quinta-feira, 13 de junho de 2024

Eternos aprendizes da linguagem do Espírito

                                                        


Eternos aprendizes da linguagem do Espírito

Oportunos são os ensinamentos de Santo Antônio de Pádua (Lisboa), Presbítero e Doutor da Igreja, que Nasceu em Lisboa (Portugal), no final do século XII e faleceu em Pádua, no ano de 1231.

Ele foi um grande pregador da Ordem dos Frades Menores, levando à conversão muitos hereges. Autor de vários sermões, cheios de doutrina e de unção espiritual. Em um deles nos disse:

Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando são as obras que falam.

Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas.

Diz São Gregório: ‘Há uma Lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras.”

Portanto, glorifiquemos a Deus pela missão da Igreja, conduzida pelo Espírito Santo, o protagonista principal e primeiro da Evangelização, que nos conduz, ilumina, assiste, fortalece, enriquecendo-nos com os dons da sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, temor e piedade.

Glorifiquemos a Deus por tantas pessoas repletas do Espírito Santo que se encontram na glória eterna, tendo combatido o bom combate da fé, foram aprendizes do Espírito, e muito nos ensinaram com a palavra e a ação: bispos, padres, cristãos leigos e leigas, que assumiram o seu Batismo como sal da terra e luz do mundo.

Glorifiquemos também por aqueles que estão entre nós ou em outros lugares, mas continuam neste eterno e necessário aprendizado da linguagem do Espírito, testemunhando a fé em Jesus Cristo, vivendo na humildade, pobreza, paciência e obediência, carregando a cruz de cada dia com as renúncias quotidianas necessárias. 

Graças sejam dadas a Deus pelas obras incontáveis, sob a ação do Espírito Santo, comprometidos com a promoção de uma vida plena e feliz para todos.

De fato, as obras realizadas falam e falarão sempre mais que muitas palavras. Ações dentro e fora da comunidade, em gestos contínuos e renovados de partilha, comunhão, solidariedade, empenho incansável para a promoção da vida, desde a concepção até seu declínio natural, através das pastorais, serviços e movimentos.

Renovemos nossa fidelidade ao Senhor, para que, como figueira, se produza muitos frutos, não para nós, mas para que outros possam desfrutar. 

Colhemos o que muitos plantaram, colherão o que de melhor plantarmos e cuidarmos, sem cansaço, com amor, dedicação e alegria.

Supliquemos a força e a luz do Espírito, para que melhor correspondamos aos desígnios divinos, escrevendo com a tinta do Espírito, a tinta do amor, novas linhas, novas páginas da nossa história, pois somos, eternos aprendizes da linguagem do Espírito.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG