domingo, 16 de junho de 2024

Paciência e imediatismo (XIDTCB)

                                                      

Paciência e imediatismo

Como Igreja Sinodal que somos, urge o aprendizado da linguagem do Espírito, cessando as palavras, com renovados compromissos com a Evangelização, a fim de construirmos uma Igreja viva e solidária, fiel ao Cristo Ressuscitado, atenta ao sopro do Espírito, sem jamais nos omitirmos na construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna, conforme o desejo e sonho de Deus Pai.

À luz da Palavra de Deus, dos ensinamentos da Igreja, contidos em seu Catecismo, e dos escritos de um dos grandes santos da religiosidade popular e da Igreja, Santo Antônio, refletimos sobre a virtude da paciência, e as suas implicações na vida quotidiana em todas as dimensões, pois vivemos numa sociedade marcada acentuadamente pela cultura do imediatismo.

Oportunas são sábias palavras de Santo Antônio em  um dos seus Sermões: “Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando são as obras que falam”.

Animados pelas virtudes teologais – fé, esperança e caridade –  cultivemos a virtude da paciência, sem nos curvarmos à cultura do imediatismo, mas comprometidos com a cultura da vida, para que vivenciando o Mandamento do amor santifiquemos nossas famílias, pois de nada adiantaria falar em paciência ou em linguagem do Espírito se não tivermos o amor.

Quanto mais intenso o amor, maior será a paciência vivida, como bem nos alertou São Paulo: “amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade, tudo desculpa. Tudo crê, tudo espera e tudo suporta" (1Cor 13, 4-7).

Como Igreja, sintamo-nos sempre animados e fortalecidos pelo Fogo do Espírito que ilumina nossa vida, reavivando a chama da fé que em nosso coração foi acesa, e num crepitar permanente tenhamos o coração ardente e os olhos abertos em cada Eucaristia celebrada.

Iluminados pela Palavra de Deus e nutridos pelo Seu Corpo e Sangue, renovemos nossas forças para maior empenho, dedicação no carregar da cruz hoje, para alcançarmos e merecermos a glória da eternidade no amanhã de Deus, sem cairmos na tentação do imediatismo inútil e estéril. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG