Não deixe a chama do amor se apagar
Ouvir uma música possibilita transcender sua escuta com o mergulho no quotidiano, repensando a existência para torná-la mais bela.
Retomo um trecho de uma das músicas interpretadas por Elton John e Leon Russel:“When Love Is Dying”:
“... E ninguém lhe diz
Quando o amor está morrendo,
quando o amor está morrendo
Só fica um pouco mais frio
E paramos de tentar, paramos de tentar,
Sim, nós paramos de tentar
Oh quando o amor está morrendo
Há uma dor que você nunca pode explicar...”
Reflito sobre tantos relacionamentos conjugais que estão morrendo; outros que há muito morreram e outros sobrevivem, em últimos suspiros.
Também reflito sobre tantos outros relacionamentos que poderão sobreviver, se algo for feito. Mas o que pode ser feito?
Quantos relacionamentos ficaram frios, num quotidiano arrastado com lágrimas, sem esperança de retornar à chama do primeiro amor?
Quantas vezes a cruz, que o amor não dispensa, tornou-se quase que insuportável, por que não procede do amor a ser vivido e correspondido?
“Quando o amor está morrendo” é como um grito nos convidando a também rever outros relacionamentos e não apenas o conjugal.
Reflitamos sobre relacionamentos de amizade que, se não regados com carinho, atenção, apreço, correção fraterna, aos poucos, podem esfriar, desaparecendo como poeira ao vento ou gotas de orvalho matinais.
Relacionamentos dentro da comunidade de fé também são vocacionados à maturidade da Comunhão Fraterna (At 2,42-45). Às vezes, a desatenção, a falta do carinho, da compreensão e da prática vital do perdão condenam a relacionamentos e comunidade “frias”, que não revelam a chama terna e candente do Amor de Deus.
Se Comunidade do Espírito, somos por excelência a Comunidade do Seu Fogo; do Fogo do Amor, da alegria, da convivência, da comunhão celebrada.
Repenso sobre a dor da frieza que o amor agonizante e desfalecido pode causar no coração de cada um de nós.
“Há uma dor que você nunca não pode explicar”. E nem é preciso, antes deve-se evitar que a dor se multiplique.
Redescubramos a beleza do Mandamento que Ele nos deixou: “amor a Deus e ao próximo”, e a ele procuremos corresponder para não morrermos gélida e miseravelmente.
Antes que a dor venha, e ainda que não venha, amemos como Deus nos ama.
Memorável página do Evangelho em que o coração dos Discípulos ardeu ao escutar a voz do Amado, e de quando seus olhos se abriram ao contemplá-Lo partindo o Pão.
Naquela tarde, os Discípulos de Emaús (Lc 24,13-32) nos ensinaram a procura do verdadeiro Amor, para que prolonguemos relacionamentos cristãos, maduros e sinceros que revelem a verdadeira presença de Deus.
Concluamos com as palavras do Bispo Santo Anselmo (séc XII):