missão que o Senhor nos confiou, com a presença e ação do Espírito Santo (Lc 4,16-21).

Alguns compromissos e atitudes devem estar presentes na vida de cada agente de pastoral, sobretudo na vida de todos os presbíteros juntamente com toda a comunidade a ele confiada. Deste modo, os presbíteros são homens:

- atentos aos sinais de esperança que clamam aos céus: paz para o mundo; olhar de esperança para o futuro; abertura e paixão pela vida; compromisso com inúmeros rostos do cotidiano, dentre eles: presos; doentes, jovens; migrantes; idosos e pobres;

- da esperança: Santo Agostinho: «Em qualquer modo de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar»;

- da misericórdia: testemunhas da compaixão, proximidade e solidariedade;

- que promovem a conversão em todos os níveis e de todos os envolvidos na Evangelização: cristãos leigos (as), consagrados (as), ordenados. Empenham-se na conversão das estruturas para que se intensifique a comunhão e a participação, na acolhida sobretudo dos que se encontram nas “periferias existenciais” de nossas paróquias;

- que promovem a acolhida de irmãos e irmãs com alegria, como comunidade do Amor na alegre fraternidade e ternura;

- que promovem a defesa da vida, desde a sua concepção até o seu declínio natural, com sua dignidade e sacralidade; bem como comprometidos com a defesa do meio ambiente, numa espiritualidade ecológica;

- que incentivam a comunicação da Boa-Nova do Evangelho através dos Meios de Comunicação Social já existentes, e presença em desafiadores novos areópagos da cidade: Internet, rádio, TV, jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings...;

- homens que a promovem uma Catequese Permanente e a Evangelização em todo o tempo: não é suficiente a catequese; é preciso Evangelizar, permear a vida toda com o Evangelho, de tal modo que Ele ajude a formar comunidades eclesiais missionárias, e que a vivência do Evangelho seja princípio ético de conduta e promoção do bem comum, na construção de uma sociedade justa e fraterna;

- que promovem a Santificação das famílias: diante dos incontáveis desafios (fragmentação, desestruturação, falta de diálogo...), para que ela seja sacrário vivo da vida, espaço primeiro e privilegiado da formação humana, espiritual, psicológica, assimilação dos valores que devem nortear a vida de toda pessoa e a pessoa toda para sempre;

- que vivem a evangélica opção preferencial pelos pobres no revigoramento e comprometimento sociopolítico, em busca de políticas públicas que assegurem vida, parcerias viáveis, fortalecimento dos diversos conselhos paritários.

Que o mesmo Espírito que pousou sobre Jesus na Sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16-21), Aquele que é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (cf. Ap 21,6), continue repousando sobre nós: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade.

Sendo a fé viva quando são as obras que falam, que a vida e missão do presbítero fale no cuidado do rebanho a ele confiado (1Pd 5,1-4), com as bênçãos de Deus e a proteção de Maria, Mãe de Deus e da Igreja, a Estrela da Evangelização, e a intercessão de São Miguel Arcanjo, no bom combate da fé. Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG