Plena confiança na providência divina
Reflexão
à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 6,24-34), que nos convida a
continuidade da reflexão sobre as Bem-Aventuranças (Mt 5, 12), anunciadas pelo
Senhor na montanha para serem vividas na planície.
É
sempre necessário rever quais são nossas prioridades, para que melhor
correspondamos ao Amor de Deus, que cuida de nós com amor gratuito e
incondicional, de modo que precisamos libertar nosso coração das tiranias
materiais que possam nos escravizar em autossuficiência, individualismos e
egoísmos que nos empobrecem.
Jesus
nos exorta a confiar totalmente em Deus, no Pai de Amor, em quem confiou e
colocou toda Sua vida em entrega de amor, confiança, doação e serviço.
Nisto
consiste a mensagem do Senhor: a incompatibilidade entre o amor a Deus e o amor
aos bens materiais, e a razão desta deve-se ao fato de que Deus deve ser o
centro de nossa vida, e sobre Ele construirmos nossa existência, e o amor ao
dinheiro como valor absoluto fecha o nosso coração, num empobrecedor egoísmo
estéril que não abre espaço para a comunhão e a solidariedade para com o
próximo.
Confiar
num Deus de amor, providente e atento às nossas necessidades, para que sejamos
felizes, tenhamos sal em nós, e façamos resplandecer a luz divina na planície
sombria do cotidiano.
Somente
assim buscaremos o Reino de Deus e a Sua justiça: crer em Deus e viver
serenamente tranquilo, pois Deus não falha, e nada nos deixa faltar, mas não
nos dispensa de sagrados compromissos na busca e promoção do bem comum, para
uma vida digna que corresponda assim aos Seus desígnios.
Afirmar
que Deus é providente não significa que possamos cruzar os braços, esperando
que Deus faça chover do céu aquilo que necessitamos, mas é viver
comprometidos e trabalhando todos os dias a fim de que o Seu sonho se realize:
um mundo novo marcado por relações de justiça, verdade e paz. Afinal, Jesus
falou na Montanha Sagrada: Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça
e Bem-Aventurados os que promovem a paz.
O
amor de Deus não nos torna passivos, mas nos impulsiona a uma prática de
caridade viva e operosa, esforçada e contínua.
Assim
Jesus nos revela um Deus que nos conhece, sabe de nossas necessidades,
carrega-nos colo, mas não nos infantiliza. Carrega-nos no colo para nos
garantir o amor e a ternura, para que nossos passos sejam mais firmes e
corajosos.
A
segunda mensagem que aparece explicitamente é que nossas preocupações não são
indiferentes a Deus, sempre solícito para conosco.
Jesus
nos convida a olhar os lírios do campo e os pássaros, que não ficam sem a
atenção de Deus, e assim muito mais nós, que fomos feito à Sua imagem e
semelhança.
Reflitamos:
-
O que significa para nós – “é preciso confiar totalmente em Deus”?
-
Adoramos a Deus ou ao dinheiro?
-
Quais são as consequências que vemos e sentimos quando não adoramos a Deus
acima de tudo e de todos, com toda força, alma, entendimento e de coração?
-
Adorar a Deus ou ao dinheiro. Quais são as marcas presentes no cotidiano que
revelam que o amor a Deus foi colocado em segundo plano, e o amor ao dinheiro
falou mais alto, determinando interesses, leis, atitudes?
Oremos:
“Fazei ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e Vossa Igreja Vos possa servir, alegre e tranquila. Por N.S.J.C. na unidade do Espírito Santo. Amém.”
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