segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

A “regra de ouro” (VIIDTCC)

 


A “regra de ouro”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,27-38).

Jesus quer e exige o amor sem limites para com os irmãos e irmãs, por isto diz aos Seus discípulos para amarem a todos, mesmo os inimigos, e que rezem e façam o bem desinteressadamente.

Deste modo, o mandamento do amor aos inimigos, consiste no sentido e centro do amor dos cristãos, o amor gratuito por excelência:

“Todas as outras atitudes podem esconder egoísmo (busca do meu próprio eu através dos outros). Só quando se dá sem esperar recompensa, quando se ama sem que o outro o mereça, quando se perde para que o outro ganhe, só então se atingiu o mistério do amor que nos ensina (e nos oferece) Cristo. Viver esta realidade significaria a única verdadeira revolução da nossa história.” (1)

O discípulo do Senhor, peregrino de esperança de novos tempos, novas relações fraternas, deverá orientar e conduzir sua vida pela  regra de ouro: “Assim como quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles.” (Lc 6,31).

Sobre esta regra, assim lemos no Catecismo da Igreja Católica:

“A Lei evangélica implica a escolha decisiva entre «os dois caminhos» (Mt 7,13-14) e a passagem à prática das palavras do Senhor (Mt 7,21-27); resume-se na regra de ouro: «Tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho, de igual modo, vós também, pois nisso consiste a Lei e os Profetas» (Mt 7, 12, Lc 6,31).

Toda a Lei evangélica se apoia no «mandamento novo» de Jesus (Jo 13,34), de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (Jo 15,12).”  (2)

Bem sabemos que é um mandamento de extrema exigência, e que nos coloca a questão: Como vivê-lo em nosso cotidiano, tantas vezes marcado por relações que criam feridas, frutos do ódio e violência de diversas formas?

O Lecionário Comentado pode nos ajudar em necessárias respostas e luzes:

“É preciso reconhecer que o Evangelho nos deixa a todos em dificuldade, porque nos coloca perante palavras claras do Mestre, fazendo-nos entrar no coração da mensagem cristã.

Só um coração novo, um coração convertido, uma mente iluminada pela oração, pelo Espírito e pela Palavra, pode viver um amor a intensidade desejada por Cristo, tornando-nos capazes de amar os nossos inimigos e de abençoar os que nos causaram mal.” (3)

O Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos (c.12), nos ajuda a dar passos neste sentido, e é oportuno que retomemos em Leitura Orante com seus passos (leitura, meditação, oração e contemplação), e haverá de nascer em nossos corações santos propósitos para maior fidelidade Àquele que, tendo nos amado, amou-nos até o fim, ainda que não o mereçamos, e que no ápice de dor, crueldade, ainda saíram de seu coração e lábios, palavras que ressoam e exalam o odor do amor e do perdão por todo o tempo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34)

Esteja a “regra de ouro” em nossa mente e coração, para orientar e conduzir nossas relações, fora e dentro da comunidade, sobretudo para que aprendamos e vivamos o amor aos inimigos.

Oremos:

 
“Pai clementíssimo,
que no Vosso único Filho
nos revelais o amor gratuito e universal,
dai-nos um coração novo,
para que nos tornemos capazes de amar
também os nossos inimigos
e abençoar os que nos fizeram mal.” Amém. (4)

 

(1) Comentário à Bíblia Litúrgica – Editora Coimbra 2 – Palheira – pág. 1088

(2)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1970

(3)Lecionário Comentado – Tempo Comum – Volume I – Editora Paulus – 2010 – pág. 318

(4)Idem pág. 319

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