quinta-feira, 3 de abril de 2025
Coração pleno do Amor de Deus
quarta-feira, 2 de abril de 2025
Vire a página... (1)
Vire a página... (1)
Glorifiquemos a
Deus por Sua bondade, graça e misericórdia,
Que sempre se
manifestam em favor de nós, Seu amado povo,
Ainda que não
mereçamos, e ao Seu amor não correspondamos.
Libertou Seu
povo da escravidão do Egito,
Tirou de seus
ombros o opróbrio, que por anos os afligia,
Cessou o maná,
com frutos da terra de Canaã, o alimentou.
Por meio de
Jesus, nos reconciliou,
Por Sua
misericórdia novas criaturas nos fez,
Pela graça do
batismo a nós concedido.
Selados pelo Espírito
o fomos, morada do mais belo Hóspede.
Templos Seus,
imerecidamente, por amor infinito, nos fez,
Em vasos de
argila, em nós, Seu amor infinito derramou.
Na parábola do
filho pródigo, ou melhor, do Pai misericordioso,
O rosto
misericordioso do Pai Amante nos revelou,
O Amado do Pai, Jesus,
o Amor, o Santo Espírito nos enviou.
Parábola que
traz em si uma crítica aos que não creem
Na possibilidade
de conversão do pecador,
Fariseus e
doutores da lei, de ontem e de hoje.
Deus é um Pai
pleno de amor e compaixão,
Pronto a nos
acolher, abraçar e perdoar,
Possibilidade de
vida nova nos conceder.
Na simbologia da
roupa, veste batismal nos foi dada,
No anel,
filiação perdida, agora para sempre recuperada,
Sandália nos
pés, porque a misericórdia nos faz peregrinos.
Peregrinar na
esperança, do banquete participar,
Prefigurada na
simbologia do cordeiro e da festa,
Do filho morto e
perdido, com vida e reencontrado.
Assim é a
misericórdia divina, uma graça concedida,
Para páginas de
tantos nomes virar.
Perdão de Deus
recebido, novas páginas escrever.
Virar a página
do pecado para a graça,
Da escuridão
para a luz, do ódio para o amor
Da morte para a
vida, horizonte perdido, eternidade vislumbrada.
Virar a página
de egoísmo e ambição e destruição
Para uma página
de amor, partilha e solidariedade,
Que gera vida,
fraternidade, vida feliz e comunhão.
Virar a página para
novas atitudes
Em relação à
Casa Comum que habitamos,
Uma Ecologia
Integral, cuidado com toda a criação.
Cada um (a) de
nós temos nossas páginas a virar...
Provemos e
vejamos quão suave é o Senhor,
Que nos quer
envolvidos em Sua ternura, bondade e amor.
Viremos a
página, renovemos nossas forças na caminha da fé,
Inflamados pela
chama da caridade divina, sejamos,
Peregrinos da
esperança, com compromissos com o Reino renovados. Amém.
Fontes: Js 5,9a-10-12;
Sl 33 (34); 2 Cor 5,17-21; Rm 5,1-5; Lc 15,1-3.11-32
Quaresma: O amor de Deus presente em nosso discipulado
Quaresma:
O amor de Deus presente em nosso discipulado
Na
quarta-feira da 4ª semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro do
Profeta Isaías (Is 49,8-15).
A
passagem proclamada encontra-se nos capítulos 40-55, o chamado “Livro da
Consolação”, e o Profeta Isaías nos ensina que Deus nunca nos abandona, e nos trata com
verdadeiro amor de mãe, um amor instintivo, avassalador, eterno, gratuito e
incondicional e infinito.
O
profeta usa imagens poéticas para falar do Amor de Deus: Ele nos ama como uma
Mãe carinhosa e um Pai providente:
“Pode uma mulher
esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas?
E mesmo que ela o esquecesse, Eu não te esqueceria nunca.”
Exorta
o Povo de Deus, no difícil e desolador período final do exílio, a manter a
confiança e a esperança em Deus, reconhecendo Sua solicitude e Seu Amor,
irrevogável e irrenunciável, pelo Seu Povo.
O
Profeta consola um povo cansado, desiludido, e sua mensagem é para que venham a
confiar no Amor de Deus, e todos se coloquem a caminho, para reconstrução e
restauração de Jerusalém.
Cabe ao povo descobrir a presença de Deus na aparente ausência, e a experiência
dramática em que o Povo se encontra torna-se ocasião de confessar a confiança
em Deus e n’Ele colocar a esperança, experimentando a ternura, a
misericórdia, a compaixão e a fidelidade de Deus, que é desde sempre e para
sempre.
Deus
é incapaz de esquecer Seu Povo e Sua Cidade; amando-os ainda mais do que uma
mãe ama seu filho, assim o Profeta compara o Amor de Deus.
Relacionar-se
e corresponder a este Deus, somente assim o futuro tornar-se-á promissor.
Com
a Palavra Divina em seus lábios, faz reacender a chama que não fumega no
coração daquele que crê. Sempre precisamos de Profetas assim.
Quando
tudo parece mais nada, há alguém que nos aponta o Todo Poderoso, o Onipotente,
Aquele que para o qual nada é impossível: “Tudo podemos n’Aquele que nos fortalece” (Fl 4,13).
Quanto
maior for nossa confiança em Deus, tanto mais crescerá nossa responsabilidade.
Também poderemos dizer que a responsabilidade é diretamente proporcional à
confiança que temos em Deus.
Santo
Inácio de Loyola diz de forma límpida e contundente: “devemos confiar como se tudo dependesse de Deus e nos empenhar como se
tudo dependesse de nós.”.
Deste
modo deve ser hoje o Discípulo Missionário do Senhor: alguém que encontrou
Jesus, uma Pessoa que mudou a sua vida, que somente terá sentido e conteúdo,
quando em relacionamento contínuo e íntimo, renovado no Banquete da Eucaristia.
Reflitamos:
-
Como redescobrir, sobretudo nos momentos mais difíceis que possamos passar, o
Amor materno de Deus?
-
Como amar como Deus ama: um amor gratuito e eterno?
-
Apesar de rebelde, Deus continuou a amar Seu Povo. Como corresponder melhor ao
Amor de Deus?
É
preciso trilhar o itinerário quaresmal, fazendo progressos na santidade
desejada, empenhados na construção do Reino, com total confiança em Deus e em
Sua força, com disponibilidade, fidelidade, alegria e com muito amor a fim de
que correspondamos ao Amor Divino que jamais nos falta.
Somente assim, comunicaremos a luz da Fonte de Luz, nas mais
diversas situações obscuras, nas "cavernas sombrias e escuras" de
nossa existência, confiantes de que Deus nos ama e jamais nos abandona
Oremos:
“Fazei ó
Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e Vossa
Igreja Vos possa servir, alegre e tranquila. Por N.S.J.C. na unidade do
Espírito Santo. Amém.”
A Quaresma e o Sacramento da Penitência
Em poucas palavras...
“Ao celebrar o sacramento da Penitência...”
“Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida: do bom Samaritano que cura as feridas; do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso; do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – n. 1465
Do pecado da concupiscência, livrai-nos, Senhor
Do
pecado da concupiscência, livrai-nos, Senhor
“Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, não
está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – o desejo da carne, o
desejo dos olhos e a ostentação da riqueza, não vem do Pai, mas do mundo. Ora,
o mundo passa, e também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus,
permanece para sempre” (1 Jo 16-17)
Vivendo o Tempo da quaresma,
somos convidados a refletir sobre o pecado da concupiscência, que consiste na inclinação para o pecado a que todos
estamos submetidos.
O Catecismo da Igreja, em
diversos parágrafos, nos enriquece neste aprofundamento (1).
Como vimos na citação acima, São
João distingue três espécies de cupidez ou concupiscência:
-A
concupiscência da carne;
- A
concupiscência dos olhos;
- A soberba
da vida.
Vejamos
como compreender esta inclinação para o pecado?
- “No batizado permanecem, no
entanto, certas consequências temporais do pecado, como os sofrimentos, a
doença, a morte, ou as fragilidades inerentes à vida, como as fraquezas de
carácter, etc., assim como uma inclinação para o pecado a que a Tradição chama concupiscência ou, metaforicamente,
a «isca» ou «aguilhão» do pecado («fomes
peccati»)...” (n. 1264);
- “...No entanto,
a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a
fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, a que a tradição chama concupiscência, a qual persiste nos
batizados, a fim de que prestem as suas provas no combate da vida cristã,
ajudados pela graça de Cristo (Concílio de Trento). Este combate é o da conversão, em vista da santidade e
da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos chamar (Concílio de Trento).”
(n. 1426);
-“Em sentido etimológico,
«concupiscência» pode designar todas as formas veementes de desejo humano. ...
Desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesma,
inclina o homem para cometer pecado (Concílio de Trento).” (n.2515);
Assim compreendemos a tradição
catequética católica, que no nono mandamento proíbe a concupiscência carnal; e
no décimo, a cobiça dos bens alheios, e como batizados recebemos a graça da purificação
de todos os pecados.
No entanto, o batizado tem de
continuar a lutar contra a concupiscência da carne e os desejos desordenados,
contando com a graça divina no combate aos movimentos da concupiscência que não
cessam de nos arrastar para o mal (n.978):
- Pela virtude e pelo dom da
castidade, pois esta permite amar com um coração reto e sem partilha;
– Pela pureza de intenção, que
consiste em ter em vista o verdadeiro fim do homem: com um olhar simples, o
batizado procura descobrir e cumprir em tudo a vontade de Deus (Rm 12,2; Cl
1,10);
– Pela pureza do olhar, exterior
e interior; pela disciplina dos sentidos e da imaginação; pela rejeição da
complacência em pensamentos impuros que o levariam a desviar-se do caminho dos mandamentos
divinos: «a vista excita a paixão dos insensatos» (Sb 15, 5);
– Pela oração – vejamos o que
nos diz Santo Agostinho nas Confissões:
«Eu pensava que a continência dependia
das minhas próprias forças, forças que em mim não conhecia. E era
suficientemente louco para não saber [...] que ninguém pode ser continente, se
Tu lho não concederes. E de certo Tu o terias concedido, se com gemido interior
eu chamasse aos teus ouvidos e se com fé sólida lançasse em Ti o meu cuidado»”
Ainda sobre o pecado, afirma o
Catecismo: “... o pecado torna os homens
cúmplices uns dos outros, faz reinar entre eles a concupiscência, a violência e
a injustiça. Os pecados provocam situações sociais e instituições contrárias à
Bondade divina; as «estruturas de pecado» são expressão e efeito dos pecados
pessoais e induzem as suas vítimas a que, por sua vez, cometam o mal.
Constituem, em sentido analógico, um «pecado social» (Papa São João Paulo II).”
(n.1869).
Como vemos, a
inclinação para o pecado pode favorecer situações de pecado, que ultrapassam as
relações humanas, provocando situações sociais de pecado, ou até mesmo em sua
máxima expressão – “estruturas de pecado”:
desestruturação de famílias, fome, miséria, destruição planetária, dominações e
morte de vidas humanas e de toda a Casa Comum, como a Campanha da Fraternidade
tanto nos ajuda a compreender e nos compromete, com seu tema – “Fraternidade e Ecologia Integral”, e
lema – “A esperança não decepciona”
(Rm 5,5).
Do pecado da
concupiscência, livrai-nos, Senhor. Amém.
A sagrada missão dos confessores
A sagrada missão dos confessores
Vivendo o Ano Jubilar 2025 – “Peregrinos de
esperança”, com o lema – “A esperança não decepciona”, assim como o Tempo da
Quaresma, é tempo oportuno e recomendável para que procuremos o Sacramento da
Penitência, para alcançar o perdão de nossos pecados, acolhidos e envolvidos
pela misericórdia divina, viver a vida nova como batizados, discípulos
missionários do Senhor.
Oportuno retomarmos o parágrafo n. 17 da Bula “Misericordiae Vultus”, quando o Papa
Francisco proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia
(8/12/2015-20/11/2016), no qual nos fala da importância e sagrada missão dos
confessores:
“Não me cansarei
jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal
da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa.
Tornamo-nos tal
quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão.
Nunca esqueçamos que
ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal
concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva.
Cada um de nós
recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos
responsáveis.
Nenhum de nós é
senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada
confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo:
um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens.
Os confessores são
chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e
a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também
ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe
explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da
misericórdia do Pai que não tem limites.
Não hão-de fazer
perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso
preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada
penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão.
Em suma, os
confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e
apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia.”
Destaco algumas considerações feitas pelo Papa
sobre ser confessor:
- Ser
confessor não se improvisa, e ele deve ser um sinal da misericórdia do Pai;
- é, também,
um penitente em busca do perdão;
- participa da mesma missão de Jesus e ser sinal
concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva;
- é alguém
que recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; por isto grande
é a sua responsabilidade;
- não é senhor do
sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus.
- deverá acolher os
fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do
filho, apesar de lhe ter dissipado os bens;
- é chamado a estreitar
a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por tê-lo
reencontrado;
- não se cansa de ir
também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para
lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da
misericórdia do Pai que não tem limites;
- saberão individuar,
no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão.
Elevemos a Deus orações pela missão de nossas
padres nos ministérios, para que sejam instrumentos de santificação do Povo de
Deus, e um dos meios, é o Sacramento da Penitência.
Vivamos o Sacramento como expressão da Misericórdia
divina, que nos renova, nos reconcilia, para que sejamos uma nova criatura, com
Deus e com os irmãos, reconciliados.
Perdão de Deus recebido, perdão para com o próximo vivido, como rezamos na oração do “Pai-Nosso”, a Oração que o Senhor nos ensinou, – “Pai nosso que estais nos céus... perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...” Amém.