Ser
presbítero: graça e missão divinas
Reflexão sobre a graça da missão do presbítero,
que consiste em permanecer na realidade urbana ou rural, e anunciar o Evangelho.
Muitos são os desafios que nos apresentam as
cidades; no entanto, como peregrinos da
esperança, precisamos enfrentá-los, pois a “Esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Iluminados pela Palavra e fortalecidos pela
Eucaristia, não vacilar na fé, nem esmorecer na esperança, tampouco esfriar na
caridade, porque por maiores que sejam
os desafios, bem maior é a graça divina que nos acompanha na realização da
missão que o Senhor nos confiou, com a presença e ação do Espírito Santo (Lc
4,16-21).
Alguns compromissos e atitudes devem estar
presentes na vida de cada agente de pastoral, sobretudo na vida de todos os
presbíteros juntamente com toda a comunidade a ele confiada. Deste modo, os presbíteros são homens:
- atentos aos sinais de esperança que clamam aos
céus: paz para o mundo; olhar de
esperança para o futuro; abertura e paixão pela vida; compromisso com inúmeros
rostos do cotidiano, dentre eles: presos; doentes, jovens; migrantes; idosos e
pobres;
- da esperança: Santo Agostinho: «Em qualquer modo de vida, não se pode passar
sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar»;
- da misericórdia: testemunhas da compaixão,
proximidade e solidariedade;
- que promovem a conversão em todos os
níveis e de todos os envolvidos na Evangelização: cristãos leigos (as),
consagrados (as), ordenados. Empenham-se na conversão das estruturas para que
se intensifique a comunhão e a participação, na acolhida sobretudo dos que se
encontram nas “periferias
existenciais” de nossas paróquias;
- que promovem a acolhida de irmãos e irmãs
com alegria, como comunidade do Amor na alegre fraternidade e ternura;
- que promovem a defesa da vida, desde a sua
concepção até o seu declínio natural, com sua dignidade e sacralidade; bem como
comprometidos com a defesa do meio ambiente, numa espiritualidade ecológica;
- que incentivam a comunicação da Boa-Nova do
Evangelho através dos Meios de Comunicação Social já existentes, e
presença em desafiadores novos areópagos da cidade: Internet, rádio, TV,
jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings...;
- homens que a promovem uma Catequese
Permanente e a Evangelização em todo o tempo: não é suficiente a
catequese; é preciso Evangelizar, permear a vida toda com o Evangelho, de tal
modo que Ele ajude a formar comunidades eclesiais missionárias, e que a
vivência do Evangelho seja princípio ético de conduta e promoção do bem comum,
na construção de uma sociedade justa e fraterna;
- que promovem a Santificação das
famílias: diante dos incontáveis desafios (fragmentação, desestruturação,
falta de diálogo...), para que ela seja sacrário vivo da vida, espaço primeiro
e privilegiado da formação humana, espiritual, psicológica, assimilação dos
valores que devem nortear a vida de toda pessoa e a pessoa toda para sempre;
- que vivem a evangélica opção preferencial
pelos pobres no revigoramento e comprometimento sociopolítico, em busca de
políticas públicas que assegurem vida, parcerias viáveis, fortalecimento dos
diversos conselhos paritários.
Que o mesmo Espírito que pousou sobre Jesus na
Sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16-21), Aquele que é o Alfa e o Ômega, o Princípio
e o Fim (cf. Ap 21,6), continue repousando sobre nós: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e
fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade.
Sendo a fé viva quando são as obras que falam, que a vida e missão do presbítero fale no cuidado do rebanho a ele confiado (1Pd 5,1-4), com as bênçãos de Deus e a proteção de Maria, Mãe de Deus e da Igreja, a Estrela da Evangelização, e a intercessão de São Miguel Arcanjo, no bom combate da fé. Amém.
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