A “regra
de ouro”
Reflexão
à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,27-38).
Jesus
quer e exige o amor sem limites para com os irmãos e irmãs, por isto diz aos
Seus discípulos para amarem a todos, mesmo os inimigos, e que rezem e façam o
bem desinteressadamente.
Deste
modo, o mandamento do amor aos inimigos, consiste no sentido e centro do amor
dos cristãos, o amor gratuito por excelência:
“Todas as outras
atitudes podem esconder egoísmo (busca do meu próprio eu através dos outros).
Só quando se dá sem esperar recompensa, quando se ama sem que o outro o mereça,
quando se perde para que o outro ganhe, só então se atingiu o mistério do amor
que nos ensina (e nos oferece) Cristo. Viver esta realidade significaria a
única verdadeira revolução da nossa história.” (1)
O
discípulo do Senhor, peregrino de esperança de novos tempos, novas relações
fraternas, deverá orientar e conduzir sua vida pela regra de ouro: “Assim como quereis que os outros vos façam, fazei-o vós a eles.” (Lc
6,31).
Sobre
esta regra, assim lemos no Catecismo da Igreja Católica:
“A Lei evangélica
implica a escolha decisiva entre «os dois caminhos» (Mt 7,13-14) e a passagem à
prática das palavras do Senhor (Mt 7,21-27); resume-se na regra de
ouro: «Tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho, de igual
modo, vós também, pois nisso consiste a Lei e os Profetas» (Mt 7, 12, Lc
6,31).
Toda a Lei
evangélica se apoia no «mandamento novo» de Jesus (Jo 13,34), de nos
amarmos uns aos outros como Ele nos amou (Jo 15,12).” (2)
Bem
sabemos que é um mandamento de extrema exigência, e que nos coloca a questão: Como
vivê-lo em nosso cotidiano, tantas vezes marcado por relações que criam feridas,
frutos do ódio e violência de diversas formas?
O
Lecionário Comentado pode nos ajudar em necessárias respostas e luzes:
“É preciso
reconhecer que o Evangelho nos deixa a todos em dificuldade, porque nos coloca
perante palavras claras do Mestre, fazendo-nos entrar no coração da mensagem
cristã.
Só um coração novo,
um coração convertido, uma mente iluminada pela oração, pelo Espírito e pela
Palavra, pode viver um amor a intensidade desejada por Cristo, tornando-nos
capazes de amar os nossos inimigos e de abençoar os que nos causaram mal.” (3)
O
Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos (c.12), nos ajuda a dar passos neste
sentido, e é oportuno que retomemos em Leitura Orante com seus passos (leitura, meditação, oração e contemplação),
e haverá de nascer em nossos corações santos propósitos para maior fidelidade Àquele
que, tendo nos amado, amou-nos até o fim, ainda que não o mereçamos, e que no
ápice de dor, crueldade, ainda saíram de seu coração e lábios, palavras que
ressoam e exalam o odor do amor e do perdão por todo o tempo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que
fazem” (Lc 23,34)
Esteja
a “regra de ouro” em nossa mente e coração, para orientar e conduzir nossas
relações, fora e dentro da comunidade, sobretudo para que aprendamos e vivamos
o amor aos inimigos.
Oremos:
“Pai clementíssimo,
que no Vosso único Filho
nos revelais o amor gratuito e universal,
dai-nos um coração novo,
para que nos tornemos capazes de amar
também os nossos inimigos
e abençoar os que nos fizeram mal.” Amém. (4)
(1)
Comentário à Bíblia Litúrgica – Editora Coimbra 2 – Palheira –
pág. 1088
(2)Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo n. 1970
(3)Lecionário Comentado
– Tempo Comum – Volume I – Editora Paulus – 2010 – pág. 318
(4)Idem pág. 319
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