Vigilantes para um fecundo testemunho
Ouvimos, no 32º domingo do Tempo Comum, a passagem do Evangelho em que Jesus nos convida a uma atitude de vigilância na espera de Sua vinda gloriosa, à luz da parábola das dez virgens: cinco insensatas e cinco prudentes (Mt 25, 1-13).
A vigilância, na Sagrada Escritura, atinge o máximo de sua expressão, pois é uma atitude para que sigamos Jesus, como discípulos missionários: estar presente quando passar o Esposo e participar de Seu cortejo, da festa de Sua núpcia.
É preciso, como Igreja, estarmos sempre prontos para a Sua volta, sobretudo nos tempos atuais, uma “época de fermentação contínua, de dinamismo e de evolução” (1), quando “no passado dominava uma concepção estática da história” (2).
Daqui decorre a mais do que necessária vigilância ativa na fé, para que nossa esperança ande de mãos dadas com a caridade criativa e inauguradora de novas realidades.
Esta vigilância nos coloca numa expectativa ativa, operante, que não nos permite o cruzar dos braços, nem omissões, ainda que difíceis sejam as realidades em que nos encontremos.
É preciso preparar, a cada instante, esta chegada e encontro com o Senhor, de modo que vigilância pode ser assim compreendida:
- lutar contra toda insensibilidade, indiferença, apatia moral, negligência e atitudes de prostração, para que alcancemos a meta e estarmos prontos para quando Jesus chegar;
- a luta contínua contra o mal e a tentação, a cada dia, como rezamos na Oração que o próprio Senhor nos ensinou;
- viver como “filho da luz”, permanentemente desperto e resistente às trevas e suas seduções, como expressão do mal que possa nos seduzir e nos desviar do Caminho, da Verdade, da Vida e da Luz que é o próprio Senhor;
- saber discernir as “visitas” que o Senhor nos faz em cada momento, batendo em nossas portas, ou mesmo nos interpelando nos fatos da história, notícias, que se multiplicam e chegam até nós de formas múltiplas;
- saber ler os sinais dos tempos, indo ao encontro do Senhor que vem, que passa ao nosso lado nas pessoas, nos acontecimentos, nos fatos, e procurar caminhos de compromisso e solidariedade, de modo especial para com os que mais precisam;
- como Igreja, saber discernir o desafio que o mundo apresenta (fome, guerras, conflitos, desigualdades sociais, questão socioambiental...), procurando, à luz da Palavra e da Tradição, novas mentalidades, posturas e atitudes;
- não instalar-se nas aparentes seguranças do já alcançado e conhecido, abrindo-se ao sopro do Espírito, que age e faz, iluminando as realidades mais sombrias e desafiadoras.
Oremos:
“Fortalecidos por este Alimento sagrado, nós vos damos graças, ó Deus, e imploramos vossa clemência; fazei que perseverem na sinceridade do vosso amor aqueles que fortalecestes pela infusão do Espírito Santo. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”
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