domingo, 30 de junho de 2024

Exemplos de coragem e fidelidade ao Senhor

                                                          

Exemplos de coragem e fidelidade ao Senhor

Celebramos no dia 30 de junho a Memória dos Santos Protomártires da Igreja de Roma, como veremos na Carta do Papa São Clemente I aos Coríntios (séc. I):

“Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos de nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos exemplos de nosso tempo.

Vítimas do fanatismo e da inveja, aqueles que eram as maiores e mais santas colunas da Igreja, sofreram perseguição e lutaram até a morte.

Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prêmio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do Ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência.

A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos que, vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, mulheres foram perseguidas, como Danaides e Dirceia. Suportando graves e terríveis torturas, correram até o fim a difícil corrida da fé e mesmo sendo fracas de corpo, receberam o nobre prêmio da vitória.

O fanatismo dos perseguidores separou as esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: ‘É osso dos meus ossos e carne de minha carne’ (cf. Gn 2,23). Rivalidades e rixas destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer povos numerosos.

Escrevemos isto, não apenas para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos alertarmos a nós próprios. Pois nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição.

Consideramos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o olhar no Sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus, Seu Pai, esse Sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.”

Muitos cristãos foram martirizados com terríveis tormentos, como vimos na Carta do Papa e também no testemunho dado pelo escritor pagão, Tácito.

Foram vítimas da primeira perseguição desencadeada pelo Imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64.

Como o Papa disse: “vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade”.

Os tempos hoje são outros, mas as provações, dificuldades, cansaços, desilusões também têm suas marcas e desafiam o testemunho de nossa fé, sem jamais deixarmos de dar a razão de nossa esperança, na prática incansável e frutuosa da caridade.

Quando fazemos memória dos Apóstolos, Pedro e Paulo e tantos que deram a vida por causa de Jesus e do Evangelho, reavivamos a chama do Espírito que em nosso peito habita.

Não podemos jamais vacilar na fé, esmorecer na esperança e esfriar na caridade, como nos ensina a Igreja. Professemos nossa fé com palavras e obras, porque tão somente assim para Deus se torna agradável.


Liturgia das horas – Vol. III - pp.1401-1402

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