domingo, 30 de junho de 2024

"E vós, quem dizeis que Eu Sou?"

                                                       

"E vós, quem dizeis que Eu Sou?" 

Uma pergunta que Jesus fez aos discípulos e que ressoa, permanentemente, em nosso coração: “E vós, quem dizeis que Eu Sou?”.

Pedro deu sua resposta, contando com a revelação divina, como o próprio Senhor o disse: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

O Apóstolo Paulo também deu a Cristo incontáveis nomes, como nos falou o Bispo São Gregório de Nissa, no século IV:

- Virtude de Deus
- Sabedoria de Deus
- Paz
- Luz inacessível onde Deus habita
- Expiação
- Redenção
- Máximo Sacerdote e Páscoa
- Propiciação pelas almas
- Esplendor da glória
- Figura de sua substância
- Criador dos séculos
- Alimento e Bebidas espirituais
- Pedra
- Água
- Fundamento da fé
- Pedra angular
- Imagem do Deus invisível
- Grande Deus
- Cabeça do Corpo da Igreja
- Primogênito da nova criação
- Primícias dos que adormeceram
- Primogênito entre os mortos
- Primogênito entre muitos irmãos
- Mediador entre Deus e os homens
- Filho Unigênito coroado de glória e de honra
- Senhor da glória
- Princípio das coisas
- Rei da Justiça
- Rei da Paz
- Rei de tudo
- Possuidor do domínio sobre o Reino que não tem limite. (1)

O Papa São Paulo VI, em memorável Homilia em Manila (1970), também nos presenteou com estas palavras: “Jesus é o centro da história e do universo.Ele nos conhece e ama, é o companheiro e o amigo em nossa vida, o homem das dores e da esperança.

Ele é quem de novo virá, para ser o nosso juiz, mas também – como confiamos – a eterna plenitude da vida e nossa felicidade.
Jamais cessarei de falar sobre Ele.

Ele é a luz, é a verdade, mais ainda, é o Caminho, a Verdade e a Vida. É o Pão e a Fonte de água viva, saciando a nossa fome e a sede. É o Pastor, o guia, o modelo, a nossa força, o nosso irmão.

Assim como nós, mais até do que nós, Ele foi pequenino, pobre, humilhado, trabalhador, oprimido, sofredor.

Em nosso favor, falou, fez milagres, fundou Novo Reino onde os pobres são felizes, onde a paz é a origem da vida em comum, onde são exaltados e consolados os de coração puro e os que choram, onde são saciados os que têm fome de justiça, onde podem os pecadores encontrar perdão e onde todos se reconhecem como irmão…

Cristo Jesus é o princípio e o fim, o alfa e o ômega, o Rei do mundo novo, a misteriosa e suprema razão da história humana e de nosso destino. É Ele o mediador e como que a ponte entre a terra e o céu.

É Ele, o Filho do Homem, maior e mais perfeito do que todos por ser o eterno, o infinito, Filho de Deus e Filho de Maria, bendita entre as mulheres, Sua mãe segundo a carne, nossa mãe pela comunhão com o Espírito do Corpo Místico.

Jesus Cristo, não vos esqueçais, é a nossa inalterável pregação.

Queremos ouvir Seu nome até os confins da terra e por todos os séculos dos séculos!” (2)

Procuremos a resposta que nos fale ao coração. Porém, mais do que respostas que possam ser acrescentadas, urge que cristãos o sejamos, de fato!

Urge conhecer Seu Nome e, muito mais do que isto, amar profundamente Sua Pessoa, assumir Seu projeto de vida, a nós apresentada com a Boa Notícia do Reino por Ele inaugurado.

Urge, também, mais do que nunca, um encontro pessoal,
Íntimo e sincero com o Senhor!
Estabelecer, amadurecer e aprofundar
Nossas relações sinceras de amor
com Ele e com nosso próximo,
até que Deus seja tudo em todos.


(1) Liturgia das Horas - vol. III - pp. 351-352
(2) Liturgia das Horas - Vol. III – pp. 376-377

Exemplos de coragem e fidelidade ao Senhor

                                                          

Exemplos de coragem e fidelidade ao Senhor

Celebramos no dia 30 de junho a Memória dos Santos Protomártires da Igreja de Roma, como veremos na Carta do Papa São Clemente I aos Coríntios (séc. I):

“Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos de nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos exemplos de nosso tempo.

Vítimas do fanatismo e da inveja, aqueles que eram as maiores e mais santas colunas da Igreja, sofreram perseguição e lutaram até a morte.

Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prêmio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do Ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência.

A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos que, vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, mulheres foram perseguidas, como Danaides e Dirceia. Suportando graves e terríveis torturas, correram até o fim a difícil corrida da fé e mesmo sendo fracas de corpo, receberam o nobre prêmio da vitória.

O fanatismo dos perseguidores separou as esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: ‘É osso dos meus ossos e carne de minha carne’ (cf. Gn 2,23). Rivalidades e rixas destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer povos numerosos.

Escrevemos isto, não apenas para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos alertarmos a nós próprios. Pois nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição.

Consideramos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o olhar no Sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus, Seu Pai, esse Sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.”

Muitos cristãos foram martirizados com terríveis tormentos, como vimos na Carta do Papa e também no testemunho dado pelo escritor pagão, Tácito.

Foram vítimas da primeira perseguição desencadeada pelo Imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64.

Como o Papa disse: “vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade”.

Os tempos hoje são outros, mas as provações, dificuldades, cansaços, desilusões também têm suas marcas e desafiam o testemunho de nossa fé, sem jamais deixarmos de dar a razão de nossa esperança, na prática incansável e frutuosa da caridade.

Quando fazemos memória dos Apóstolos, Pedro e Paulo e tantos que deram a vida por causa de Jesus e do Evangelho, reavivamos a chama do Espírito que em nosso peito habita.

Não podemos jamais vacilar na fé, esmorecer na esperança e esfriar na caridade, como nos ensina a Igreja. Professemos nossa fé com palavras e obras, porque tão somente assim para Deus se torna agradável.


Liturgia das horas – Vol. III - pp.1401-1402

Pedro e Paulo: Colunas Mestras da Igreja

 


Pedro e Paulo:
Colunas Mestras da Igreja
 
Celebramos numa só Festa duas colunas mestras da Igreja: São Pedro e São Paulo.
 
Assim falou Santo Agostinho, no século V, sobre eles:
 
“O martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo consagrou para nós este dia... Estes mártires viram o que pregaram, seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela verdade...
Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos.
 
Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos Apóstolos.
 
Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações dos dois Apóstolos”.
 
A complementaridade dos dois "carismas" continua atual:
- Pedro: a responsabilidade institucional;
- Paulo: a criatividade missionária.
 
Quando falamos de Pedro nos lembramos da instituição e o exercício do poder; da responsabilidade, hierarquia...
 
Quando falamos de Paulo nos lembramos da pregação, do carisma, missão, evangelização, fundação de novas comunidades...
 
Evidentemente, não podemos deixar de fazer um convite de rezarmos pelo Papa Francisco, que continua a missão a Pedro confiada pelo Senhor.
 
O Catecismo da Igreja Católica (n. 882) assim diz:
 
“O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade,quer dos Bispos, quer da multidão fiéis'. 'Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e Pastor de toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder'”.
 
Que o Espírito de Deus o conduza e ilumine, pois, como Vigário de Cristo e Pastor de toda a Igreja, o Pontífice Romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal; que pode exercê-lo livremente.
 
 

Com Pedro e Paulo sejamos peregrinos da esperança!

 


Com Pedro e Paulo sejamos peregrinos da esperança!

Assim nos falou o Apóstolo Pedro sobre a virtude divina da esperança:

“ Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” (1 Pd 1,3)

“Por Ele, vós crestes em Deus, que o Ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, de modo que a vossa fé e a vossa esperança estivessem postas em Deus.” (1 Pd 1,21)

“E quem há de fazer mal, se sois zelosos pelo bem? Mas se sofreis por causa da justiça, bem-aventurados sois! Não tenhais medo nenhum deles, nem fiqueis conturbados, antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede.” (1 Pd 3,15)

“O que nós esperamos, conforme sua promessa, são novos céus e nova terra, onde habitará a justiça. Assim, visto que tendes esta esperança, esforçai-vos ardorosamente para que Ele vos encontre em paz, vivendo uma vida sem mácula e irrepreensível” (2 Pd 3,13-14)

Quanto a Paulo, também nos enriqueceu na compreensão e vivência da virtude divina da esperança:

“Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos de espírito, servindo ao Senhor, alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração” (Rm 12,12)

“Agora, portanto, permanecem fé, esperança, caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade” (1 Cor 13,13)

“Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, sobretudo dos que tem fé. Eis o que devemos prescrever e ensinar.” (1 Tm 4,10-11)

Renovemos a cada dia a graça de sermos peregrinos da esperança, comprometidos com a Fraternidade e a Amizade Social, acolhendo as palavras dos Apóstolos, duas colunas da Igreja, que selaram com o sangue derramado a fidelidade ao Senhor, sempre movidos pelas virtudes divinas: fé, esperança e caridade.

Oremos:

“Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação, pela intercessão dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Pedro e Paulo, o Amor de Cristo os seduziu

                                                   

Pedro e Paulo, o Amor de Cristo os seduziu
 
Celebramos a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, que viveram total fidelidade e testemunho de Jesus Cristo Vivo e Ressuscitado.
 
Chegaram gloriosamente à pátria celeste: Pedro pela cruz e Paulo pela espada.
 
Com a passagem da primeira Leitura (At 12,1-11), refletimos sobre a missão e o testemunho do Apóstolo Pedro, e renovamos a certeza de que Deus cuida daqueles que chamou, ama e envia. 
 
Pedro foi chamado por Jesus Cristo e com Ele conviveu, e do Divino Mestre, recebeu todos os ensinamentos, bem como lhe foram confiadas as chaves do Reino dos Céus para ligar e desligar, para conduzir o rebanho do Senhor.
 
Deste modo, com a passagem, mais que uma descrição histórica, temos uma catequese de como Deus cuida de Sua Igreja, de modo que as portas do inferno não prevalecerão contra ela, como bem foi dito no Evangelho pelo Senhor. É como um selo da autenticidade da missão dos Discípulos Missionários do Senhor.
 
O caminho feito por Pedro, em muito se assemelha ao d’Aquele pelo qual teve o coração seduzido: Jesus Cristo.
 
Bem disse o Senhor – “Bem aventurados sois vós quando vos injuriarem, caluniarem, perseguirem e disserem todo nome por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,11-12), e ainda: “Não temais pequeno rebanho do meu Pai, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino” (Lc 12,32).
 
Os discípulos de Jesus devem testemunhar com sinceridade e coragem os valores que acreditam, contra todas as dificuldades, incompreensões, perseguições e calúnias.
 
Também contemplamos uma comunidade solidária e solícita na oração; unida na alegria e na dor; na perseguição e na vitória, e vemos como é  necessária a Oração da comunidade em favor daqueles que dela cuidam, e hoje de modo especial, elevamos orações pelo nosso Papa Francisco, sucessor de Pedro.
 
A passagem da segunda Leitura (2Tm 4,5-8;17-18), como que um Testamento de Paulo, um discurso final, uma avaliação de todo seu apostolado, é uma luz que se acende para o encorajamento da comunidade,  e que será muito propício para o reavivamento de seu ardor evangelizador e ânimo pastoral.
 
Paulo não conviveu com o Senhor, mas teve aquele encontro com o Ressuscitado que reorientou todo o seu existir. Não propriamente uma conversão, porque ele era zeloso no cumprimento da Lei Divina, mas aquela experiência a caminho de Damasco transformou todos os seus planos e projetos, tornando-o Doutor das Nações, o grande missionário evangelizador em suas impressionantes viagens missionárias.
 
Ele se apresenta como um “atleta” de Cristo, empenhado no bom combate da fé, suportando o martírio; ora silencioso, ora extremado, culminado em sua morte pela espada.
 
Na passagem, temos o lamento desiludido de um homem cansado, como é próprio da condição humana. Mas tem algo mais: sabe em quem confiou, sabe que Deus jamais o desamparou. Entenda-se lamento desiludido, não como decepção, mas como a extrema confiança da missão que abraçou e se dedicou.
 
Assim pode acontecer conosco, podemos até nos decepcionarmos nos espaços internos da Igreja ou fora dela, mas jamais com Deus. E, por isto, jamais desistir da missão. 
 
Se há algo que nos entristeça, há muitíssimo mais que nos alegra. Mistério da Cruz, Mistério Pascal que deve ser vivido com toda fé, esperança e caridade.
 
Mesmo no cárcere, escrevendo a Timóteo, Paulo encontra palavras de ânimo, de exortação. 
 
Acolhamos estas palavras, sobretudo nos momentos difíceis por que possamos passar, na obscuridade dos fatos, nos quais Deus mais do que nunca Se revela com todo Seu esplendor, com todo Seu amor.
 
Paulo testemunha de quem confia no Senhor, e nunca se sente só, jamais se sente desamparado. Ele mesmo disse aos Filipenses (Fl 4,13) –“Tudo posso n’Aquele que me fortalece”.
 
Na passagem do Evangelho (Mt 16,13-19), temos a interrogação de Jesus sobre a Sua identidade. 
 
Não se trata de conferir índice de ibope, mas a compreensão da Sua verdadeira identidade para que configure Seus discípulos a Ele.
 
Que saibam a quem seguem, e a quem vão testemunhar. Respostas superficiais e inconsequentes não agradam o Coração do Senhor. Pedro pela revelação divina dá a verdadeira resposta: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.
 
Por isto, assim como negara três vezes na paixão e morte do Redentor, por três vezes teve que responder a inquietante interrogação de Nosso Senhor: “Simão, filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?”.
 
Como já mencionei, a Pedro são confiadas as chaves. Não para ser guardião nas portas dos céus, mas para conduzir, organizar, orientar o rebanho do Senhor a Ele confiado. Esta é a sua missão. Esta é a missão de nosso Papa Francisco, por quem não devemos poupar Orações.
 
Reflitamos:
 
- Qual é o lugar que Jesus ocupa em nossa existência?
- O que os  Apóstolos Pedro e Paulo  tem a nos ensinar?
 
- Por que estamos na Igreja?
- Somos uma comunidade estruturada para amar e servir, como comunidade do Ressuscitado?
 
- Temos consciência da dimensão profética e missionária da Igreja?
- De que modo procuramos entender e rezar pela missão de nosso Papa?
Empenhemos mais intensamente e apaixonadamente no bom combate da fé, com o coração por Jesus mais que seduzido; e também nos empenhemos para alcançar a merecida Coroa da Glória, para os justos reservada.
 
Cremos que as duas colunas alcançaram, e nós como pedras vivas da Igreja pelo Batismo, desejemos e façamos por também merecer e alcançar. 


Pedro e Paulo: as Colunas Mestras da Igreja


 

Pedro e Paulo: as Colunas Mestras da Igreja
 
Dia 29 de junho a Igreja celebra, numa só Festa, duas colunas mestras da Igreja: São Pedro e São Paulo (quando cai no dia da semana, no Brasil, transfere-se para o domingo seguinte).
 
Assim falou Santo Agostinho, no século V, sobre eles: “O martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo consagrou para nós este dia... Estes mártires viram o que pregaram, seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela verdade... Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos.
 
Na realidade, os dois eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos Apóstolos.
 
Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações dos dois Apóstolos”.
 
A complementaridade dos dois ”carismas” continua atual: Pedro, a responsabilidade institucional; Paulo, a criatividade missionária.
 
Quando falamos de Pedro, nos lembramos da instituição e o exercício do poder; da responsabilidade, hierarquia; e quando falamos de Paulo, nos lembramos da pregação, do carisma, missão, evangelização, fundação de novas comunidades.
 
Deste modo, elevemos a Deus orações pelo nosso querido Papa Francisco, que continua a missão a Pedro confiada pelo Senhor, pois assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (n. 882):
 
“O Papa, Bispo de Roma e sucessor de São Pedro é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, todos os bispos com a multidão dos fiéis”.
 
Que o Espírito de Deus o conduza e ilumine, pois, como Vigário de Cristo e Pastor de toda a Igreja, o Pontífice Romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal; que pode exercê-lo livremente.
 

Apóstolos Pedro e Paulo: Colunas da Igreja



Apóstolos Pedro e Paulo: Colunas da Igreja 

Sem paixão não há discipulado

As palavras do Papa Bento XVI, no discurso inaugural da Conferência de Aparecida (2007), ecoam no coração de todo Presbítero e do Povo de Deus:
 
“O discípulo, fundamentado na rocha da Palavra de Deus, sente-se impulsionado a levar a Boa Nova da Salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele Salva (At 4,12). Com o efeito, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro”.
 
Sem paixão não há discipulado, apostolado, missão, evangelização… Enamorar-se por Cristo é assumir um compromisso irrenunciável com a Boa Nova do Reino por Ele inaugurado.
 
Assim como a morte de Cristo foi um ato extremo de Amor, Seus fiéis seguidores trilharam o mesmo caminho.
 
Enamorados por Cristo, Sacerdote e comunidade, devem cultivar profunda amizade pessoal com Ele, compartilhando os Seus sofrimentos (Fl 2,1-11).
 
Em todo o tempo somos exortados a reler as página da história da nossa Igreja, o testemunho daqueles que professaram a fé em Cristo. 
 
 
Trazemos à memória a maravilhosa declaração de amor do Apóstolo Pedro ao próprio Senhor: “Simão, filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?” - “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que Te amo”. Somente após a confirmação do amor é que o Senhor lhe confiou o cuidado do rebanho – “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21,4-23).
 
O Apóstolo Paulo nos dá inúmeras provas de amor por Cristo. Uma das mais expressivas encontramos em Gálatas –“Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne , vivo-a pela fé no Filho de Deus que me amou e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2,20). Para o Apóstolo viver é Cristo e o morrer é lucro (Fl 1,21).
 
Mais adiante declara: “Mas o que era para mim lucro, tive-o como perda, por amor de Cristo. Mais ainda: tudo considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por Ele, perdi tudo e tudo tenho como esterco, para ganhar a Cristo e ser achado n’Ele…” (Fl 3,7-16).
 
Quando da Solenidade de São Pedro e São Paulo, em um dos seus Sermões,  assim nos falou Santo Agostinho (séc. V):
 
“O martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo consagrou para nós este dia (…) Estes mártires viram o que pregaram, seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela verdade (…)
 
Num só dia celebramos o martírio dos dois apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só. Embora tinham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu.
Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos  (...)
 
Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois Apóstolos”. 
 
De fato, foram derramaram o sangue por amor a Jesus e sofreram o Martírio: Pedro pela cruz e Paulo decapitado pela espada.
 
Reflitamos:
 
- Como tem sido nosso discipulado?
- Quanto estamos verdadeiramente enamorados por Cristo, configurados a Ele, com mesmos sentimentos e pensamentos, como nos propõe o Apóstolo Paulo?
 
Concluindo, somente enamorados por Cristo, seduzidos pela Sua Verdade, é que nos colocaremos intrepidamente no caminho, com Ele que é o próprio Caminho, e teremos Vida plenamente.

“A tríplice confissão apaga a tríplice negação..."

 


“A tríplice confissão apaga a tríplice negação...”

À luz dos Tratados sobre o Evangelho de São João, do Bispo Santo Agostinho (Séc. V), reflitamos sobre a força do amor que vence o temor da morte.
 
“O Senhor interroga sobre o que já sabia, não só uma vez, mas duas e três vezes: se Pedro o ama. De todas as vezes, ouve uma só resposta, que Pedro o ama. E, em todas elas, confia a Pedro o pastoreio de suas ovelhas.
 
A tríplice confissão apaga a tríplice negação, para que a língua não sirva menos ao amor do que ao temor; e não pareça que a iminência da morte o obrigou a falar mais do que a presença da vida. Seja serviço de amor apascentar o rebanho do Senhor, como foi prova de temor negar o pastor.
 
Quem apascenta as ovelhas de Cristo, como se fossem suas, não ama a Cristo mas a si mesmo.
 
Contra esses, que também o Apóstolo censura dizendo que procuram os próprios interesses e não os de Cristo, estas palavras que o Senhor repete insistentemente são uma séria advertência.
 
Então que quer dizer: Tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas (Jo 21,17) senão: Se me amas, não penses em te apascentar a ti mesmo, mas as minhas ovelhas; apascenta-as, considerando minhas, não tuas; procura nelas minha glória, não a tua; meus interesses, não os teus; não sejas daqueles que nos tempos de perigo só amam a si mesmos e tudo o que deriva deste princípio, que é a raiz de todo mal.
 
Os que apascentam as ovelhas de Cristo, não amem a si mesmos; não as apascentem como sendo próprias, mas como pertencentes a Cristo.
 
O defeito que mais devem evitar os que apascentam as ovelhas de Cristo consiste em procurar os próprios interesses e não os de Jesus Cristo, destinando ao proveito próprio aqueles por quem Cristo derramou o seu sangue.
 
O amor de Cristo deve crescer até atingir tal grau de ardor espiritual naquele que apascenta as suas ovelhas, que supere até mesmo o natural medo da morte, que nos leva a não querer morrer, ainda que queiramos viver com Cristo.
 
Contudo, por maior que seja o temor da morte, deve vencê-lo a força do amor com que se ama Aquele que, sendo nossa vida, quis sofrer até a morte por nós.
 
Na verdade, se não houvesse ou fosse insignificante o mal da morte, não seria tão grande a glória dos mártires. Mas, se o Bom Pastor, que deu a vida por suas ovelhas, suscitou tantos mártires entre as suas ovelhas, quanto mais não devem lutar pela verdade até à morte, e até o sangue, contra o pecado, aqueles que receberam o encargo de apascentá-las, isto é, de instruí-las e dirigi-las?
 
Por este motivo, diante do exemplo da paixão de Cristo, e ao pensar em tantas ovelhas que já o imitaram, quem não compreende que os pastores devem ser os primeiros a imitar o Pastor? Na verdade, os mesmos pastores são também ovelhas do único rebanho, governado pelo único Pastor. De todos nós ele fez suas ovelhas, por todos nós padeceu; para padecer por todos nós, ele mesmo se fez ovelha”.
 
“A tríplice confissão apaga a tríplice negação”, assim aconteceu com Pedro. Também nós precisamos permanentemente declarar nosso amor pelo Senhor, superando possível “negação”, com nossas infidelidades e pecados.
 
Urge rever nossos caminhos, palavras, pensamentos e atitudes, a fim de que sejamos autênticas testemunhas do Cristo Ressuscitado.
 
Renovemos em nós a força do amor que vence o temor da morte, bem como a nossa fé no Senhor, que conosco caminha, ainda que não percebamos.
 
A exemplo de Pedro, renovemos em nós a chama do primeiro amor, para vencermos as dificuldades e tentações do cotidiano, em plena fidelidade ao Senhor, como rezamos na oração que Ele mesmo nos ensinou:
 
“Pai Nosso, que estais nos céus... Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.”


Conduzi-nos, Senhor...

Conduzi-nos, Senhor...

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”
(Jo 6,68-69).

Concedei-nos, Senhor,  consciência e lucidez intensa e profunda
para uma participação ativa, piedosa e frutuosa no Banquete da Eucaristia.

Fortalecei, Senhor, nossa adesão pessoal a Jesus, o Pão da Palavra e da Vida,
Para que os pensamentos e sentimentos do nosso coração sejam como os Vossos.

Também seja verdadeira e frutuosa a nossa recepção de todos os Sacramentos,
E, assim, reafirmarmos e renovarmos compromisso no Vosso  seguimento.

Ajudai-nos, Senhor, no caminho de conversão para fraternas e sinceras relações com os outros,
Na vivência dos amores inseparáveis: amor a Deus e ao nosso próximo.

Conduzi-nos, Senhor, no caminho da verdade e da justiça,
Do amor e da fidelidade, para que mereçamos alcançar a glória eterna. Amém.

Pedro e Paulo: Testemunhas apaixonadas pelo Cristo Jesus!

                                                                 

Pedro e Paulo:
Testemunhas apaixonadas pelo Cristo Jesus!

Com a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, celebraremos a vida e o testemunho de duas colunas da Igreja, tão diferentes e tão necessários para levar adiante a Missão de Jesus e proclamar a Boa Nova da Salvação.

Pedro e Paulo: a paixão por Cristo os consumiu!  Que amor por Jesus! Como não imitá-los no seguimento de Jesus?

Ambos estão na glória porque foram devorados pelo Amor: Amaram o Amado, e por Ele foram seduzidos.

Pedro lembra a instituição, Paulo o carisma, a evangelização. Ambos escreveram uma História de conversão, fidelidade da doação e entrega da vida por amor ao Amor que nos amou até o fim. Também eles amaram até as últimas consequências.

A paixão por Cristo os devorou, os levou a entregar a própria vida: Pedro morrendo na cruz, Paulo pela espada...

Ambos derramaram o sangue por amor a Jesus. Que amor, que incrível amor sentiam por Jesus!

Reflitamos:

- Tenho a mesma coragem de Pedro e Paulo?
- A Oração, a união, a solidariedade são fundamentais na missão.
- Como eu as vivo?

- Quem é Jesus para mim?
- Como testemunho verdadeiramente a pessoa de Jesus?
- Por que sou Igreja?

- Eles são colunas, eu sou uma pedra viva na Igreja do Senhor?
- Como Paulo, combato o bom combate da fé com coragem, confiança na presença do Senhor?

Rezemos por toda a Igreja e hoje, sobretudo, pelo nosso Papa Francisco:

Que o Senhor lhe conceda sabedoria e amor para conduzir a Igreja de Cristo, e com esta Solenidade nos renove no amor a Igreja, no testemunho de Jesus e também nos ajude a sermos mais fiéis à Doutrina dos Apóstolos, vivendo mais intensamente a partilha, a comunhão fraterna.

As orações multiplicadas sejam nossa força e alargamento de horizontes comprometidos do Reino, sempre nutridos pelo Substancial, Indispensável e Incomparável Alimento: a Eucaristia!

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