sábado, 18 de outubro de 2025

A autêntica Oração e o crescimento espiritual (XXIXDTCC)

                                                    



A autêntica Oração e o crescimento espiritual

O trecho da “Carta a Proba”, do Bispo Santo Agostinho (Séc. V) nos fala sobre a autêntica Oração, na qual exercitamos a nossa vontade.

“Por que nos dispersamos entre muitas coisas e, temendo rezar de modo pouco conveniente, indagamos o que pedir, em vez de dizer com o Salmo:

Uma só coisa pedi ao Senhor, a ela busco: habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida, para contemplar as delícias do Senhor e visitar Seu Templo? (Sl 26,4).

Pois ali os dias não vêm e vão, o fim de um não é o princípio de outro. Todos ao mesmo tempo não têm fim, ali onde nem a própria vida, a que pertencem estes dias, tem fim. 

Para alcançarmos esta vida feliz, a verdadeira Vida nos ensinou a orar. Não com multiplicidade de palavras, como se quanto mais loquazes fôssemos, mais nos atenderia.

Mas rogamos Àquele que conhece, conforme Suas mesmas Palavras, aquilo que nos é necessário, antes mesmo de lhe pedirmos (cf. Mt 6,7-8). 

Pode alguém estranhar por que motivo assim dispôs quem já de antemão conhece nossa necessidade. Temos de entender que o intuito de nosso Senhor e Deus não é ser informado sobre nossa vontade, que não pode ignorar.

Mas despertar pelas Orações nosso desejo, o que nos tornará capazes de conter aquilo que se prepara para nos dar. Isso é imensamente grande, mas nós somos pequenos e estreitos demais para recebê-lo.

Por isto, nos é dito: Dilatai-vos; não aceiteis levar o jugo com os infiéis (2Cor 6,13-14). 

Isso é tão imensamente grande que os olhos não o viram, porque não é cor; nem os ouvidos ouviram, porque não é som; nem subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9), já que o coração do homem deve subir para lá.

Isso nós o recebemos com tanto maior capacidade quanto mais fielmente cremos, com mais firmeza esperamos, mais ardentemente desejamos. 

Por conseguinte, nesta fé, esperança e caridade, sempre oramos pelo desejo incessante. Contudo, em certas horas e tempos também rezamos a Deus com palavras, para nos exortar a nós mesmos, mediante seus símbolos, e avaliar nosso progresso neste desejo e a nos estimular com maior veemência a aumentá-lo.

Pois tanto mais digno resultará o efeito, quanto mais fervoroso preceder o afeto. 

É também por isso que diz o Apóstolo: Orai sem cessar! (1Ts 5,17). O que isso pode significar a não ser: desejai sem cessar a vida feliz, a eterna, e nenhuma outra, recebida d’Aquele que é o único que a pode dar?”

A prática da autêntica Oração não se limitará em tão apenas na repetição de fórmulas prontas, em lugares ou tempo especiais, exclusivos; falaremos com Deus com nossas próprias palavras, num diálogo sincero e aberto, expressando nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças.

A Oração nos coloca no caminho da busca de uma vida plena e feliz até o encontro definitivo com Deus, na glória da eternidade.

A Oração sem a luta, sem os compromissos concretos é uma fuga. A labuta cotidiana sem a Oração é desespero, inapelavelmente.

Pediremos, agradeceremos, louvaremos e renovaremos nossas forças para a ação, para as indispensáveis obras. A Oração assim nos impele para o bem fazer, sem jamais nos omitirmos, sem jamais adiarmos sagrados compromissos.

A Deus nos dirigiremos em todo e qualquer lugar, e em todo tempo, sem reduzirmos nossa Oração à recitação de fórmulas, em tempos e espaços limitados.

O encontro com o Amado leva-nos à contemplação; de modo que se dilata o nosso coração e entramos em outra dimensão de diálogo, espaço e tempo.

Participando desta Escola da Oração de tantos Santos, continuemos nosso aprendizado e oração bem feita para fazermos progressos maiores na vida espiritual, para que vivamos a graça da missão de discípulos missionários do Senhor mais comprometidos com a causa do Reino. 


PS: Oportuno para o Tempo da Quaresma e do Advento em que somos convidados a oração mais intensa e fecunda.

Em poucas palavras... (XXIXDTCC)

                                           


“A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis...”

“A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis [...] a que aprendam "a sublime ciência de Jesus Cristo" (Fl 3, 8) pela leitura frequente das divinas Escrituras [...]. 

Lembrem-se, porém, de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem, porque 'a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos' (Santo Ambrósio)»" (1).

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - Parágrafo n. 2653

Em poucas palavras... (XXIXDTCC)

                                                        


“Orai sem cessar”

“«Orai sem cessar» (1 Ts 5, 17). Orar é sempre possível. É, até, uma necessidade vital. Oração e vida cristã são inseparáveis.”

 

(1) Catecismo da Igreja Católica -parágrafo n. 2757

Em poucas palavras... (XXIXDTCC)

                                                   


Perseveremos na oração

“Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o que lhe pedes: pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em permanecer com Ele na oração (Evágrio Pôntico).

Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar (Santo Agostinho).” (1)

 

(1)Citado no Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2737

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Em poucas palavras...

                                                            

Viver por amor

“Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o céu, quero é trabalhar só por vosso amor [...] 

Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. 

Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo..”. (1)

 

(1) Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897)

 

 

 


A Deus cabe o julgamento de todos nós

 


A Deus cabe o julgamento de todos nós

“Ó homem, qualquer que sejas, tu que julgas, não tens desculpa; pois, julgando os outros, te condenas a ti mesmo, já que fazes as mesmas coisas, tu que julgas.”    (Rm 2,1)

Oremos:

Ó Deus, dai-nos a coragem necessária, para frequentemente fazermos nossas autênticas revisões de vida, não cedendo ou se conformando à falsas revisões de vida, que nada nos mudem ou nos façam crescer no aperfeiçoamento espiritual.

Livrai-nos da tentação de nos tornarmos juízes, tomando nossos próprios critérios para formar um juízo sobre os outros, quando o único critério válido é o Vosso, antes de tudo, sobre nossas ações.

Ajudai-nos, para que sejamos adultos autênticos diante de Vós, sem jamais julgar as pessoas, apresentando-nos com humildade ao juízo do Senhor.

Iluminai nossa mente e coração, para que jamais nos esqueçamos que não são as paredes nem as senhas que nos fazem cristãos, porém os critérios de nossas ações cotidianas, impulsionados pela fé, expressos na caridade e testemunho de uma esperança que jamais nos decepciona: Jesus.

Tudo isto, ó Deus, nós Vos pedimos, por meio do Vosso Filho, Jesus Cristo, o único Juiz  que, ao mesmo tempo, nos salva, ama e transforma plenamente, e assim, vivamos sob as luzes do Santo Espírito. Amém.

 

(1)    Comentário da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 2,1-11) – Missal Cotidiano – Editora Paulus - p.  1382

Participemos dos sofrimentos de Cristo

 


Participemos dos sofrimentos de Cristo

Assim nos falou o apóstolo Pedro (1Pd 4,13-14):

“Caríssimos, alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de alegria na revelação da Sua glória. Se sofreis injúrias por causa do nome de Cristo, sois felizes, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vós.”

Oremos:

Ó Deus, quando vierem os sofrimentos ou dificuldades, na graça de viver o discipulado no seguimento de Vosso Filho, enviai-nos sempre o Espírito Santo para nos animar, fortalecer e conduzir.

Dai-nos maturidade e serenidade para enfrentar situações adversas, e que o peso da cruz não nos faça esmorecer ou recuar, como discípulos do Vosso amado Filho; e jamais vacilemos na fé, esmoreçamos na esperança e esfriemos na caridade.

Concedei-nos, ó Deus, a graça de viver a verdadeira alegria, que tão somente na fidelidade a Vós podemos alcançar, assim como nos falou Vosso Filho, que alegria plena somente se n’Ele permanecermos.

Inflamai nosso coração para que ardente seja, e firme nossos passos a caminho, comprometidos com a Boa Nova do Reino, atentos na escuta e prática da Palavra do Vosso Filho, com o Vosso Espírito Santo, para que membros vivos de uma Igreja Sinodal sejamos. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG