sexta-feira, 5 de abril de 2024

Minh’alma seja ferida de amor


                                
Minh’alma seja ferida de amor

“Fez de minha boca uma espada afiada, protegeu-me
à sombra de sua mãe, fez de mim como uma seta
escondida e em Sua aljava me escondeu”
 (Is 49,2)

Contemplo-Vos, ó Deus, que sois a plena comunhão de amor com o Vosso Filho e o Espírito Santo, a comunhão de três amores eternos.

Adoro-Vos, ó Deus, e o Vosso Filho Jesus Cristo, que lançam “setas” em nossos corações para os ferirem de amor, e assim ficarem inflamados de amor pelo Fogo do Espírito.

Glorifico-Vos, ó Deus, por Vosso Filho Jesus que é “seta de amor” que sai da Vossa aljava, porque tanto amastes o mundo que no-Lo destes, para que todo aquele crer, não morra, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16).

Suplico-Vos, ó Deus, que feridos por esta “seta de amor”, renovemos os sagrados compromissos com o Vosso Reino, seguindo o Vosso Filho Jesus Cristo – “Caminho, Verdade e Vida”, Caminho que a Vós nos conduz; Verdade que nos ilumina e Vida que renova todos os dias. Amém.


Fonte inspiradora: Segundo Cântico do Servo Sofredor - Livro do Profeta Isaías (Is 49,2)

O discípulo do Senhor vive segundo o Espírito

O discípulo do Senhor vive segundo o Espírito

São Paulo, na Carta aos Romanos (Rm 8,9.11-13), fala-nos da vida segundo o Espírito, que consiste na acolhida e vivência das Propostas que Deus nos faz.

Esta vida no Espírito é garantia de  vida nova e eterna;  de modo que viver na carne significa viver instalado no orgulho, egoísmo e autossuficiência que gera morte.

Deste modo, o cristão precisa sempre estar vigilante para não viver  segundo a carne, mas segundo o Espírito.

O Apóstolo nos apresenta o Projeto de Salvação de Deus, que nos vem por meio de Jesus e atua pelo Espírito Santo, de modo que os discípulos têm que viver como Jesus e assim alcançarão a Ressurreição.

Somente o seguimento de Jesus, vivendo segundo o Espírito, é que alcançamos a vida plena e definitiva.

É preciso consumir a vida por causas maiores e, sobretudo, pela causa do Reino, vivendo do jeito de Jesus, seguindo com fidelidade Sua Palavra e trilhando Seus passos.

É preciso que o discípulo missionário do Senhor se abra à ação renovadora e libertadora do Espírito recebida no dia do Batismo, incansavelmente, e assim fará resplandecer a luz divina que nele habita.

A Salvação exige decisão pessoal

A Salvação exige decisão pessoal

A vitória de Jesus sobre o demônio é sinal de que o Reino de Deus é realidade já presente no mundo, desde o princípio. Mas Ele é salvação para aquele que O aceita, não para quem O conhecendo quer que Se afaste do seu território.

O Cristão sabe que a vitória de Cristo será completa no fim dos tempos, quando todos os homens tiverem combatido e triunfado juntamente com Ele.

Somos chamados a lutar serena e constantemente contra o mal, antes de tudo contra o que sentimos dentro de nós.

A luta mais difícil e decisiva que possamos ter é aquela no mais profundo de nós mesmos, onde Deus habita. Aquela luta interior que Paulo mencionou em sua Carta aos Romanos (Rm 7,19-24):

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.”

Cristo Jesus não nos deixará faltar Sua força.
Ele é e tem a força de que tanto precisamos.
Na Palavra e na Eucaristia,
A força do Espírito Santo para fidelidade ao Pai.
Amém!

Não nos foi dado um espírito de timidez

Não nos foi dado um espírito de timidez

Reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo (2 Tm 1,6-8.13-14), na qual o Apóstolo exorta Timóteo, e toda a comunidade a se manterem fiéis no discipulado, deixando de lado todo o medo, acomodação, instalação e distração.

Na vida dos discípulos missionários, não pode haver lugar para o desânimo e vacilo na fé. É preciso manter o ânimo, com fortaleza, enfrentar e superar as dificuldades, com fidelidade total no testemunho da fé n’Aquele que nos chamou, Jesus.

Tomando consciência da presença amorosa e da preocupação de Deus para conosco, continuar no bom combate, no testemunho da fé. É preciso sempre levar a sério a vocação para a qual Deus nos chama, superando toda e qualquer forma de timidez, medo, insegurança...

A presença amorosa de Deus, a sentimos pela ação do Espírito Santo, certos de que não nos foi dado “Espírito de timidez, mas de força, de amor, de sabedoria”.

Assim afirma o Missal Quotidiano:

“Não devemos envergonhar-nos de dar testemunho de Cristo. É necessário coragem diante dos opositores externos e internos à comunidade. Como Paulo, que não tem desgostos, porque lutou bem e está em vias de dar a Cristo o supremo testemunho de fé e amor, precisamos não nos deixar desgastar pela luta, mas permanecer unidos aos que receberam de Cristo a missão de guiar a comunidade dos fiéis” (p. 856). 
Com a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor, reavivemos a chama do dom de Deus que nos foi concedida pela misericórdia divina, e não nos envergonhemos de dar testemunho de nosso Senhor e de todos os que por Ele foram chamados para a continuidade de Sua missão, como nos exortou o próprio Apóstolo Paulo (2Tm 1,8).

Renovemos, portanto, a alegria e o ardor na graça de sermos discípulos missionários do Senhor, fazendo a mais bela súplica: Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito e renovai as nossas forças. Enviai-nos, Senhor, Vosso Espírito, e tudo se renovará. Amém. 

Aprendiz da Misericórdia Divina


Aprendiz da misericórdia Divina

 

Assim ouvimos na Carta de São Tiago:

 

“Porque o julgamento será sem Misericórdia para quem não tiver agido com Misericórdia. Os misericordiosos não têm motivo de temer o julgamento” (Tg 2,13)

 

Há um imperativo em nossa vida cristã, como discípulos missionários do Senhor: aprender o que é a misericórdia.

 

A misericórdia exige que transformemos nossa fé em obras, do contrário, será morta, como nos falou o Apóstolo São Tiago (Tg 2,26), e como antes já nos dissera o Senhor, sobre a condição para a entrada no Reino dos Céus: – “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7, 21).

 

Contemplemos a misericórdia divina e a tornemos concreta:

 

- Na acolhida ao pecador, acompanhada de reconciliação e perdão gerador da possibilidade de novos rumos, novos passos;

- Com gestos concretos para fortalecer vínculos de fraternidade e comunhão, na necessária construção de pontes e extinção de muros que geram divisões, discriminações, marginalizações e exclusões;

- Com ações afetivas e efetivas de partilha e solidariedade, sobretudo com os que mais precisam.

 

Contemplemos e adoremos o rosto da misericórdia, que é o próprio Jesus, em amor total e incondicional ao Reino de Deus, por Ele inaugurado, com a presença e ação do Santo Espírito.

 

Oremos:


“Ó Deus, Vosso nome é santo e Vossa misericórdia se celebra de geração em geração; atendei às súplicas do povo e concedei-lhe proclamar sempre a Vossa grandeza. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. Amém.

 

Para quem tem sede de paz...

                                                   

Para quem tem sede de paz...

Este Sermão, atribuído ao Bispo São Pedro Crisólogo (Séc. V), nos ajuda na compreensão do verdadeiro sentido e compromisso com a paz.

“Diz o evangelista: Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). De fato, as virtudes cristãs florescem naquele que vive a concórdia da paz cristã; e só merecem o nome de filhos de Deus aqueles que promovem a paz.

É a paz, caríssimos, que liberta o homem da sua condição de escravo e lhe dá um nome nobre; que muda a sua condição perante Deus, transformando-o de servo em filho, de escravo em homem livre.

A paz entre os irmãos é a realização da vontade de Deus, a alegria de Cristo, a perfeição da santidade, a norma da justiça, a mestra da doutrina, a guarda dos bons costumes e a louvável disciplina em todas as coisas.

A paz é a recomendação das nossas orações, o caminho mais fácil e eficaz para as nossas súplicas, a realização perfeita de todos os nossos desejos.

A paz é a mãe do amor, o vínculo da concórdia e o claro indício da pureza de coração, capaz de pedir a Deus tudo o que quer; pede tudo quanto quer e recebe tudo o que pede.

A paz deve ser garantida pelos Mandamentos do Rei. É o que diz Cristo nosso Senhor: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14,27). O que quer dizer: Deixei-vos em paz, em paz quero vos encontrar. Ao partir deste mundo, Ele quis dar aquilo que deseja encontrar em todos quando voltar.

É um Mandamento do céu conservar esta paz que Cristo nos deu. Uma só palavra resume o que Ele desejou na despedida: que ao voltar, encontre o que deixou. Plantar e enraizar a paz é obra de Deus; arrancá-la totalmente é coisa do inimigo. Pois, assim como o amor fraterno vem de Deus, assim o ódio vem do demônio. Então devemos condenar o ódio, porque está escrito: Todo aquele que odeia seu irmão é um homicida (1Jo 4,7); consequentemente, quem não tem caridade também não possui a Deus.

Irmãos, pratiquemos os Mandamentos; são eles que nos dão a vida. Que a nossa fraternidade se mantenha unida pelos laços de uma paz profunda: que ela se fortaleça mediante o vínculo salutar do amor recíproco que cobre uma multidão de pecados.

Que este amor fraterno seja a nossa maior aspiração, pois ele pode nos dar todo bem e toda recompensa. A paz deve ser conservada mais do que todas as virtudes, porque onde existe paz, Deus aí está.

Amai a paz e em tudo encontrareis tranquilidade. Desta maneira, a paz será para nós um prêmio, para vós uma alegria. E a Igreja de Deus, fundada na unidade da paz, se manterá fiel aos ensinamentos de Cristo.”

Renovemos nossos sagrados compromissos com a paz, que é, como ele mesmo disse, “a mãe do amor”, que uma vez encontrada, em tudo encontraremos a tranquilidade.

Saciemos nossa sede de Deus, logo, nossa sede de amor, vida e paz, e somente o Senhor Jesus, o Filho de Deus, pode nos dar (Jo 1427-31a).

Como Igreja, sejamos todos instrumentos da paz! 
Aleluia! Aleluia!

O encontro que mudou a nossa vida

O encontro que mudou a nossa vida

O encontro pessoal com Jesus Cristo leva-nos à necessária decisão de deixar-se encontrar por Ele, procurando-O dia a dia, sem cessar, como nos falou o Papa Bento XVI:

- “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

Este encontro com o Senhor leva-nos a amar com obras e verdade (1Jo 3, 18-24), e envolvidos pelo amor de Deus, encontramos a paz, a serenidade; encontramos o repouso e a força, porque experimentamos a Sua misericórdia, que é bem maior do que o nosso coração (1 Jo 3, 20).

Como discípulos do Senhor, temos como Mandamento amar como Ele nos amou, para que se torne possível o encontro com Deus, a tantos irmãos e irmãs, que se encontram longe deste amor.

Deste modo, nossas comunidades, mais do que nunca, precisam testemunhar o amor de Deus, que não conhece limites, e tão pouco admite interrupções. E isto somente acontecerá se aderirmos totalmente ao Senhor, à Sua Pessoa, Palavra e Projeto do Pai, que Ele veio realizar, com a graça, luz, força e presença do Santo Espírito.

Uma vez tendo encontrado o Senhor, com Ele queremos sempre permanecer, para frutos abundantes produzirmos, na prática dos Mandamentos divinos, que se fundem em dois Mandamentos que não se separam: o amor a Deus e ao próximo. Portanto, devemos amar como Jesus nos amou. Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG