segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Rezando com os Salmos - Sl 110(111)

 




As obras do Senhor são verdade e justiça

–1 Eu agradeço a Deus de todo o coração *
junto com todos os Seus justos reunidos!
–2 Que grandiosas são as obras do Senhor, *
elas merecem todo o amor e admiração!

–3 Que beleza e esplendor são os Seus feitos! *
Sua justiça permanece eternamente!
–4 O Senhor bom e clemente nos deixou *
a lembrança de suas grandes maravilhas.

–5 Ele dá o alimento aos que O temem *
e jamais esquecerá Sua Aliança.
–6 Ao Seu povo manifesta Seu poder, *
dando a Ele a herança das nações.

–7 Suas obras são verdade e são justiça, *
seus preceitos, todos eles, são estáveis,
–8 confirmados para sempre e pelos séculos, *
realizados na verdade e retidão.

=9 Enviou libertação para o Seu povo, †
confirmou Sua Aliança para sempre. *
Seu nome é santo e é digno de respeito.

=10 Temer a Deus é o princípio do saber, †
e é sábio todo aquele que o pratica. *
Permaneça eternamente o Seu louvor.”

Com o Salmo 110(111) contemplamos as grandes obras do Senhor, sobretudo os prodígios durante o Êxodo.

Também o autor do Livro do Apocalipse nos convida a contemplar as maravilhas por Deus realizadas:

“Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! (Ap 15,3).

Supliquemos a Deus para nos conceda um olhar contemplativo de Suas maravilhas, e assim renovemos nossos sagrados compromissos com a Boa Nova do Reino, passando sempre da contemplação para a oblação. Amém.

Testemunhar a fé em todo o tempo

                                                     

Testemunhar a fé em todo o tempo
 
Sejamos enriquecidos pelo Sermão Escrito por Orígenes (séc. III):
 
Senhor, salva-nos, que estamos perecendo. Era tanto o temor que tinham, estavam tão perturbados e tão fora de si, que chegaram ao Senhor com grande alteração, sem descanso nem sossego, mas muito apressados, e lhe disseram assim: Senhor, salva-nos, que estamos perecendo.
 
Ó bem-aventurados e verdadeiros discípulos de Deus! Tendes convosco ao verdadeiro Senhor e Salvador do mundo, e temeis algum perigo? Tendes convosco a vida, e temeis a morte? Tendes presente ao Criador do mar, e lhe despertais com medo da tempestade? Como? Pois não basta seu poder, mesmo que com o corpo durma, para amansar as ondas e aplacar a tempestade?
 
Mas a isto responderão estes santos e tão amados discípulos: ‘Agora nós somos pequenos, somos fracos, não estamos fortificados na fé, e por isso tememos, ainda não vimos a cruz do Senhor; ainda não fomos confirmados na gloriosa Paixão e triunfante Ressurreição; na sua maravilhosa Ascensão aos céus; não nos visitou com a vinda do Espírito Santo sobre nós, e desta forma não vos maravilheis de que sejamos fracos e temamos, e por isso mesmo ouvimos muitas vezes que, repreendendo-nos, o Senhor nos chama homens de pouca fé, e tudo o sofremos com amor e humildade para segui-Lo’.
 
Por que estais tão medrosos, homens de pouca fé? Por que não tendes fortaleza? Por que não tendes perfeita confiança e segurança? Como?
 
E se a morte vos viesse, não seria motivo que com muita constância a sofrêsseis? Não sabeis que a fortaleza é virtude necessária para sofrer tudo o que nos sobrevém?
 
Qualquer perigo e tribulação, até a própria morte se sofre com a fortaleza: a fortaleza também é útil contra os prazeres, riquezas e honras do mundo, porque com ela nos defendemos para não nos ensoberbecermos, para não desvanecermos.
 
Porque a fortaleza nos ensina a não menosprezar aos nossos inimigos, nem ter em pouca consideração aos pobres humildes; ensina-nos como não devemos esquecer-nos de Deus, nem desamparar ao nosso Criador, nem ser-lhe ingratos; e de uma coisa vos aviso: que se é necessária a virtude da fortaleza para combater as adversidades e as dificuldades, para armar-se da fé e sofrer tudo por Deus, não é menos necessária para saber usar das honras, riquezas e prosperidades que o mundo nos dá, para que não nos sirvam de ciladas em que o diabo nos amarre.
 
Portanto, por que estais perturbados, ó homens de pouca fé? Se crestes que Eu sou verdadeiramente Deus, Criador de todas as coisas, e por isso me seguistes e me tomastes por Mestre, como duvidais que o que Eu criei esteja em meu poder e ao meu comando? Por que duvidastes, ó homens de pouca fé? Não sabeis que está escrito que aquele que pouco crê será repreendido; e o que nada crê, será menosprezado? Os fracos na fé serão repreendidos, os que forem completamente alheios à fé serão castigados.
 
Então, levantando-se, ordenou aos ventos e ao mar, e houve grande calmaria. O grande profeta disse: E levantando-se o Senhor como quem dormia, ou como um poderoso embriagado por vinho, feriu a todos os seus inimigos nas costas; agora, levantando-se, ordenou aos ventos e ao mar, e houve grande calmaria. Ordenou aos ventos e ao mar como seu Criador que era: ordenou aos seus como poderoso, ordenou aos ventos como seu Senhor, e ordenou-lhes antes por seus discípulos, para que eles, vendo-o, fossem confirmados na fé.” (1)
 
Também nós, podemos passar por momentos difíceis, em que devemos testemunhar nossa fé em Deus, e n’Ele colocar toda a nossa confiança.
 
Urge que não vacilemos na fé, nem esmoreçamos na esperança e não esfriemos na caridade (Papa São Leão Magno - séc. V), a fim de que sejamos resistentes na tentação, pacientes na tribulação e agradecidos a Deus nos mais preciosos sinais de prosperidade.
 
 
 
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - pp. 412-414

Apressa-te em dizer sim, ó Maria!

                                                               

Apressa-te em dizer sim, ó Maria!

Com a Homilia de São Bernardo (séc. XII), em louvor à Virgem Mãe, refletimos sobre o sim de Maria na realização da vontade de Deus.

“Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo.

O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação, se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. 

Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e  concebe a Palavra  de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem Santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e Ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas Aquele que teu coração ama!

Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento.

Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra (Lc 1,38)”.

Urgiu que Maria se apressasse em dar seu Sim para que o Verbo Se fizesse Carne em nosso meio.

A mesma urgência o nosso sim aos Projetos Divinos cotidianamente se impõe, para que o Mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor não fiquem relegados a um fato do passado, mas seja um acontecimento que se irrompe em cada instante de nossa vida!

Apressemo-nos também em dizer sim para Deus e
Seus santos desígnios a nosso respeito.

Maria, Mãe de todos os que renascem para a vida

                                                                      


         Maria, Mãe de todos os que renascem para a vida

À luz de um dos Sermões do Abade São Guerrico (séc. XII), reflitamos sobre Maria, a Mãe de Cristo e Mãe dos cristãos. 

Maria deu à luz um Filho único. Assim como Ele é Filho único de Seu Pai nos céus, é também Filho único de sua Mãe na terra. Ora, essa única Virgem Mãe, que possui a glória de ter dado à luz o Filho único de Deus Pai, abraça este mesmo Filho em todos os seus membros. Não se envergonha de ser chamada mãe de todos aqueles nos quais vê a Cristo já formado ou em formação. 

A antiga Eva, que deixou aos filhos a sentença de morte ainda antes de verem a luz do dia, foi mais madrasta do que mãe. Chamam-na mãe de todos os viventes; mas verifica-se, com mais verdade, que ela foi a origem da morte para os que vivem, a mãe dos que morrem, pois o seu ato de gerar não foi outra coisa senão propagar a morte. E já que Eva não correspondeu fielmente ao significado do seu nome, Maria realizou este mistério. 

Como a Igreja, da qual é figura, Maria é a Mãe de todos os que renascem para a vida. Ela é verdadeiramente a mãe da Vida pela qual todos vivem; ao gerar a Vida, de certo modo ela regenerou todos os que hão de viver por ela. 

A Santa Mãe de Cristo, que se reconhece mãe dos cristãos em virtude desse mistério, mostra-se também sua mãe pelo cuidado e amor que tem por eles. Não é insensível para com os filhos, como se não fossem seus; suas entranhas, fecundadas uma só vez, mas nunca estéreis, jamais se cansam de dar à luz frutos de piedade. 

Se o Apóstolo, servo de Cristo, uma e outra vez dá à luz filhos pelos seus cuidados e ardente piedade, até Cristo ser formado neles (cf. Gl 4,19), quanto mais a própria mãe de Cristo! E Paulo, de fato, os gerou, pregando-lhes a Palavra da verdade pela qual foram regenerados; Maria, porém, gerou-os de modo muito mais divino e santo, ao dar à luz a própria Palavra. Louvo realmente em São Paulo o ministério da pregação; porém admiro e venero muito mais em Maria o mistério da geração. 

Observa, agora, se os filhos também não parecem reconhecer a sua mãe. Impelidos como que por um certo natural afeto de piedade, recorrem imediatamente à invocação do seu nome em todas as necessidades e perigos, como crianças no colo da mãe. Por isso, julgo, não sem motivo, que é destes filhos que o Profeta fala quando faz esta promessa: Os teus filhos habitarão em ti (cf. Sl 101,29). Ressalve-se, no entanto, a interpretação que atribui principalmente à Igreja esta profecia. 

Agora vivemos, na verdade, sob o amparo da mãe do Altíssimo, habitamos sob a sua proteção e como que à sombra de suas asas. Mais tarde, seremos acalentados no seu regaço com a participação na sua glória. Então ressoará, numa só voz, a aclamação dos filhos que se alegram e se congratulam com sua mãe: Todos juntos a cantar nos alegramos, pois em ti está a nossa morada (cf. Sl 86,7), santa Mãe de Deus!”. 

Assim como Maria é Mãe de Jesus Cristo, também é nossa Mãe e a ela podemos recorrer em todos os momentos: na alegria e tristeza, angústia e esperança. 

Como figura da Igreja, está sempre nos acompanhando, passo a passo, como Mãe que é, e jamais nos abandona em nosso bom combate da fé, em fidelidade ao seu Filho Amado, Jesus. 

Contemos sempre com a proteção, o carinho e o amparo maternal de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

Contemplemos o Mistério da Encarnação

                                                               

Contemplemos o Mistério da Encarnação

Diante do Mistério da Encarnação do Senhor, acolhamos as palavras de três grandes santos da Igreja:

Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja (séc. IV):

“Ele (Jesus), portanto, foi pequeno, foi criança, para que possais vós, ser perfeitos adultos; Ele foi envolvido em faixas, para que sejais, vós, libertados das garras da morte; Ele, na manjedoura, para vos por sobre o Altar; Ele, na terra, para que estejais vós entre as estrelas; não havia lugar para Ele na sala comum, para que tenhais vós várias moradas na casa do Pai”.

Papa São Leão Magno (séc. V)

“Hoje, amados, filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa de eternidade…

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição…

Pelo Sacramento do Batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande Hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo”.

Bispo Santo Agostinho (séc. V):

“... Deus Se fez homem para que o homem se tornasse Deus. Para que o homem comesse o pão dos Anjos, o Senhor dos Anjos Se fez homem...

O homem pecou e tornou-se culpado; Deus nasceu como homem para libertar o culpado. O homem caiu, mas Deus desceu. O homem caiu miseravelmente, Deus desceu misericordiosamente; o homem caiu por orgulho, Deus desceu com a Sua graça...”.

Oremos:

Ó Deus, concedei-nos a graça de contemplar o Mistério da Encarnação do Vosso Filho, concebido pelo poder do Espírito Santo, e fortalecei nossos passos, para que cada vez mais correspondamos a este Mistério intenso e imenso de amor. Amém.

Mergulhemos com coragem nos Mistérios profundos de Deus! (IVDTAA)

                                               

Mergulhemos com coragem nos Mistérios profundos de Deus!

A Liturgia do 4º Domingo do Advento (Ano A) nos exorta para que intensifiquemos a preparação desta Festa do Natal do Senhor, com conversão, renovação e fortalecimento de nossa fidelidade ao Senhor.

A Liturgia da Palavra nos convida à purificação de indesejáveis alianças com falsos deuses que não nos alcançam a verdadeira alegria, somente assim teremos a possibilidade de um Natal bem celebrado. 

É imperativo a eliminação destas alianças, pois a verdadeira alegria só pode vir da Fonte das fontes, a Fonte da plena alegria, Cristo Jesus. Não percamos tempo em renovar nossa aliança de amor e fidelidade com Deus. Ele toma a iniciativa e espera nossa resposta.

Na passagem do Evangelho (Mt 1,18-24),  Deus gera Seu Filho, pelo orvalho do Espírito, no ventre de Maria. Uma vez gerado, acolhido, concebido, em vida doada no amor extremo de Cruz, e exaltado  por Sua gloriosa Ressurreição, nos reconciliará com Deus, fazendo-nos novas criaturas.       

Assim  é o Amor de Deus: gera a Fonte de amor - Jesus. Recria cada um de nós no Amor do Filho, por isto somos, d’Ele, amadas e preciosas criaturas... Em nós, faz morada pelo Espírito... 

Haverá Mistério mais belo e profundo a ser contemplado na Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus? 

Como é belo o Natal quando não esvaziamos o seu conteúdo Pascal; quando não o reduzimos a um fato do passado, a imóveis imagens num presépio!

Contemplemos duas figuras exemplares do Evangelho: Maria e José. Por trás da aparente singeleza da narrativa do sim de ambos, evidencia-se a dramaticidade vivida, a angústia, o temor... 

Não marcados pela ausência divina, ao contrário, uma proximidade que arranca de seus corações expressão de total confiança, um salto no escuro exigido pela fé para o reencontro com o esplendor da luz e da verdade. Entregam-se plenamente nas mãos de Deus, acolhem Seus desígnios que ultrapassam os limites humanos.

Maria e José nos levam a refletir quantas vezes titubeamos, tememos, oscilamos... A tibieza nos acompanha e manchamos o verdadeiro sentido do Natal, esvaziando-o de autêntico conteúdo, quando marcado pelo consumismo, ceias que nada expressam, presentes que não são acompanhados de verdadeiro amor e carinho; cartões grafados sem a tinta imprescindível do Espírito; a tinta do amor.

Maria e José, ainda que não compreendam os Mistérios e desígnios de Deus, confiam e não se contrapõem ao mesmo, exemplarmente mergulham na obscuridade do Mistério de Deus. E este é o grande convite de Deus para nós neste Natal: aceitar participar do Seu Plano de Salvação, não por nossos méritos, mas por Sua misericórdia.

A Salvação de Deus para nós é possível, mas não dispensa nossa liberdade de resposta e participação. 

Na escola de Maria e José aprendemos, a Deus, entregar todo nosso ser, nossa corporeidade, mente, espírito, tempo, fragilidade e nossa força na acolhida no mais profundo de nós, no presépio, mais ainda, na manjedoura de nosso coração Aquele que veio, vem e virá!

Eis o que nos levará a uma autêntica devoção à Nossa Senhora e ao seu justo e corajoso esposo José, aquele que tão bem soube cuidar da Fonte da Vida!

Que o Advento seja Tempo favorável de nos rejuvenescermos no amor de Deus, e assim no Natal saborearmos a alegria de nos doarmos aos irmãos, como tão bem fizeram Maria e José.

Deus vem ao nosso encontro... Abracemos com alegria esta proposta de Salvação. 

Fecharmo-nos a Deus, eclipsando-O de nossas vidas e negarmos Cristo, fará desaparecer o sentido e o valor da vida. A esperança dará lugar ao desespero, bem como a alegria sucumbirá dando lugar à depressão; afundaremos no lodaçal do pecado, da escuridão, do desamor, do rancor, da injustiça, da solidão... Desintegração pessoal, humano-afetiva, espacial e cósmica que trará funestas consequências, instaurando o caos indesejável, afastando-nos do sonho e desejo de Deus: o Reino, o reencontro do paraíso em passos firmes e certos para a plenitude do Seu amor – céu...

Diante do presépio nos coloquemos e uma vez extasiados pela singeleza do mesmo, renovemos nossa fidelidade a Deus, revigoremo-nos no Banquete da Eucaristia; deixemo-nos iluminar pela Luz Divina que a Palavra resplandece.

Com Maria e José, aprendamos que a promessa da vinda do Salvador não foi uma promessa inócua, jamais realizada; aprendamos com eles que Deus promete, Deus cumpre, pois é próprio do amor de Deus cumprir Suas promessas. 

Com eles, busquemos a Salvação que se destina a todos, não por imposição, mas acolhida com amor e liberdade, maturidade e fidelidade. Depende do quanto, a ela, nos abrimos na acolhida do Verbo que em nós mais uma vez quer fazer morada...

Ainda é tempo de preparar um lugar digno para a presença do Deus Menino, lá no mais profundo de nós, do que nós de nós mesmos. Afinal, é próprio do amor de Deus querer habitar no coração daqueles que Ele ama!



PS: IV Domingo do Advento -(ano A) -  Liturgia da Palavra: Is 7,10-14; Sl 23; Rm 1,1-7; Mt 1,18-24 

Em poucas palavras... (IVDTAA)

                                                           


Jesus, a Misericórdia de Deus para com os pecadores

“O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores (Lc 15). O anjo assim o disse a José: «Pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados» (Mt 1, 21), o mesmo se diga da Eucaristia, sacramento da Redenção: «Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que vai ser derramado por todos para a remissão dos pecados» (Mt 26, 28).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1846

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