Redescobrir Deus é preciso
Reflexão à luz da passagem do Livro da Sabedoria (Sb 13,1-9), sobre a necessidade da redescoberta de Deus presente em nossas vidas e em nossa história, na procura da Sabedoria.
Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:
“As conquistas da ciência, servindo-se das leis que regulam a criação, determinaram um vertiginoso progresso, que levou o homem a sentir-se autossuficiente, dono do próprio destino, a ponto de proclamar a ‘morte de Deus’.
Os fetiches pagãos de outrora, o ar, a água, o fogo, ‘considerados deuses’ (v.3), foram substituídos pela ciência, técnica e o progresso. Vieram depois as amargas autocríticas dos cientistas, as denúncias de ‘morte do homem’ feitas pelos filósofos e a desorientação do homem contemporâneo.
‘Ao recusar frequentemente reconhecer Deus como seu princípio, o homem rompe a ordem que o orientava para o seu fim último e, ao mesmo tempo, quebra toda a harmonia, quer em relação a si mesmo, quer em relação aos outros homens e a toda a criação’ (GS 13). Para retomar o rumo certo, é preciso redescobrir Deus.”
É preciso construir um futuro sem prescindir de Deus, pois qualquer tentativa de construção, qualquer projeto sem Ele volta-se, inevitavelmente contra o próprio homem. De fato, “é preciso redescobrir Deus”.
Na Encíclica Fé e Razão, do Papa São João Paulo II, vemos a relação inseparável e necessária entre ambas; portanto, é preciso que as ciências humanas e divinas sejam, de fato, degraus para chegarmos até o Absoluto de nossas vidas: Deus.
É preciso avançar no conhecimento, nas conquistas das ciências, mas sem se curvar aos novos fetiches ou ídolos.
Precisamos da ciência, da técnica e do progresso. Não há lugar para discursos retrógrados, mas também não podemos nos curvar para discursos do indiferentismo religioso.
Quando nos concebemos como criaturas, voltamo-nos para o Criador e procuramos descobrir, mergulhar nos mistérios mais profundos do próprio homem, onde Deus habita.
A procura do saber, a inquietação pelo saber jamais se contrapõem à busca da sabedoria maior e necessária, a Sabedoria do Espírito, a Sabedoria Divina.
PS: GS - Gaudium et Spes - Vaticano II
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