quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Paulo, um apaixonado por Cristo! (Parte III)


Paulo, um apaixonado por Cristo!                                  
Também o sejamos!                                                

Celebrando a “vocação” de Paulo, sejamos enriquecidos com a Homilia memorável de São João Crisóstomo (séc. IV), na qual ele expressa, com profundidade inquestionável, o testemunho de Paulo.

“O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro.

Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam.

É o que depreendemos de suas próprias palavras: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (cf. Fl 3,13).

Percebendo a morte iminente, convidava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: alegrai-vos e congratulai-vos comigo (Fl 2,18).

Diante dos perigos, injúrias e opróbrios, igualmente se alegra e escreve aos Coríntios: eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições (2Cor 12,10); porque sendo estas, conforme declarava, as armas da justiça, mostrava que delas lhe vinha um grande proveito

Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os seus assaltos.

E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar (2Cor 2,14).

Por isso, corria ao encontro das humilhações e das ofensas que suportava por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar o prazer das honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho.

Uma  só coisa o amedrontava e fazia temer: ofender a Deus. E uma única coisa desejava: agradar a Deus. Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos.

Com este amor preferia ser o último de todos, isto é, ser contado entre os réprobos, do que se encontrar no meio de homens famosos pela consideração  e pela honra, mas privados do amor de Cristo.

Para ele, o maior e único tormento consistia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e intolerável suplício.

Em compensação, gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por triste ou alegre.

De tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável. Não se importava com as coisas que admiramos, como se costuma desprezar a erva apodrecida.

Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos. Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo”. (cf. Liturgia das Horas pág.1208 – vol. III).

Temos um longo caminho para alcançar a meta, para a qual corremos... Importa, porém, não desistir!

Meditemos: por amor de Cristo, Paulo tudo suportou.

Diante de tão grande testemunho de fidelidade ao Senhor, supliquemos:

Dai-nos, Senhor, o sopro do Teu Espírito,
Para que haja maior proximidade entre
O que cremos e o que vivemos;
Maior sintonia entre o que vivemos e cremos!
Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG