sexta-feira, 5 de abril de 2024

Vida nova somente no Senhor


Vida nova somente no Senhor

À luz da passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 3,1-5.9-11), somos convidados, como homens novos pelo Batismo, a abandonar os falsos deuses, identificando-nos com Cristo que nos basta para a nossa Salvação. 

A comunhão vivida entre nós com o Cristo Ressuscitado exige que tenhamos esta identificação, como o próprio Paulo dirá em outra passagem aos Gálatas – “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim “(Gl 2, 20) e aos Filipenses –“Tenhamos em nós os mesmos sentimentos e pensamentos de Cristo Jesus “ (Fl 2,10), deste modo estaremos buscando as coisas do alto, as coisas celestiais.

Vivendo o Batismo, renascemos a cada dia como homem novo, e assim verão Cristo em nós. O batizado revela a face de Cristo para o mundo, por seus pensamentos, palavras e ação.

Eis o grande desafio: nos momentos adversos, manter a firmeza da fé,  acompanhado da renovada esperança que nos impulsiona na prática concreta da caridade.

Urge manter sempre a confiança, serenidade e fidelidade ao Senhor, por mais sombrias que sejam os momentos por que passamos.

Diocese de Guarulhos: 40 anos de Evangelização!

Diocese de Guarulhos: 40 anos de Evangelização!

No dia 11 de fevereiro de 1981, Festa de Nossa Senhora de Lourdes, foi criada pelo Papa São João Paulo II a Diocese de Guarulhos pela Bula “Plane Intelligitur” (1981).

A Missa de Ordenação do primeiro Bispo, D. João Bergese, aconteceu no dia 05 de abril, às 15 horas, na praça de esportes do Hospital Padre Bento - Gopoúva.

Com alegria, portanto, celebramos trinta e oito anos de Evangelização em nossa Cidade, procurando ser uma presença iluminadora, à luz do Evangelho, porque quis o Senhor que os Seus discípulos missionários fossem luz do mundo, fermentando uma nova realidade, transformando os sinais de morte em sinais de vida, e assim, não perdermos a graça de sermos sal da terra, dando gosto de Deus a todo o existir. 

Fazemos memória aos três primeiros Bispos: D. João Bergese (1981-1991), com o Lema Episcopal – “Chamados à Comunhão; D. Luiz Gonzaga Bergonzini (1992-2012, com o Lema – “É necessário que Ele cresça”; D. Joaquim Justino Carreira (2012-2013), com o Lema “Pax Vobis”.

Também fazemos memória aos padres e cristãos leigos que fizeram parte desta história e que, tendo combatido o bom combate da fé, já se apresentaram diante de Deus.

Ressaltamos também todos aqueles que continuam a missão evangelizadora na cidade de Guarulhos, com seus desafios incontáveis, e outros que se encontram em outras Dioceses no Brasil ou no exterior.

Muito nos ajuda em nossa travessia turbulenta até a outra margem, as palavras que nossos bispos nos deixaram:

- “É mal menor, errar agindo que nada fazer. As lutas são vencidas por aqueles que lutam, não por aqueles que criticam.” (frase escrita à mão por D. João Bergese, em sua carta testamento, do lado superior);

“Temos consciência que a tarefa é árdua, espinhosa, difícil. Temos consciência de que somos limitados e fracos, mas anima-nos o saber que a tarefa não é nossa, mas também e principalmente d’Ele... Se dispensarmos o Cristo e Sua graça, confiando unicamente em nossas forças, recursos e capacidades pessoais, ficaremos sozinhos e a derrota será total: pois além de não vencermos, estaríamos impedindo a Cristo de lutar ao nosso lado e vencer juntamente conosco” (D. Luiz Gonzaga Bergonzini).

- “Neste tempo de mudança de época que estamos vivendo, quando as atitudes se destacam com relativismo e fundamentalismo, os cristãos são chamados a não desertar do mundo que Deus lhes confia para evangelizar, através de uma verdadeira conversão pessoal e pastoral, discernindo os sinais dos tempos” (D. Joaquim Justino Carreira).

Hoje, sob o pastoreio de nosso quarto Bispo, Dom Edmilson, vivemos um cenário nacional extremamente delicado, marcado pela crise econômica e política. Entretanto, é exatamente neste momento que precisamos fortalecer nossa missão evangelizadora, com zelo, amor e alegria, como vimos na realização da 10ª Assembleia Diocesana de Pastoral, no ano passado.

Iluminadoras são para nós as palavras do Apóstolo Pedro, para que reavivemos a chama da fé um dia acesa em nosso batismo, dando razão de nossa esperança, na prática da efetiva e afetiva caridade:

“E quem há de vos fazer mal, se sois zelosos do bem: Mas se sofreis por causa da justiça, bem-aventurados sois! Não tenhais medo nenhum deles, nem fiqueis conturbados, antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede.” (1 Pd 3,13-15).

É tempo de multiplicar todos os esforços possíveis. Não é tempo de luto sem esperança. Somos discípulos do Cristo Vencedor, Aquele que passou pela morte, e a última palavra foi a Sua Ressurreição.

Que a força e a vida nova do Ressuscitado façam renascer em nosso coração a esperança, para que continuemos trilhando o caminho da evangelização, mesmo nas dificuldades, certos de que Ele caminha conosco, e, quando a travessia do mar nos assustar, não permitamos que o medo nos faça submergir na mediocridade, no desespero, pois Deus em Sua infinita misericórdia jamais nos abandona à mercê de naufrágios irreversíveis.


PS: Publicado no Jornal “Folha Diocesana” – Guarulhos – Edição nº231.

Três luminares da fé


Três luminares da fé

Dom João Bergese:
Dez primaveras entre nós, como primeiro Bispo e Pastor.
Lema Episcopal: “Chamados para a comunhão”.

Como jardineiro do Senhor, o terreno preparar,
Literalmente, terrenos na periferia comprar:
Construções, Centros Comunitários, proximidade do povo.

Olhar também atento para a realidade urbana,
Que crescia desordenada e velozmente.
Como Igreja, o diálogo e a desafiadora profética presença.

Como Pastor do Senhor, empenho incontestável
De promover a sagrada comunhão das diferenças,
Com Presbíteros, em sua maioria, aqui missionários.

Homem de fina sensibilidade e abertura à Igreja,
Acolheu o sopro do Concílio Vaticano II, Medellín e Puebla,
Deu os primeiros passos para uma Pastoral Orgânica.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini:
Quase vinte primaveras entre nós, como segundo Bispo e Pastor
Lema Episcopal: “É necessário que Ele cresça” (Jo 3,30).

Como jardineiro do Senhor, sementes lançar,
A preocupação de suscitar novas vocações sacerdotais,
Seminário, Formação dos Presbíteros e do Povo de Deus.

Como Pastor do Senhor, promoveu a criação de novas Paróquias,
Para que os Padres, pastores do rebanho confiado,
Mais perto, solícitos, generosos, disponíveis ficassem.

Assembleias Diocesanas, desafios na cidade multiplicados;
Entre outras pautas, com estas questões muito se ocupava,
E criava condições para que novos caminhos encontrássemos.

Homem simples, pobre, de fé comprovada pela dor.
A enfermidade e cirurgias submetido, sem jamais reclamar.
Com paciência e mansidão, a vida na mão de Deus entregou.

Dom Joaquim Justino Carreira:
Quase duas primaveras entre nós.
Lema Episcopal: “PAX VOBIS” (“A paz esteja convosco”) Jo 20,21s.

Como jardineiro do Senhor, sementes multiplicar,
No chão da cidade, e, em todos os âmbitos, espalhar, plantar.
Para ser, na Cidade, presença luminosa, sal e fermento.

Sua mensagem ficou para sempre gravada em nós:
Somos obras do amor divino, para a felicidade criados.
No alcance da felicidade possível, fazendo o outro feliz.

Como Pastor do Senhor, sua palavra ressoava
Nos ouvidos de cada ovelha do rebanho a ele confiado:
“Coragem, a Paz esteja convosco”, “só temos hoje para o bem fazer”.

Um tempo tão curto e tão densamente vivido,
Como que se da brevidade de sua existência soubesse, exortava:
Na evangelização, jamais se acomodar, mas se incomodar.

Cada Bispo com seu lema e tempo,
Cada um com estilo e jeito próprio de ser.
Tão diferentes, mas tão complementares!

Três jardineiros dedicados, três pastores por Cristo apaixonados,
Como tecelões, souberam tecer a rede da vida com a Santa Palavra,
Para que a vida fosse preservada em sua totalidade e dignidade.

Os três, na glória, agora estão, mas luminares de Deus entre nós.
Viveram o bom combate da fé e, com fidelidade, guardaram-na;
Completaram a corrida, e a coroa, das mãos divinas, receberam.

Que são as palavras para dizer algo sobre estes,
Que a serviço da Palavra se colocaram corajosamente?
Que na comunhão continuemos, e para águas profundas avancemos.

E que eles, na companhia dos Anjos e Santos,
Do Banquete Celestial agora partícipes,
Nos ajudem a ser uma Igreja a serviço do Reino.


PS: Publicado no jornal Folha Diocesana – Guarulhos – Edição nº 206

Tudo pertence ao Senhor

 Tudo pertence ao Senhor

“A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a  honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém.”  (Ap 7,10b-12)

Nesta passagem do Livro do Apocalipse, destacamos sete palavras: salvação, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força. Na bíblia, sete é o número que significa perfeição, plenitude, sendo assim, tudo pertence ao nosso Deus.

Oremos:

Senhor Deus, somente em Vós encontramos a Salvação, e em nenhum outro nome ou deus, que queira nos seduzir e nos desviar do caminho que nos conduz à eternidade.

Senhor, somente a Vós rendemos toda a glória, por todos os séculos e em todo o lugar, pois A glória de Deus é o homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus!” (Santo Irineu).

Senhor, somente em Vós encontramos a mais perfeita Sabedoria, que nos ilumina e nos conduz nos árduos caminhos a serem trilhados, e decisões a serem tomadas, para nossa realização e felicidade.

Senhor, rendemos ação e graças por todos os bens que de Vós procedem, por Vosso amor e ternura que nos envolvem e o perdão que nos recria, tirando-nos da lama intensa e imensa do pecado.

Senhor, a Vós rendemos toda honra que mereceis, e ainda assim ficamos devedores de tantas graças que nos concedeis a cada dia, sobretudo por nos ter feito de Vós morada com diviníssima presença.

Senhor, Vós tendes todo o poder sobre tudo e todos, e  nos ensinais, por meio do Vosso Filho, que a mais bela face do poder se expressa na doação, na humildade e serviço pelos últimos.

Somente, Vós sois nossa força, e a experimentamos de maneira indizível quando somos fracos, e cremos que tudo podemos quando em Vós confiamos, sem nenhuma sombra instalada na mente e no coração.

Senhor Deus, tudo Vos pedimos por meio do Vosso Filho, Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim, Aquele que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Minh’alma seja ferida de amor


                                
Minh’alma seja ferida de amor

“Fez de minha boca uma espada afiada, protegeu-me
à sombra de sua mãe, fez de mim como uma seta
escondida e em Sua aljava me escondeu”
 (Is 49,2)

Contemplo-Vos, ó Deus, que sois a plena comunhão de amor com o Vosso Filho e o Espírito Santo, a comunhão de três amores eternos.

Adoro-Vos, ó Deus, e o Vosso Filho Jesus Cristo, que lançam “setas” em nossos corações para os ferirem de amor, e assim ficarem inflamados de amor pelo Fogo do Espírito.

Glorifico-Vos, ó Deus, por Vosso Filho Jesus que é “seta de amor” que sai da Vossa aljava, porque tanto amastes o mundo que no-Lo destes, para que todo aquele crer, não morra, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16).

Suplico-Vos, ó Deus, que feridos por esta “seta de amor”, renovemos os sagrados compromissos com o Vosso Reino, seguindo o Vosso Filho Jesus Cristo – “Caminho, Verdade e Vida”, Caminho que a Vós nos conduz; Verdade que nos ilumina e Vida que renova todos os dias. Amém.


Fonte inspiradora: Segundo Cântico do Servo Sofredor - Livro do Profeta Isaías (Is 49,2)

O discípulo do Senhor vive segundo o Espírito

O discípulo do Senhor vive segundo o Espírito

São Paulo, na Carta aos Romanos (Rm 8,9.11-13), fala-nos da vida segundo o Espírito, que consiste na acolhida e vivência das Propostas que Deus nos faz.

Esta vida no Espírito é garantia de  vida nova e eterna;  de modo que viver na carne significa viver instalado no orgulho, egoísmo e autossuficiência que gera morte.

Deste modo, o cristão precisa sempre estar vigilante para não viver  segundo a carne, mas segundo o Espírito.

O Apóstolo nos apresenta o Projeto de Salvação de Deus, que nos vem por meio de Jesus e atua pelo Espírito Santo, de modo que os discípulos têm que viver como Jesus e assim alcançarão a Ressurreição.

Somente o seguimento de Jesus, vivendo segundo o Espírito, é que alcançamos a vida plena e definitiva.

É preciso consumir a vida por causas maiores e, sobretudo, pela causa do Reino, vivendo do jeito de Jesus, seguindo com fidelidade Sua Palavra e trilhando Seus passos.

É preciso que o discípulo missionário do Senhor se abra à ação renovadora e libertadora do Espírito recebida no dia do Batismo, incansavelmente, e assim fará resplandecer a luz divina que nele habita.

A Salvação exige decisão pessoal

A Salvação exige decisão pessoal

A vitória de Jesus sobre o demônio é sinal de que o Reino de Deus é realidade já presente no mundo, desde o princípio. Mas Ele é salvação para aquele que O aceita, não para quem O conhecendo quer que Se afaste do seu território.

O Cristão sabe que a vitória de Cristo será completa no fim dos tempos, quando todos os homens tiverem combatido e triunfado juntamente com Ele.

Somos chamados a lutar serena e constantemente contra o mal, antes de tudo contra o que sentimos dentro de nós.

A luta mais difícil e decisiva que possamos ter é aquela no mais profundo de nós mesmos, onde Deus habita. Aquela luta interior que Paulo mencionou em sua Carta aos Romanos (Rm 7,19-24):

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.”

Cristo Jesus não nos deixará faltar Sua força.
Ele é e tem a força de que tanto precisamos.
Na Palavra e na Eucaristia,
A força do Espírito Santo para fidelidade ao Pai.
Amém!

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG