sexta-feira, 5 de abril de 2024

Acreditemos no enviado Pai

 


Acreditemos no enviado do Pai

“Então perguntaram: ‘Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que acrediteis n’Aquele que Ele enviou.” (Jo 6, 28-29)

A vida cristã implica que tenhamos uma decisão vital e radical: a fé n’Ele, o enviado Pai, o que exige uma opção definitiva e total adesão à Sua Pessoa, Palavra e Projeto do Reino por Ele inaugurado.

Deste modo, nossa felicidade não se encontra nos bens que passam, que tão apenas utilizamos, mas no Bem Maior que não passa, Jesus, o Verdadeiro Pão que sacia nossa fome de amor, vida plena e autêntica felicidade.

Não podemos procurar Jesus por motivações superficiais e materiais, pois não serão o bastante para nos configurar como autênticos discípulos missionários Seus, como Ele mesmo nos exortou:

“Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com o Seu selo.” (Jo 6,27)

A Ele acorramos e por Ele procuremos, não instalados numa fé acomodada, mágica ou até mesmo supersticiosa: alimentemo-nos do Pão da Eternidade, e que nossos olhos não se fixem nos dons em si mesmos, mas no doador dos dons, pelo qual o Pai nos enviou o mais belo dom: o Espírito Santo. Amém. Aleluia!

As CEB’s e a comunidade do Ressuscitado

As CEB’s e a comunidade do Ressuscitado

Reflitamos sobre sobre a identidade de nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s), que professam a fé na presença e ação do Ressuscitado:

1)    É a comunidade cristã o lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo Ressuscitado: na Palavra proclamada, no pão partilhado, no amor vivido e no corajoso testemunho dado;

2)   A Comunidade precisará sempre romper as portas fechadas do medo de tantos nomes (fome, destruição ambiental, fanatismos, terrorismos, desemprego, enfermidades, violência...). Nada pode impedir a ação e presença do Ressuscitado (Jo 20,19-31);

3)   Jesus Cristo Ressuscitado tem que estar sempre no centro da Comunidade. É preciso que centralizemos Jesus Cristo Ressuscitado em nossa vida, de modo que nada possa sobrepô-lo ou colocá-Lo em plano inferior. Sendo o centro de nossa vida, somos impelidos, com coragem e dedicação, para a missão que nos confia, afinal, para nós “o viver é Cristo” (Fl 1,21);

4)   A Comunidade acolhe a saudação de paz – “Shalom”, plenitude de todos os bens, dons e graça confiados pelo Ressuscitado; de modo que ela será portadora da mensagem de paz e vida plena para o mundo, contrapondo-se à cultura da violência e da morte;

5)   Ela acolhe o Sopro do Ressuscitado, que nos comunica o Seu Espírito e que vai acompanhar e assistir na missão; comunicando o perdão e a vida nova que somente nasce da Vida Nova do Ressuscitado, concedendo a remissão dos pecados, criando perspectivas de novos tempos e novos relacionamentos;

6)   A Comunidade do Ressuscitado faz a profissão de fé que Tomé fez oito dias depois, quando estavam novamente reunidos – “Meu Senhor e meu Deus”. Cremos na vida nova do Ressuscitado presente na vida da comunidade, com Suas chagas gloriosas;

7)   A Comunidade do Ressuscitado é a comunidade dos bem-aventurados que creram sem nunca ter visto, nem nunca ter tocado as chagas de Jesus Cristo, e são enviados a tocar as chagas dolorosas do Cristo no dia a dia, com seus tantos nomes (enfermos, idosos abandonados, desempregados, jovens assassinados, vítimas do tráfico e da violência...). A comunidade um dia contemplará as chagas gloriosas do Senhor nos céus, mas enquanto aguardamos a Sua Vinda Gloriosa, é preciso compromisso com os “chagados da história”.

8) São, finalmente, comunidades eclesiais missionárias, como nos falam as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil (2019-2023), em que todos são discípulos missionários do Ressuscitado, com a presença e ação do Espírito Santo, o protagonista principal da ação Evangelizadora.

As Comunidades Eclesiais de Base devem, portanto, reavivar sempre a sua fé no Ressuscitado, e com renovado ardor, pôr-se a serviço da Palavra e da Eucaristia, na vida prolongada.

Oremos:

“Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do Vosso povo na renovação da festa Pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu a vida e o Sangue que nos redimiu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém”.

Fixemos nossos olhos no Senhor

Fixemos nossos olhos no Senhor

Reflexão à luz da passagm da Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (1 Cor 4, 1-5).

O Apóstolo exorta a comunidade, e também a nós, a fixar o olhar no essencial da proposta de Salvação e Libertação que Jesus tem a nos oferecer.

Urge tomar consciência de que somos, apesar das limitações próprias da condição humana, veículos da Mensagem Divina, não donos da mesma, procurando levar todos para Jesus e não para si próprios.

Reflitamos:

- Sentimo-nos como veículos imperfeitos para a comunicação da mensagem do Senhor?

- Sentimo-nos verdadeiramente servos da Palavra e do Senhor em nossas atividades pastorais?

- Qual a alegria que sentimos, como discípulos missionários, em nossa atividade evangelizadora, dentro e fora da comunidade?

- Transmitimos com fidelidade a proposta de Deus, não visando os próprios interesses e tão pouco a promoção de nossa pessoa, como tão bem fez o Apóstolo Paulo?

- Anunciamos a Boa-Nova do Senhor ou a nós próprios, nossas ideias, sentimentos e concepções?

Evangelizemos com ardor e fidelidade, com coerência e sem temor, colocando-nos, confiantemente, diante de Deus, a quem cabe o julgamento de todos nós, como nos exorta o Apóstolo, convicto de que tudo fez para ganhar muitos para Cristo.

Eis a nossa missão: ser uma Voz Viva de Deus

Eis a nossa missão: ser uma Voz Viva de Deus

“A quem Eu te enviar, irás” (Jr 1, 7b)

A ação evangelizadora é a principal razão de ser da nossa, e por isso Deus continua a chamar e a enviar pessoas para anunciar a Boa Notícia de Jesus a todos os povos. 

No Antigo Testamento, chamou a tantos para a missão profética, dentre os quais destacamos Jeremias, que teve o coração seduzido por Deus, e cumpriu com zelo e ardor indescritível a sua missão: “Mas Javé me disse: ‘Não digas: eu sou ainda criança!’ Porque a quem Eu te enviar, irás, e o que Eu te ordenar falarás. Não temas diante deles, porque Eu estou contigo para te salvar, oráculo de Javé” (Jr 1, 7-8).

Por meio de Jesus, também os discípulos foram chamados e feitos Apóstolos, enviados pelo mundo para anunciar a Boa Nova do Evangelho – “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15)

Hoje, Ele não apenas continua nos chamando e nos enviando em missão, mas nos assiste com Seu Espírito, para que sejamos alegres e convictos missionários do Verbo que Se fez carne habitou e fez Sua morada entre nós.

Além da comunicação pessoal e direta, na convivência e proximidade, na inserção dos dramas e alegrias, angústias e esperanças das pessoas, há outras formas da realização desta missão, através dos diversos meios de comunicação social, que podemos utilizar com sabedoria e discernimento, para levar ao mundo a mais bela Notícia!

É nossa missão fazer a comunicação dos raios da luz divina, luz da verdade, irradiando esperança de um mundo novo possível; sempre empenhados em oferecer um pouco de água cristalina para saciar a sede de justiça e liberdade, bem como um bom pedaço de pão para saciar a fome de amor e fraternidade.

Atentos sempre à voz do Espírito Santo, proclamemos a Boa Notícia, para que nossa fé seja incandescente, jamais morna, porque por Deus indesejável e repugnável. 

Somente assim nossa fé será uma janela aberta para o céu, na expressão da virtude divina da esperança, que se realiza na prática da maior de todas as virtudes, a caridade.

Que não nos omitamos e avancemos, com coragem, na missão e, como profetas, atentos à Palavra de Deus, também digamos: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir; Tu me tornaste forte demais para mim, Tu me dominaste” (Jr 20,7).

Dai-me, Senhor, a perfeita coerência


Dai-me, Senhor, a perfeita coerência

A coerência cristã é visibilizada pela ação;
Ação que reflete o que se fala;
Fala-se o que se pensa;
Pensa-se o que se reza...

A sintonia e a coerência são perceptíveis quando:
Passa-se da oração à vida;
Quando a vida é precedida pela palavra;
A palavra pelo pensamento;
O pensamento pela oração.

Urge nos interrogarmos:
Fazemos o que rezamos e rezamos o que fazemos?

Oremos:

Dai-me, Senhor, a perfeita coerência,
Vós que sois a Perfeitíssima Coerência!
Amém!

“A Sabedoria de cada dia dai-nos hoje, Senhor!”


“A Sabedoria de cada dia dai-nos hoje, Senhor!”

Todos precisamos da Sabedoria Divina para dirigir nossos passos e reorientar nossas decisões e atitudes.

Vejamos o que nos diz o Livro da Sabedoria:

“A Sabedoria é um eflúvio (exalação) do poder de Deus, emanação puríssima da glória do Todo-poderoso; por isso nada de impuro pode nela insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem de Sua bondade (Sb 7,25-26).

A Sabedoria é mais bela que o sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que, sobre a Sabedoria o mal não prevalece (Sb 7,29-30). Enamorei-me de sua formosura (Sb 8,2)”.

O Abade São Bernardo (séc. XII), assim diz em seu Sermão que são três as exigências para que saia de nossa boca a Sabedoria e a prudência;

“Feliz o homem que encontra a Sabedoria. Feliz, ou antes, muito feliz quem mora na Sabedoria. Talvez Salomão queira aqui significar a superabundância. São três as razões de fluírem em tua boca a Sabedoria e a prudência:

Se houver nos lábios primeiro a confissão da própria iniquidade;
segundo a ação de graças e o canto de louvor; terceiro a palavra de edificação. Na verdade pelo coração se crê para a justiça, pela boca se confessa para a salvação. De fato, começando a falar, o justo se acusa.

Depois, engrandece ao Senhor. Em terceiro, se até este ponto transborda a Sabedoria, deve edificar o próximo”.

Deste modo, possuímos sabedoria quando: Confessamos nossa própria iniquidade – pecado; Rendemos a Deus ação de graças e o louvor; Dizemos palavras que edificam.

Oremos:

A Sabedoria de cada dia nos dai hoje, Senhor, para que, através dela, sejam iluminados nossos pensamentos, e assim, discernirmos o que é bom, verdadeiro e justo. Amém!

Vida nova somente no Senhor


Vida nova somente no Senhor

À luz da passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 3,1-5.9-11), somos convidados, como homens novos pelo Batismo, a abandonar os falsos deuses, identificando-nos com Cristo que nos basta para a nossa Salvação. 

A comunhão vivida entre nós com o Cristo Ressuscitado exige que tenhamos esta identificação, como o próprio Paulo dirá em outra passagem aos Gálatas – “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim “(Gl 2, 20) e aos Filipenses –“Tenhamos em nós os mesmos sentimentos e pensamentos de Cristo Jesus “ (Fl 2,10), deste modo estaremos buscando as coisas do alto, as coisas celestiais.

Vivendo o Batismo, renascemos a cada dia como homem novo, e assim verão Cristo em nós. O batizado revela a face de Cristo para o mundo, por seus pensamentos, palavras e ação.

Eis o grande desafio: nos momentos adversos, manter a firmeza da fé,  acompanhado da renovada esperança que nos impulsiona na prática concreta da caridade.

Urge manter sempre a confiança, serenidade e fidelidade ao Senhor, por mais sombrias que sejam os momentos por que passamos.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG