“...Desceu à mansão dos mortos...”
Segundo uma antiquíssima tradição, celebraremos amanhã, Sábado Santo, a Vigília Pascal em honra do Senhor, “a Mãe de todas as Vigílias”, como nos fala o Bispo e Doutor da Igreja, Santo Agostinho.
Ela deve ser realizada à noite (mas não começar antes do início da noite, terminando antes da aurora do Domingo, dia da Ressurreição do Senhor).
Trata-se da maior e a mais nobre de todas as Solenidades do Ano Litúrgico, pois nela celebramos em Memória da noite Santa em que Cristo Ressuscitou.
Com a Vigília, mantemos a vigilância à espera da Ressurreição do Senhor, e são celebrados os Sacramentos da Iniciação Cristã.
A Missa da Vigília é, por sua vez, a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição, e consta de quatro partes:
a) A bênção do fogo com o acender do Círio Pascal, sinal do Cristo Ressuscitado, seguido pelo precônio Pascal.
b) A Liturgia da Palavra;
c) A Liturgia Batismal com a renovação das promessas do Batismo ou mesmo Batismo (quando houver).
d) Liturgia Eucarística
Enquanto aguardamos a Celebração da Vigília, reflitamos:
“Hoje, no Sábado Santo – o grande sábado, como foi chamado pelos Padres da Igreja -, não há nenhuma celebração Eucarística.
Somente as horas do Ofício Divino são rezadas, e são celebradas a capela, isto é, sem qualquer acompanhamento instrumental.
A Igreja observa um silêncio reverente neste dia em que o Senhor ‘repousou de toda a obra que fizera’ (Gn 2,2), toda a obra de amor e entrega que Ele realizou no Lenho da Cruz.
O grande teólogo suíço, Hans Urs Von Balthasar vê neste dia o ponto culminante da obra redentora de Cristo.
Descido à região dos mortos, Cristo se coloca no lugar da máxima distância do Pai – a distância entre o céu e o inferno.
Mas, como o eterno Filho, inseparável do Pai, Cristo transforma este lugar desprovido de Deus, fora do alcance de Deus, em um lugar dentro do abraço que une o Pai e o Filho.
Para Von Balthazar, assim a vitória do amor divino se manifesta como completa.
Por isto, todo joelho, ‘no céu, na terra e debaixo da terra se dobra e toda língua proclama ‘ Jesus Cristo é o Senhor’, para a glória de Deus Pai’ (Fl 2,10-11)”. (1)
“Creio em Deus Pai todo-poderoso...”
(1) Igreja em Oração – Nossa Missa do dia a dia – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB - Ano V – n. 64 – abril 2020 – p.68
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