Uma reflexão a partir da passagem da Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (1 Cor 15, 1-11), sobre o Mistério central de nossa fé: a Ressurreição de Jesus.
A Ressurreição trata-se de uma realidade que dá forma à vida do discípulo, levando-o a enfrentar, sem medo, as forças da injustiça e da morte.
Na passagem, encontramos o mais antigo querigma (anúncio) da Morte e Ressurreição de Cristo, já com ligação à redenção dos pecados, de modo que o Apóstolo Paulo reafirma, com vigor e paixão, esta verdade, escrevendo para uma comunidade cujo contexto cultural é de não aceitação da unidade do corpo e da alma, com influências das filosofias dualistas (viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade ideal e nobre) e, com isto, a dificuldade de aceitação da ressurreição integral do homem.
O Apóstolo anuncia a Ressurreição com argumentação clara e explícita: ressuscitaremos da mesma forma um dia, porque Cristo Ressuscitou, do contrário vazia é a nossa fé.
A Ressurreição de Cristo é um fato real, mas ao mesmo tempo sobrenatural e meta-histórico, porque ultrapassa completamente quaisquer categorias humanas de espaço e de tempo, e nos insere necessariamente no contexto da fé.
A fé na Ressurreição foi testemunhada pela transformação ocorrida no coração dos discípulos, antes cheios de medo, frustrados e acovardados, tornando-se intrépidos mensageiros e testemunhas de Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado.
Com a fé e presença de Jesus Ressuscitado, o medo cede lugar para a coragem; a frieza para o ardor e a missão se realiza pelo testemunho.
A comunidade cristã é chamada a fazer, ao longo da história, este mesmo itinerário de descoberta, superação, conversão e testemunho da força que vem do Cristo Vivo e Ressuscitado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário