O contínuo processo de formação Presbiteral
“Não Fostes vós que me escolhestes,
mas fui Eu que vos escolhi.”
(Jo 15,16)
Todos os Presbíteros devem sentir-se encorajados, com a palavra e com o exemplo do seu Bispo e dos seus irmãos no Sacerdócio, a assumir a responsabilidade da sua própria formação, sendo o primeiro formador de si mesmo.
De modo que, pelo testemunho da fé, devem possuir uma vida espiritual sólida, alimentada pela intimidade com Jesus Cristo, em Sua Palavra e Eucaristia, e pelo amor à Igreja, a quem devemos também amar e com, alegria e generosidade, servir.
Esta formação permanente compreende todas as dimensões de nossa vida, por isto deve ser completa: humana, espiritual, intelectual, pastoral, sistemática e personalizada.
Como pessoa, o Presbítero é chamado à prática da bondade de coração, paciência, amabilidade, com força de ânimo, amor à justiça, tendo equilíbrio em tudo, assim como viver a fidelidade à palavra dada, em total coerência com os compromissos livremente assumidos, numa autêntica maturidade humana e afetiva, sem jamais esquecer os valores fundamentais aprendidos na família, berço precioso das vocações.
Como homem espiritual, ter paixão pela Palavra divina, com sede de aprofundamento da mesma, bebendo na fonte da Patrística, da vida e escritos dos Santos, tendo sempre em mãos bons livros, para que lendo e assimilando e vivendo o que se lê e estuda, o Espírito do Senhor fale por sua boca.
Acrescente-se a isto, como homem de oração, amor incondicional e incomparável pelos Sacramentos que celebra, e de modo especial, a Eucarística, fonte e ápice de toda a vida da Igreja e do seu Ministério.
Como homem espiritual, deve ter um plano de vida pessoal, para que, em nome do tanto fazer, não acabe sufocando momentos imprescindíveis do refazer-se da força e da graça divinas, por meio da vida de recolhimento, silêncio, intimidade e amizade com o Senhor, em longo e sincero diálogo.
Como homem da ciência, não pode descuidar de dialogar com as diversas ciências, para que a pregação e o anúncio sejam raios luminosos na condução do rebanho e no diálogo com o mundo, para que ele se identifique cada vez mais com os desígnios de Deus.
Na leitura, aprofundamento do conhecimento humano, aliado ao conhecimento divino, terá a verdadeira sabedoria, degraus para alcançar as coisas do alto.
Homem da fé, mas também homem da razão, do discurso lógico, fundamentado, pertinente e questionador dos contravalores que ferem e destroem a vida, para que, com coragem, saiba defender os valores que não podem jamais serem esquecidos, para que a vida não seja diminuída ou violada, da concepção ao seu declínio natural.
Como homem da ciência, deve estar sempre atualizado e pronto a dar razão da sua esperança, como nos falou o Apóstolo Pedro (1 Pd 3,15) diante das interrogações que os fiéis e o mundo apresentam. Por isto, deve se aproveitar das inúmeras possibilidades que os meios de comunicação social oferecem para se formar, e neste espaço também ser um agente formador, sem jamais trair a doutrina e os princípios da Igreja a qual serve.
Como pastor, em comunhão com o Bispo e Presbitério, viver a diocesaneidade, pois sozinho não conseguirá enfrentar os desafios da pós-modernidade, com o perigo do isolamento e, ao mesmo tempo, enfraquecimento da vitalidade ministerial. É inconcebível o Ministério Presbiteral vivido isoladamente.
Como pastor, educador da fé, deve ter um zelo muito especial para que o rebanho conheça a Doutrina da Igreja, por seus Documentos diversos, dentre eles, o Catecismo da Igreja Católica, um tesouro sempre em mãos.
A formação permanente assim, em suas dimensões: humana, espiritual, intelectual, e pastoral, de modo orgânico e completo, deve ser procurada por cada presbítero, incansavelmente, de forma personalizada, considerando sua história e carismas.
Urge empenharmos esforços e multiplicar orações, para que tenhamos Presbíteros verdadeiramente felizes e zelosos do Ministério pela Igreja confiado.
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