domingo, 30 de junho de 2024

O Senhor afasta de nós todo o medo (XIIIDTCA)

 Exigências no seguimento de Jesus

A Liturgia do 13º Domingo do Tempo Comum (ano A) nos propõe como Leituras: 2Rs 4,8-11.14-16ª; Salmo 89 (88); Rm 6,3-4. 8-11; Mt 10,37-42.

Dois temas nos inspiram: as condições para seguirmos Jesus e a acolhida e hospitalidade.

Para bem realizamos nossos discipulado precisamos do desprendimento (liberdade de laços familiares, e até mesmo desprendimento de si mesmo, da própria vida); renúncias necessárias para carregarmos a cruz quotidiana; confiança total na graça divina e incondicional disponibilidade.

Quanto ao acolhimento também implica em renúncia, disponibilidade, gratuidade, superação de toda sombra de desconfiança e suspeita e não extinguir o sopro do Espírito que nos fala pela Igreja, e de outras tantas formas.

O senso de acolhimento constitui num dos sinais mais expressivos para que possa mensurar a verdadeira fidelidade em nossas comunidades cristãs ao Evangelho.

Quanto mais acolhedoras nossas comunidades o forem (não me restrinjo ao acolhimento na porta da Igreja, pois o acolhimento em muito a isto ultrapassa; refiro-me ao que Ele mesmo nos falou em Mateus 25), mas testemunhas da presença do Cristo Vivo e Ressuscitado serão.

Inspirados na segunda leitura, o Apóstolo Paulo nos exorta a viver o Batismo, conscientes de que somos chamados a viver a vida nova dos filhos e filhas de Deus:

- Morrer para o pecado, para o egoísmo, à carne que são expressão do homem velho que em nós habita;
- Ressurgir para uma vida nova de amor e graça, voltada para o Espírito, como expressão do homem novo.

Em resumo: morrer para o pecado e viver para Deus. No seguimento de Jesus haveremos de viver um cristianismo verdadeiramente pascal, que não é, jamais, sinônimo de facilidades e de fuga do sofrimento.

Não há cristianismo sem cruz; logo não há discipulado sem o carregar corajoso e confiante da cruz, contando sempre com a graça divina que nos é abundantemente derramada.

O discípulo de Jesus sabe que o esplendor da manhã da Páscoa é sempre precedido pelas trevas da Sexta-feira Santa. Sabe que o caminho de Jesus é uma via sacra, levando ao Calvário. Mas também sabe que este não é a última etapa do caminho. Trilha passos corajosos porque acredita que tudo culmina na glória da Ressurreição, experimentada na manhã de Páscoa.

Concluo retomando a Oração pós-Comunhão do Dia:

Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão nos transmitam uma vida nova, para que unidos a Vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam.


Por Cristo, nosso Senhor. Amém!”

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG