sábado, 30 de novembro de 2024

O “imperativo da hora”

                                                      

O “imperativo da hora”

Acolher a Boa-Nova do Evangelho, é pautar a vida pelo “imperativo da hora”.
Muitas são as atividades que nos acompanham dia a dia, até o momento
Em que a morte põe um ponto final provisório, rompido com a Ressurreição,
com páginas a serem escritas na primavera celestial, em que as flores não morrem.

Mas, pode acontecer que, imprudentes como as virgens que ficaram dormindo,
Fiquemos a bater para que a porta se abra para a festa da eterna núpcias,
E ouviremos o Senhor nos dizer, para epílogo eterno de desespero:
“Digo-vos que não sei de onde sois” (Lc 13, 25 ) – será tarde demais!

É hoje, e mais que hoje, é agora a hora de nossa corajosa decisão:
Conversão permanente, na vigília e na Oração, no cotidiano ressoadas
Em gestos, pensamentos e palavras de caridade sempre vivenciadas,
Esperança enraizada na fé, sem covardia, com o Reino comprometidos.                                                                          
É o tempo da graça, tão favorável para nossa salvação,
Apenas a Deus adorando, no próximo, o amor vivenciando,
Sem a perda da liberdade, no uso dos bens que passam
Para abraçar e alcançar com alegria os bens eternos.

“imperativo da hora” não nos permite vacilo e letargias.
Comendo e bebendo do Verdadeiro Pão e Verdadeira Comida,
A nós oferecidos em cada Santa Eucaristia, Banquete de Amor,
Sem medo de a Ele nos entregarmos, n’Ele nos abandonando totalmente.

É agora o imperativo do bem fazer e, com Ele, do mal se livrar.
É a hora de o bom combate da fé viver, completar a corrida,
A Ele entregarmos nossa vida, nosso ser, porque tão somente assim
Vida plena haveremos de ter, e a coroa da glória um dia receber.
Amém! Aleluia!

PS: Oportuno para a reflexão das passagens do Evangelho: Mt 25,1-13; Lc 21,34-36

Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 


Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 

Tempo de vigiar e orar, tempo de a fé viver,

para solidificar a esperança na vivência de uma

autêntica caridade para com o próximo.

 
No 34º sábado do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 21,34-36), que nos convida a preparação da vinda gloriosa do Senhor.

Trata-se de uma mensagem de alegria, confiança, esperança e compromisso na acolhida do Filho do Homem, Jesus, que faz acontecer o Projeto de um mundo novo.

Retrata os últimos dias da vida terrena de Jesus e a iminente destruição de Jerusalém (anos 70 D.C.), como de fato aconteceu.
 
Jesus anuncia uma Palavra de ânimo, “é preciso levantar a cabeça porque a libertação está próxima” (Lc 21,28). A comunidade não pode se amedrontar, mas deve abrir o coração à esperança, em atitude de vigilância e confiança.

A salvação não pode ser esperada de braços cruzados, pois é oferecida a nós como dom divino, conversão e compromisso nosso: Jesus vem, mas é preciso reconhecê-Lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e buscam a libertação.

É preciso deixar que Ele nos transforme a mente e o coração, para que Ele apareça em nossos gestos e palavras, em toda a nossa vida.
 
O Reino vem e acontece como realidade escatológica, ou seja, não será uma realidade plena neste tempo em que vivemos, será plenitude somente depois que Cristo destruir definitivamente o mal que nos rouba a liberdade e ainda nos faz escravos.

Trabalhamos e nos empenhamos pelo Reino que é já e ainda não, pois ainda que muitas coisas tenhamos feito e o mundo tornado melhor, ainda não será o “tudo melhor” que Deus tem reservado para nós. O Reino de Deus é uma realidade inesgotável, imensurável e indescritível, e o vemos em sinais.

Por ora, é preciso vigiar e orar, numa esperança que nos leve a viver uma caridade ativa tornando fecunda a nossa fé. 

Encerramos mais um ano litúrgico, e que Deus nos conceda a graça de iniciar um novo, sempre na oração e na vigilância, na espera do Senhor, Aquele que veio, vem e virá gloriosamente.

 

 

Esperamos o Senhor na vigilância e na oração.

                                                                 


 Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 
Tempo de vigiar e orar, tempo de a fé viver,
para solidificar a esperança na vivência de uma
autêntica caridade para com o próximo.
 
No 34º sábado do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 21,34-36), que nos convida a preparação da vinda gloriosa do Senhor.
 
Trata-se de uma mensagem de alegria, confiança, esperança e compromisso na acolhida do Filho do Homem, Jesus, que faz acontecer o Projeto de um mundo novo.
 
Retrata os últimos dias da vida terrena de Jesus e a iminente destruição de Jerusalém (anos 70 D.C.), como de fato aconteceu.
 
Jesus anuncia uma Palavra de ânimo, “é preciso levantar a cabeça porque a libertação está próxima” (Lc 21,28). 

A comunidade não pode se amedrontar, mas deve abrir o coração à esperança, em atitude de vigilância e confiança.
 
A salvação não pode ser esperada de braços cruzados, pois nos é  oferecida a nós como dom divino, conversão e compromisso nosso: Jesus vem, mas é preciso reconhecê-Lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e buscam a libertação.
 
É preciso deixar que Ele nos transforme a mente e o coração para que Ele apareça em nossos gestos e palavras, em toda a nossa vida.
 
O Reino vem e acontece como realidade escatológica, ou seja, não será uma realidade plena neste tempo em que vivemos, será plenitude somente depois que Cristo destruir definitivamente o mal que nos rouba a liberdade e ainda nos faz escravos.
 
Trabalhamos e nos empenhamos pelo Reino que é já e ainda não, pois ainda que muitas coisas tenhamos feito e o mundo tornado melhor, ainda não será o “tudo melhor” que Deus tem reservado para nós. O Reino de Deus é uma realidade inesgotável, imensurável e indescritível, e o vemos em sinais.
 
Por ora, é preciso vigiar e orar, numa esperança que nos leve a viver uma caridade ativa tornando fecunda a nossa fé. 
 
Encerramos mais um ano litúrgico, e que Deus nos conceda a graça de iniciar um novo, sempre na oração e na vigilância, na espera do Senhor, Aquele que veio, vem e virá gloriosamente.
 

“Segui-me”

                                                    

“Segui-me”

Celebramos dia 30 de novembro, a Festa de Santo André, e, na Liturgia, ouvimos a proclamação a passagem do Evangelho em que André estava com seu irmão Simão, quando foi visto por Jesus, que caminhava à beira do mar da Galileia, quando os chamou para O seguirem: “Segui-me, e Eu farei de vós pescadores de homens”.  Imediatamente deixaram suas redes e O seguiram (Mt 4, 18-22).

André, como o próprio Pedro, nos ensina a estarmos sempre atentos à presença de Jesus, que Se aproxima de nós e nos chama para o serviço do Reino.

Ontem, a André Jesus falou - “Segui-me...”; hoje também o Senhor nos chama para segui-Lo, como alegres e convictos discípulos missionários Seus.

Seu chamado se dá em meio aos apelos que alcançam nossos ouvidos, ou são captados pelo nosso olhar, pela nossa sensibilidade aos sofrimentos e dores que constituem a tecida rede da vida, que, com ousadia e coragem, reluta contra os sinais de morte (corrupção, violência, degradação da vida, destruição incomum do meio ambiente...).

O mesmo chamado, ouvimos ao compartilhar na superação das necessidades básicas do existir não satisfeitas, na realidade da miséria, fome, abandono, refugiados em busca de vida e liberdade.

Jesus nos chama em meio à realidade da frieza e relativização do pecado e banalização da morte, na falta de fé, no desconhecimento de Deus ou mesmo na negação ou indiferença a Ele.

Chama-nos para segui-Lo e sermos sinal de Sua presença, comunicando a Sua Palavra, irradiando Sua Divina Luz aos que mergulharam no vale da falta de sentido de vida, na violência, enfim, em tudo o que exige de nós uma resposta de amor.

Para que tudo isto se torne possível, é preciso que deixemos tudo o que estamos fazendo, para sermos uma resposta viva de Deus a todos esses apelos, sinal também de Sua infinita misericórdia, em favor de todos, sem exceção.

Aprendamos com André, Pedro e todos aqueles que não tiveram medo de dizer sim ao chamado do Divino Mestre da Misericórdia.

A graça de anunciar a Palavra do Senhor

                                      

A graça de anunciar a Palavra do Senhor

 “Irmãos, se, pois com tua boca confessares Jesus como Senhor e,
no teu coração, creres que Deus O ressuscitou dos mortos,
serás salvo” (Rm 10,9)

Na Festa do Apóstolo Santo André, ouvimos a passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 10,9-18), na qual o Apóstolo nos fala da fé que vem da pregação, e esta, por sua vez, é feita pela Palavra de Cristo.

Vejamos o que nos diz o Lecionário Comentado:

“A fé tem a sua sede no coração e manifesta-se na profissão proferida com a boca (Rm 10,9-10)... A fé é uma resposta à manifestação da fidelidade de Deus: é dar crédito a Deus e abandonar-se completamente a Ele.

A profissão de fé com os lábios é um testemunho público, cheio de gratidão, tributado ao Senhor, para que Ee seja conhecido por todos. Mas a fé acontece, sobretudo, no coração, que é o centro profundo pelo qual toda a nossa existência é orientada: esse centro é composto pelas nossas convicções, pelos nossos desejos e exprime-se nas nossas decisões.

Confiar a Deus a própria vida significa viver segundo a Sua Palavra: professar que ‘Jesus é o Senhor’, significa viver sob o Seu influxo. Nisto consiste a justificação, a ‘salvação’ que é oferecida a todos’”.

Oremos:

Senhor Jesus, fortalecei nossa fé, que tem a sua sede em nosso coração, para ser manifestada na profissão proferida com a nossa boca, acompanhado de obras, revelando sua autenticidade e fecundidade.

Senhor Jesus, seja a nossa fé uma resposta à manifestação da fidelidade ao Vosso Pai de amor, dando a Ele toda a nossa vida e n’Ele depositando toda a nossa confiança, abandonando-nos em Suas mãos, completamente.

Senhor Jesus, ajudai-nos para que a profissão de fé, que fazemos com nossos lábios, seja um testemunho público, cheio de gratidão, tributado a Vós, no amor ao Pai e em comunhão com Vosso Espírito, a fim de que seja por todos conhecido.

Senhor Jesus, que nossa fé seja expressão de nossa vida toda por Vós voltada e configurada, iluminando e solidificando nossas convicções, pelos nossos desejos expressos em nossas decisões, pautadas sempre por Vossa Divina Palavra.

Senhor Jesus, aprendamos como Vós a confiar em Deus, vivendo a vida segundo Vossos Ensinamentos e Mandamentos, professando que sois o Senhor de nossa vida, de Vós mesmos sentimentos e pensamentos tenhamos, a caminho da salvação. Amém.

Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – Vol. Quaresma/Páscoa – pp.63-64 - passagem da Leitura - Rm 10,9-18

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

A morte inevitável e a imortalidade desejada

                                  


A morte inevitável e a imortalidade desejada
 
Sejamos iluminados pelo Tratado sobre a morte, escrito pelo Bispo São Cipriano (séc. III).
 
“Lembremo-nos de que devemos fazer a vontade de Deus e não a nossa, de acordo com a Oração que o Senhor ordenou a ser realizada diariamente.
 
Que coisa mais fora de propósito, mais absurda: Pedimos que a vontade de Deus seja feita e quando Ele nos chama e nos convida a deixar este mundo, não obedecemos logo a Sua ordem!
 
Resistimos, relutamos e, quais escravos rebeldes, somos levados cheios de tristeza à presença de Deus, saindo daqui constrangidos pela necessidade, não por vontade dócil.
 
E ainda queremos ser honrados com os prêmios celestes a que chegamos de má vontade.
 
Por que então oramos e pedimos que venha o reino dos céus, se o cativeiro terreno nos encanta?
 
Por que, com preces frequentemente repetidas, suplicamos que se apresse o dia do Reino, se maior desejo e mais forte vontade são servir aqui ao demônio do que reinar com Cristo?
 
Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que se aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama?
 
João em sua Carta clama, fala e exorta a que não amemos o mundo, deixando-nos levar pelos desejos da carne: Não ameis o mundo nem o que é do mundo.
 
Quem ama o mundo não tem em si a caridade do Pai: porque tudo quanto é do mundo é concupiscência dos olhos e ambição temporal.
 
O mundo passará e suas concupiscência; quem, porém, fizer a vontade de Deus, permanecerá eternamente (cf. 1 João 2,15-17).
 
Ao contrário, tenhamos, antes, irmãos diletos, íntegro entendimento, fé firme, virtude sólida, preparados para qualquer desígnio de Deus.
 
Repelido o pavor da morte, pensemos na imortalidade que se lhe seguirá. Com isso, manifestemos ser aquilo que acreditamos.
 
Irmãos caríssimos, importa meditar e pensar amiúde em que já renunciamos ao mundo e vivemos aqui provisoriamente como peregrinos e hóspedes.
 
Abracemos o dia que designará a cada um sua morada, restituindo-nos ao paraíso e ao Reino, uma vez arrebatados daqui e quebrados os laços terrenos.
 
Qual o peregrino que não se apressa em voltar à pátria? Nossa pátria é o paraíso.
 
O grande número de nossos queridos ali nos espera: Pais, irmãos, filhos.
 
Deseja estar conosco para sempre a grande multidão já segura de sua salvação, ainda solicita pela nossa.
 
Quanta alegria para eles e para nós chegarmos nós até eles e a seu abraço!
 
Que prazer estar ali, no Reino celeste, sem medo da morte, tendo a vida para sempre!
 
Que imensa e inesgotável felicidade! Lá o glorioso coro dos Apóstolos, lá o exultante grupo dos Profetas; lá, o incontável povo dos mártires coroados de glória e de triunfo pelos combates e sofrimentos; lá as virgens vitoriosas, que pelo vigor da continência corporal subjugaram a concupiscência da carne; lá remunerados os misericordiosos, que pelos alimentos e liberalidades aos pobres fizeram obras de justiça, e, observando o preceito do Senhor, transferiram seu patrimônio terreno para os tesouros celestes.
 
Para lá, irmãos caríssimos, corramos com ávida sofreguidão. Que Deus considere este nosso mundo de pensar! Que Cristo olhe este propósito do espírito e da fé!
 
Os maiores prêmios de Sua caridade Ele os dará àquele, cujos desejos forem intensos” (1).
 
Este Tratado nos concede um olhar novo e diferenciado sobre a morte à luz da fé.
 
A morte nos inquieta... Lutamos contra ela a cada segundo que passa... Quantas vezes diante de um corpo, num velório, ficamos sem palavras, pensando o que há de melhor para dizer...
 
Muitas vezes escutamos palavras que nada edificam como: “Foi vontade de Deus”“Deus quis assim”...
Evidentemente que jamais desejamos a morte, mesmo porque, a fé cristã consiste em empenho constante em favor da vida.
 
Reflitamos:
 
- Como o suportá-la- e interpretá-la?
- Como preencher as lacunas que ela provoca na história de quem fica?
- Como voltar do abismo em que nos sentimos quando alguém parte?
 
Oremos:
 
De Deus viemos, nos movemos e somos!
Para Deus haveremos de voltar.
Uma morada na eternidade nos foi preparada.
Que sejamos dignos dela e tudo façamos para merecê-la!
Amém!
 
(1) Liturgia das Horas - Vol. IV – pp.-528-530.
 

Novo Céu e Nova Terra

Novo Céu e Nova Terra

A passagem do Livro do Apocalipse (Ap 21, 1-5a) nos apresenta a missão de construirmos um novo céu e uma nova terra, que é a meta última de nossa história.

A visão do autor – “Jerusalém que desce do céu” – retrata a realidade de que o novo céu e a nova terra têm origem divina e possibilita nossa resposta, nossa participação.

Discípulos do Ressuscitado, esperamos e nos comprometemos com a Jerusalém Celeste tornando o mundo mais fraterno, mais justo e solidário, a meta da harmonia e da felicidade sem fim. Não haverá mais dor, luto, morte e sofrimento.

A partir desta fé inaugura-se um relacionamento que transforma a si mesmo e todos os que estão em sua volta, culminando até na renovação de todas as estruturas geradoras de lágrimas, dor, sofrimento e luto.

O amor e a alegria de sermos partícipes na construção do Reino devem estar presentes em nossas comunidades. Isto ocorre quando os ministérios diversos são postos a serviço da comunidade, e não nos servimos dela para qualquer outro objetivo. A grandiosidade está no servir à comunidade e não o contrário.

Somente no amor vivido é que reconhecerão que somos discípulos do Ressuscitado, e esta passa a ser para sempre a nossa identidade.

De modo que nossa identidade não é uma filosofia, tão pouco a prática de ritos em si mesmo, mas a intensidade e profundidade do como e do quanto amamos.

A Ressurreição de Jesus Cristo nos convoca a nossa própria renovação, bem como de todas as estruturas do mundo, para que seja a expressão de uma Aliança que deu certo. Ter nos amado e nos amado até o fim, não foi em vão.

Urge intensificar e renovar sagrados compromissos com a construção do novo céu e da nova terra, movidos pela fé no Cristo Vivo e Ressuscitado. Amém. Aleluia.

Aprendendo com André e Pedro... (I)

                                

Aprendendo com André e Pedro...

A Igreja celebra, no dia 30 de novembro, a Festa do Apóstolo Santo André, nascido em Betsaida, sendo primeiramente discípulo de João Batista, depois seguiu a Cristo, e O conhecendo O levou à presença de Pedro.

Sejamos enriquecidos com esta Homilia do Bispo São João Crisóstomo (séc. IV):

“André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o tesouro só para si, mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua descoberta.

Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41). Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam atentos. 

Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a Sua vinda, espera Aquele que deveria vir do céu, exulta de alegria quando Ele Se manifestou, e se apressa em comunicar aos outros a grande notícia.

Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que, não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado pormenorizadamente mais coisas.

Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a Ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas. Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.

Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29-33), deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez André.

Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz, tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento.”

André também apresentou Cristo aos pagãos, e na multiplicação dos pães apresentou o rapaz que tinha consigo alguns pães e peixes.

Logo após Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões tendo sido crucificado na Acaia.

Celebrando a Festa de Santo André, o Apóstolo, como Igreja Sinodal que somos, sejamos revigorados na missão que o Senhor nos confiou, para que como peregrinos da esperança, correspondamos ao mandato do Senhor: ir pelo mundo e anunciar o Seu Evangelho com renovado zelo, amor e ardor.

Aprendendo com André e Pedro... (II)

                                                                                               

Aprendendo com André e Pedro... 

Aprendamos com André que, tendo encontrado o Senhor, conduzir muitos até Ele, não apenas pelo falar sobre Ele, mas revelando ao outro, pela vida, o quanto o nosso encontro com Ele nos transformou.

Encontrando-se verdadeiramente com o Senhor é impossível retê-Lo, ocultá-Lo, esquecê-Lo. Nunca mais a vida de quem O encontrou será a mesma. 

Feliz quem O encontrou e sabe levar o outro à mesma experiência e encontro transformador.

Haveremos de aprender com André a ouvir o que o Senhor tem a nos dizer, para poder falar “pormenorizadamente” tudo que Ele comunicou ao mais profundo de nosso íntimo, de nossas entranhas, de nosso coração, e não apenas aos nossos ouvidos. 

Aprender com André a fazer o encontro da intimidade, amizade e configuração com Jesus, como aconteceu naquele dia.

Com ele, aprendemos a anunciar, a testemunhar, a doar a vida com coragem e fidelidade até o fim.

Aprendemos amar a Igreja (Corpo) por amor a Cristo (cabeça), completando na carne o que falta à Paixão de Cristo por amor à Sua Igreja, como afirmou o Apóstolo Paulo (Cl 1,24).

Também nos ensina a docilidade e a prontidão, para anunciar a Palavra do Senhor, sem superficialidade, mas na abertura e entrega, ainda que lenta, mas para sempre, porque profunda, porque lhe permitiu a entrada e morada em si para sempre.

Haveremos de aprender com André o consumir-se de amor por Jesus, pois somente assim nossa vida se tornará refulgente da mais bela luz, que tem sua origem na Divina Fonte de luz. Haveremos de aprender, haveremos de viver como viveu. 

Também nós, a exemplo de André, Pedro e os Apóstolos, o mesmo testemunho ao mundo podemos dar.

Que nossa fé seja a mais perfeita configuração a Cristo Rei e Senhor do Universo, para que Seu Reino, de fato, seja Eterno e Universal, o Reino da verdade, da santidade, da graça, do amor, da paz... E, quanto mais digamos acerca do Reino do Senhor, ainda nada o dissemos.

Haveremos de aprender com eles a não economizarmos esforços, numa vigilância de caridade ativa até que Ele venha. Esta é a nossa esperança, acompanhada da mais frutuosa e germinadora fé. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG