domingo, 28 de janeiro de 2024

Sejamos perfeitos e inabaláveis na fé (IVDTCB)

                                                   

Sejamos perfeitos e inabaláveis na fé

“... notei como sois perfeitos na fé inabalável,
como que, de corpo e alma, presos por cravos à Cruz do
Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo Sangue de Cristo...”

Acolhamos esta Carta de Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir da Igreja, escrita no primeiro século e dirigida aos Esmirnenses, quando os cristãos começaram sua missão, anunciando por todo o mundo a Boa-Nova da Salvação que nos alcançou o Senhor Jesus.

“Inácio, o Teóforo, à Igreja de Deus Pai e de Jesus Cristo, o dileto, rica de todos os dons da misericórdia, repleta de fé e de caridade, sem que lhe falte qualquer graça, muito amada por Deus, portadora da santidade, à Igreja que está em Esmirna na Ásia, efusivas saudações no Espírito imaculado e no Verbo de Deus.

Rendo glória a Jesus Cristo, Deus, que vos deu tanta sabedoria; pois notei como sois perfeitos na fé inabalável, como que, de corpo e alma, presos por cravos à Cruz do Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo Sangue de Cristo, crendo com fé plena e segura que nosso Senhor é em verdade oriundo da estirpe de Davi segundo a carne, Filho de Deus pela vontade e poder de Deus. Crendo de igual modo que verdadeiramente nasceu da Virgem, foi batizado por João para que n’Ele se cumprisse toda a justiça.

Crendo que verdadeiramente, foi, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes, crucificado na carne por nós – a cujo fruto nós pertencemos por Sua bem-aventurada Paixão – a fim de, por Sua Ressurreição, elevar pelos séculos a bandeira que reúne Seus Santos e Seus fiéis, judeus ou gentios, no único corpo de sua Igreja.

Tudo padeceu por nós para alcançarmos a salvação; e padeceu de verdade, como também de verdade Ressuscitou a Si mesmo.

Eu também sei que, depois da Ressurreição, vive em Seu corpo e creio estar Ele ainda agora com Seu corpo. Ao se encontrar com Pedro e seus companheiros, disse-lhes: Pegai, apalpai-me e vede que não sou um espírito incorpóreo. E logo O tocaram e creram, unidos à Sua carne e a Seu Espírito. Por esta razão, desprezaram também a morte e da morte saíram vitoriosos.

Depois da Ressurreição, comeu e bebeu com eles como qualquer ser corporal, embora, espiritualmente, unido ao Pai.

Exorto-vos, portanto, caríssimos, embora bem saiba que pensais do mesmo modo.”

São os primeiros momentos inesquecíveis e fundantes da Igreja e de sua missão de testemunhar, corajosamente, Jesus Vivo e Ressuscitado, Glorioso, para que também passando pela morte, seja alcançada a glória da imortalidade, a vida eterna.

Em poucas linhas, temos condensados o Mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Senhor.

Reflitamos:

- Quem é Jesus para nós?
- Para que Ele nos chama?

- Como mantermos nossa fé inabalável, sobretudo, nos momentos difíceis por que possamos passar?
- Como dar razão de nossa esperança sempre, nos momentos mais adversos na história real em que estejamos inseridos?

- Qual é a nossa adesão a Jesus Cristo e a proposta do Reino que nos chamou e nos enviou a anunciar?
- Sentimo-nos presos nos cravos de nosso Senhor, como Santo Inácio o disse em sua exortação?

Renovemos nossa fidelidade e coragem para vivermos o Batismo, como sacerdotes, profetas e rei, tendo em nós a presença do Espírito Santo que em nós habita, porque templos Seus o somos.

Renovemos também nossa fidelidade no seguimento de Jesus, vivendo os sagrados compromissos batismais na participação da construção do Seu Reino, até que Ele venha gloriosamente, como aclamamos na Santa Missa:

“Anunciamos Senhor a Vossa morte,
e proclamamos a Vossa Ressurreição, vinde Senhor Jesus”.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG