Três luminares da fé
Dez primaveras entre nós, como primeiro Bispo e Pastor.
Lema Episcopal: “Chamados para a comunhão”.
Como jardineiro do Senhor, o terreno preparar,
Literalmente, terrenos na periferia comprar:
Construções, Centros Comunitários, proximidade do povo.
Olhar também atento para a realidade urbana,
Que crescia desordenada e velozmente.
Como Igreja, o diálogo e a desafiadora profética presença.
Como Pastor do Senhor, empenho incontestável
De promover a sagrada comunhão das diferenças,
Com Presbíteros, em sua maioria, aqui missionários.
Homem de fina sensibilidade e abertura à Igreja,
Acolheu o sopro do Concílio Vaticano II, Medellín e Puebla,
Deu os primeiros passos para uma Pastoral Orgânica.
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini:
Quase vinte primaveras entre nós, como segundo Bispo e Pastor
Lema Episcopal: “É necessário que Ele cresça” (Jo 3,30).
Como jardineiro do Senhor, sementes lançar,
A preocupação de suscitar novas vocações sacerdotais,
Seminário, Formação dos Presbíteros e do Povo de Deus.
Como Pastor do Senhor, promoveu a criação de novas Paróquias,
Para que os Padres, pastores do rebanho confiado,
Mais perto, solícitos, generosos, disponíveis ficassem.
Assembleias Diocesanas, desafios na cidade multiplicados;
Entre outras pautas, com estas questões muito se ocupava,
E criava condições para que novos caminhos encontrássemos.
Homem simples, pobre, de fé comprovada pela dor.
A enfermidade e cirurgias submetido, sem jamais reclamar.
Com paciência e mansidão, a vida na mão de Deus entregou.
Dom Joaquim Justino Carreira:
Quase duas primaveras entre nós.
Lema Episcopal: “PAX VOBIS” (“A paz esteja convosco”) Jo 20,21s.
Como jardineiro do Senhor, sementes multiplicar,
No chão da cidade, e, em todos os âmbitos, espalhar, plantar.
Para ser, na Cidade, presença luminosa, sal e fermento.
Sua mensagem ficou para sempre gravada em nós:
Somos obras do amor divino, para a felicidade criados.
No alcance da felicidade possível, fazendo o outro feliz.
Como Pastor do Senhor, sua palavra ressoava
Nos ouvidos de cada ovelha do rebanho a ele confiado:
“Coragem, a Paz esteja convosco”, “só temos hoje para o bem fazer”.
Um tempo tão curto e tão densamente vivido,
Como que se da brevidade de sua existência soubesse, exortava:
Na evangelização, jamais se acomodar, mas se incomodar.
Cada Bispo com seu lema e tempo,
Cada um com estilo e jeito próprio de ser.
Tão diferentes, mas tão complementares!
Três jardineiros dedicados, três pastores por Cristo apaixonados,
Como tecelões, souberam tecer a rede da vida com a Santa Palavra,
Para que a vida fosse preservada em sua totalidade e dignidade.
Os três, na glória, agora estão, mas luminares de Deus entre nós.
Viveram o bom combate da fé e, com fidelidade, guardaram-na;
Completaram a corrida, e a coroa, das mãos divinas, receberam.
Que são as palavras para dizer algo sobre estes,
Que a serviço da Palavra se colocaram corajosamente?
Que na comunhão continuemos, e para águas profundas avancemos.
E que eles, na companhia dos Anjos e Santos,
Do Banquete Celestial agora partícipes,
Nos ajudem a ser uma Igreja a serviço do Reino.
PS: Publicado no jornal Folha Diocesana – Guarulhos – Edição nº 206