“Acreditar, contemplar, imitar” a Paixão do Senhor!
Com a Liturgia do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, iniciamos a Semana Santa, em que celebramos o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sejamos iluminados pelas palavras do Papa São Leão Magno (séc. V):
“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”.
De fato a glória de Deus manifesta-Se incompreensivelmente através do insucesso, do fracasso. É o grande paradoxo que mantém e desperta a esperança no carregar de nossas cruzes quotidianas, nas várias formas de manifestação da morte.
Na Semana Santa somos convidados, pela Igreja e como Igreja, a vivenciar estes três verbos: acreditar, contemplar e imitar a Paixão de Nosso Senhor, para que na madrugada do Domingo, quando ainda for escuro, Sua Ressurreição possamos contemplar e ao mundo anunciar e testemunhar. Será o nosso grande Aleluia, guardado ao longo de toda a Quaresma.
Devemos vivê-la com prolongado tempo de recolhimento, de Oração, participando dos Mistérios e riqueza Litúrgica que a Igreja nos oferece, e assim teremos nossas forças renovadas, porque é próprio do Amor de Deus vir em socorro de nossas fraquezas, limitações, misérias, com a expressão máxima de Sua Misericórdia, Jesus Cristo.
Nossa aparente humilhação, dificuldades serão configuradas ao Cristo Servo Sofredor, e assim, corajosamente carregando o peso de nossa cruz, trilharemos para o caminho da glória.
Nossos sinais de morte cederão aos sinais da Páscoa. A vida venceu a morte, o amor sempre fala mais forte. Esta é a Páscoa quotidiana que nos move, impulsiona, faz com que na vida de fé jamais recuemos, mas avancemos para o horizonte do inédito de Deus, e o melhor de Deus venhamos a alcançar.
É a Grande Semana para renovarmos aquilo que acreditamos, que nos faz comprometidos e apaixonados por Jesus e pelo Seu Reino. Crer na força da Palavra proclamada, lida, meditada, vivida para que nossa vida seja, enfim, transformada. Crer no Santo Sacramento da Eucaristia, que é força em nossa silenciosa e corajosa travessia no mar da vida, sem jamais submergir no mar das dificuldades, mas antes mergulhados no mar infinito de Deus que é Sua bondade, ternura, amor e misericórdia.
É a Grande Semana para em silêncio frutuoso e orante contemplarmos o imensurável Amor de Deus, cujas dimensões são impossíveis de serem abarcadas por nossas categorias do pensamento. Contemplarmos Cristo, mais que num crucifixo, nos crucificados da história: doentes, desanimados, famintos, despossuídos das condições dignas de existência, nos que estão bem ao nosso lado (Mt 25).
É a Grande Semana para imitarmos Jesus Cristo e o Mistério de Sua Vida, Paixão e Morte. Caminhar com Ele, seguir Seus passos, morrer com Ele e Ressuscitar com Ele. Imitar Jesus, tendo d’Ele os mesmos pensamentos e sentimentos (Fl 2): Amar, perdoar, viver, sonhar, sorrir, partilhar, alegria à vida por amor doar, serviço, humildade, paciência e tudo quanto mais possa ser dito, cujas palavras são insuficientes para bem expressar.
Acreditemos, contemplemos e imitemos o Senhor. Amém.
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