quarta-feira, 12 de março de 2025

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

                                                       

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

Na quarta-feira da primeira semana da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), oportuna para refletirmos sobre a vocação, o chamado que Deus nos faz, esperando nossa resposta: vocação como dom divino e resposta humana.

Jonas foi chamado por Deus  para a pregação da conversão de Nínive, porque a Salvação que Deus oferece se destina a todos os povos (período provável entre 440 e 410 a.C.).

Através desta “ficção didática” da vocação e missão de Jonas, que reluta em aceitar a missão, num primeiro momento, aprendemos sobre o imediato caminho de conversão de Nínive (capital do Império Assírio), que se tornou um modelo de resposta ao chamado e ao apelo de conversão que Deus nos faz em todo o tempo.

Duas lições desta conversão: embora considerados como maus, prepotentes, injustos e opressores, os ninivitas foram mais atentos aos desafios de Deus do que o próprio Povo eleito; e, também, que é preciso superar a visão nacionalista, particularista, exclusivista e xenófoba, que estava em moda e que ainda pode persistir ainda hoje. É preciso que aprendamos sobre a lógica de Deus, que é de bondade, misericórdia, perdão e amor sem limites.

Não é próprio da lógica divina ver os outros como inimigos, que merecem ser destruídos, mas irmãos que precisam ser amados.

Atualíssimas lições, se nos voltarmos para as manchetes dos jornais sobre os últimos acontecimentos destes dias e a própria convivência quotidiana.

Urge que a humanidade aprenda a lógica de Deus; a lógica da misericórdia e bondade divina que ama os bons e os maus: os bons para que perseverem, os maus para que se convertam. Entretanto, é preciso disponibilidade e abertura para a conversão.

Deus não cristaliza o passado de pecado, não se fixa na história do pecado feito, mas nos aponta um futuro de vida nova, desde que saibamos nos questionar no tempo presente, e nos colocarmos em atitude de conversão, de transformação de pensamentos, palavras e atitudes.

Jesus convida a todos os homens e todas as mulheres para integrarem à comunidade do Reino de Deus por Ele inaugurado, bem como também é apresentado um modelo para a forma como os chamados devem escutar, acolher a este chamado.

Nós, Seus discípulos, precisamos estar sempre no  caminho de conversão, que  implica na acolhida da Boa-Nova, com a transformação de mentalidade e comportamentos, assumindo novas atitudes, reformulando os valores que norteiam a própria vida. Trata-se de colocar Deus no centro da existência, e Sua vontade acima de tudo.

Assim fizeram os primeiros discípulos, que tudo largaram e se puseram a seguir o Senhor, o reconheceram como O Messias esperado, que proclama o Reino de Deus, obedecendo algumas exigências:

- A entrada na comunidade do Reino é uma iniciativa do próprio Jesus;

- Trata-se de um chamado categórico, exigente e radical, com total confiança no chamado, sem prometer garantias e sem dar maiores explicações;

- O chamado exige a adesão incondicional à Sua pessoa e à Sua Boa-Nova, pois somente assim o discípulo será uma pessoa nova, que vive no Amor de Deus expresso no amor aos irmãos;

- O chamado exige também uma resposta imediata, total e incondicional: é preciso que se deixe tudo.

Quanto maior a adesão ao Senhor, quanto mais nos sentirmos por Ele seduzidos, maior será nosso compromisso com o Reino, maior será nossa alegria, porque expressão de uma fé cheia de vigor, com a esperança renovada a cada dia, porque também nutridos pelo amor celebrado e derramado em cada Eucaristia.

Viver a vocação é revelar a bondade do Pai, vivendo em plenitude o sentido desta, traduzindo em caridade concreta para com os irmãos e irmãs o sinal de amor expresso na Eucaristia celebrada.

Correspondamos ao que Cristo espera de nós. Sejamos abertos aos apelos de conversão que Ele nos faz, para que com maior disponibilidade e prontidão nos coloquemos a serviço do Reino.

Na verdade, o discípulo é alguém que sentiu olhado pelo Cristo, como Ele olhou bem para Pedro, e este olhar chegou às entranhas de seu coração, que o seduziu por toda a vida, e este amor será declarado quando três vezes mais tarde a Jesus, a fim de que o Senhor lhe confie o cuidado do rebanho.

Sintamo-nos também olhados por Deus, aceitemos olhá-Lo e vê-Lo no Seu Filho Amado, e o nosso coração para sempre seduzido será.



PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal 

Apropriada para a 27ª terça-feira do Tempo Comum (ano ímpar) quando se proclama a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10)

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