segunda-feira, 25 de março de 2024

A escada e o livro

A escada e o livro
O livro, seja virtual ou impresso, continua com seu encanto... Embora pareça uma estranha metáfora, se o compararmos a uma escada, veremos coisas que se assemelham:
Algumas partes da escada:
- Piso: parte horizontal do degrau;
- Espelho: parte vertical do degrau, perpendicular ao piso;
- Bocel: saliência (balanço) do piso sobre o espelho;
- Banzo: peça ou viga lateral de uma escada;
- Patamares: pisos de descanso intermediário, obrigatórios em algumas situações;
- Lance: conjunto de degraus compreendidos em entre dois níveis, ou entre dois patamares;
- Corrimãos: apoio e segurança para subir e descer os degraus.

Vejamos agora as semelhanças com o livro:
O livro é composto por vários capítulos (a escada de vários degraus)

O conjunto de capítulos forma um lance, como as partes de um livro.

Assim como desejamos encontrar em cada degrau, solidez para pisar, queremos encontrar, em cada capítulo, a apresentação do pensamento, para que continuemos a leitura, ou seja, subir novos degraus.

Assim como os espelhos da escada nos dão segurança nos passos, os espelhos de um livro são os parâmetros que o autor se utiliza, para que o leitor sinta-se confortável na leitura. Parâmetros que se fundam na realidade, sem abstrações e generalidades desnecessárias.

Os bocéis de um livro se revelam no cuidado do autor em não transmitir ao leitor ideias que tão apenas levariam ao deslize, quedas e ao não desejo de subir a escada, ou seja, a continuidade do livro.

Banzos e suportes de uma escada que dão segurança para sua sustentação, são como os argumentos, citações, fundamentações do que o autor deseja comunicar ao leitor.

Os corrimãos de uma escada são recursos, informações a mais que o autor oferece, e que podem ser usados ou não pelo leitor, conforme a familiaridade com o texto.

Como algumas escadas precisam de patamares para o “descanso”, pressupõe-se que num livro tenhamos patamares em que o leitor faça as devidas paradas para assimilação do que disse o autor, concordando ou não, para continuar a subida.

Evidentemente que, em se tratando de uma metáfora, não há a precisão matemática, que uma escada precisa para que cumpra sua função de subir e descer.

Neste sentido, a leitura de um livro pode oferecer níveis diferenciados de compreensão, de acordo com o seu leitor; da mesma forma, o autor na comunicação de algo que eleve e enriqueça a comunicação entre ele e o leitor, como deve acontecer.

Um bom livro pode nos levar mais perto de Deus, se nos levar mais perto de nós mesmos, para nossa melhor autocompreensão e certeza de que algo novo sempre pode nos ser anunciado e apresentado.

Precisamos coragem para subir esta escada. Vemos, porém, que alguns preferem elevadores... Bom, aqui seria outra metáfora.

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