terça-feira, 29 de outubro de 2024

As parábolas da semente de mostarda e do fermento (28/10)

                                        

As parábolas da  semente de mostarda e do fermento

Na Liturgia, da Palavra da terça-feira da 30ª semana do Tempo Comum, refletimos sobre duas Parábolas, em que Jesus nos fala do Reino de Deus (Lc 13,18-21): o grão de mostarda e o fermento na massa.

As Parábolas nos ajudam no crescimento espiritual, pois nos questionam, exortam, animam, ensinam, fortalecem a fé e nos levam ao mergulho tão necessário dentro de nós mesmos.

São elas, como injeção de ânimo, de esperança e renovação de compromissos com o Reino de Deus.

Ainda que tão pequenos como o grão de mostarda, aparentemente tão insignificantes, nossas ações aos olhos de Deus não o serão, pois o mesmo que acontece com o grão de mostarda acontece com o bem que fazemos.

O Reino de Deus não acontece pela grandiosidade, celebridade etc.; mas pela ação dos simples dos pequenos, dos pobres, de nossos pequenos esforços e entregas, doação total. Ainda que não mude o mundo na totalidade visibiliza a graça do Reino.

Bem disse São Paulo: Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. A Cruz, verdadeiramente é loucura para os gregos e escândalo para os judeus.

Um discípulo missionário não fica medindo o tamanho da ação, tão pouco a recompensa recebida, mas antes, por amor, não economiza no multiplicar dos pequenos grandes gestos de amor. Isto é o que nos ensina a Parábola do grão de mostarda.

Mas tudo isto nos pede um fermento para levedar a massa, para fazer crescer o Reino o fermento indispensável: o amor, certos de que Deus  reina por Seu Amor, e o amor jamais força alguém, mas cativa para a livre adesão.

Trabalhar na construção do Reino de Deus é multiplicar palavras e ações feitas com amor, e por menor que sejam, tornarão grandes aos olhos de Deus.

Esta participação se dá quando cremos na força transformadora do melhor fermento, que somente Deus pode nos oferecer: o fermento do Seu Divino Amor.

A Santidade desejável por Deus (01/11)

A Santidade desejável por Deus

Santidade é o estar bem com Deus, por isto ela é dom e missão. Deus no-la dá, mas nós devemos realizá-la em nossa vida e irradiá-la em todos os lugares.

Santidade: Dom e Missão.
Para que seja dom precisará de corações que não estejam cheios de si mesmos. Exige empenho para que aconteça a justiça de Deus e a promoção de Sua paz. Exige, portanto, desprendimento, conversão, abandono da autossuficiência.

A Santidade não é o destino de uns poucos, mas de uma imensa multidão. Todos os que, de alguma maneira, mesmo sem o saber, aderiram à causa de Cristo e o Seu Reino.

Ser Santo significa ser totalmente de Deus, vivendo um cristianismo libertado, esperançoso, comprometido e exigente, numa vida espiritual sólida e permanente.

Jamais Santidade poderá ser sinônimo de “beatice”, medo de viver, fuga, evasão, alienação. O mundo precisa de Santos e Santas que nos revelem a Face de Cristo, que nos comuniquem o Amor do Pai e nos iluminem com a Luz do Espírito.     

A Santidade é possível a todos os membros da Igreja, ela nos ensina, pois Deus quer que todos sejamos Santos, participantes de Sua Vida e Amor. O Pai deseja que, através da ação do Espírito Santo em nós, nos pareçamos cada vez mais com o Seu Filho Jesus Cristo.

Ela é o desenvolvimento da nossa filiação divina: “Desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como Ele é” (1Jo 3,2).

Concluamos com as palavras do Missal Dominical:

“A Santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os Sacramentos. A Santidade não é o fruto do esforço humano, que procura alcançar Deus com suas forças, e até com heroísmo; ela é dom do Amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina.” (1)

(1) Missal Dominical - Editora Paulus - 1995 - pág. 1367

Santidade é vocação de todos nós (01/11)

Santidade é vocação de todos nós

Uma reflexão à luz desta passagem da Primeira Epístola de São Pedro (1 Pd 1,15-16):

“Como é Santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: Sede santos, porque Eu sou Santo”.

Oportuno o que nos diz a Igreja na Constituição “Lumen Gentium”: 

“... Todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir Seus passos, tornando-se conformes à Sua imagem, obedecendo em tudo a vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos de santidade no Povo de Deus” (n.40)

De fato, a santidade é a vocação de todos aqueles que se propõem a seguir Jesus Cristo, como membros da Igreja, não importando o lugar que tenhamos na Igreja ou na sociedade.

Somos chamados à “plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”, procurando retidão no proceder, como nos exortou o Apóstolo na passagem bíblica; movidos pela Verdade do Evangelho, pautando a existência pelo amor, verdade, justiça, liberdade e fraternidade.

Quanto maior o empenho em santidade, mais promotores da humanização dos relacionamentos e mais fecunda será a vida de todos nós, produzindo “frutos de santidade”.

Neste sentido, o Papa Francisco, através da “Gaudet et Exsultat”, que deve ser sempre retomada e refletida por nossas comunidades, nos exorta a crescermos em santidade, vivendo a alegria da santidade,

Finalizando mais um ano Litúrgico, é tempo favorável de avaliarmos o progresso que tenhamos feito no testemunho da santidade, dentro e fora da Igreja, em sagrados e renovados compromissos com o Reino de Deus.

“Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade” (01/11)

“Buscar a justiça com fome e sede: isto é santidade”

Uma reflexão sobre a Bem-Aventurança - “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6), à luz dos parágrafos (n. 77-79) da Exortação Apostólica “Gaudete Et exsultate”, do Papa Francisco (2018).

Todos nós temos experiência de fome e sede, que consiste em experiências muito intensas, pois são necessidades primárias de nossa sobrevivência.

Também há pessoas que, com esta mesma intensidade, aspiram pela justiça e buscam-na com um desejo muito forte.

A estas, Jesus diz que serão saciadas, porque a justiça, mais cedo ou mais tarde, chega, e nós podemos colaborar para torná-la possível, embora nem sempre vejamos os resultados deste compromisso.

No entanto, a justiça que Jesus propõe, não é como a que o mundo procura; uma justiça, muitas vezes, manchada por interesses mesquinhos, manipulada para um lado ou para outro, tendo como consequência tantas pessoas que sofrem por causa das injustiças.

O Papa constata que “alguns desistem de lutar pela verdadeira justiça, e optam por subir para o carro do vencedor. Isto não tem nada a ver com a fome e sede de justiça que Jesus louva”.

Esta justiça se manifesta nas decisões que cada um deve tomar a fim de que seja justo, e depois se manifesta na busca da justiça para os pobres e vulneráveis, como falou o profeta Isaías – “Procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas” (Is 1, 17).

Sendo assim, entenda-se justiça como sinônimo de fidelidade à vontade de Deus com toda a nossa vida, na solidariedade e compromissos com os mais empobrecidos e indefesos.

O Papa conclui afirmando que santidade consiste na busca da justiça com fome e sede.

Somos vocacionados à santidade (01/11)

                                                                  

Somos vocacionados à santidade

                                                          “Portanto, deveis ser perfeitos
como o vosso Pai Celeste é perfeito”
(Mt 5,48)
 
A verdadeira devoção aos santos consiste em imitar as suas virtudes, como nos ensina a Igreja, na Constituição “Lumen Gentium” -“Todos somos chamados à santidade por vocação, que consiste num chamado universal a partir de Cristo, portanto, constitui em missão essencial da Igreja a santificação, de modo que esta deve ser vivida nos diversos estados de vida que compõem o Povo de Deus” (cf. LG n.40.41).

Precisamos trilhar este caminho sem vacilar na fé, esmorecer na esperança e esfriar na caridade, pois tão somente movidos pelas virtudes divinas, manteremos acesa a chama ardente da santidade, como expressão do fogo do Espírito, que a todos aquece e ilumina.

Tenhamos como ponto de partida o encontro com o Senhor, um encontro que encheu a vida do discípulo missionário de alegria, convidando-o à conversão e ao discipulado missionário, como tão bem expressou o Papa Bento XVI: “No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Carta Encíclica Deus caritas est n.1). 

Urge compreender as marcas dos tempos, que caracterizam uma mudança de época, com profundas transformações e, com elas, os riscos e consequências que nos desafiam no anúncio e testemunho da Boa-Nova de Jesus, para que através da ação evangelizadora, edifiquemos uma Igreja firmada nos pilares da Palavra, do Pão da Eucaristia, da Caridade e da Ação Missionária.

Concluindo, é preciso que vivendo a devoção aos santos, os tenhamos como luminares inspiradores no caminho de santidade, até que um dia o céu mereçamos também alcançar. 
 

Todos somos chamados à Santidade(01/11)

                                                         


Todos somos chamados à Santidade

Todos somos convidados a refletir sobre a Santidade, para vivermos mais intensamente a graça do Batismo.

Deus nos predestinou a sermos Santos, de modo que a Santidade é a nossa única vocação.

Viver a Santidade não é a ausência do pecado, mas a presença da graça de Deus que nos santifica. Ele nos criou para sermos Santos, e a Santidade deve ser vista como um presente de Deus.

A Santidade é uma iniciativa de Deus e uma resposta nossa. Portanto, é impossível ser de Deus e não ser feliz.

Mas o que é ser santo?

É viver o grande milagre do amor. Sendo assim, a Santidade não é uma tarefa acabada, mas um projeto infinito, numa edificação incansável de um mundo mais justo e fraterno.

Viver a Santidade é subir uma escada com muitos degraus que não tem fim, ou melhor, leva-nos para o céu. E, através de nossas atitudes cotidianas de amor, almejamos a graça de um dia contemplar a Deus.

Santidade implica na acolhida da Graça Divina, enfrentando as dificuldades, os sofrimentos, de modo que o sofrer possa se tornar uma graça santificante, nos fortificando, ainda que não curados de uma eventual enfermidade, mas fortalecidos em todos os aspectos, e com a cura da alma que nos faz experimentar a força divina, como bem falou o Apóstolo: 

"Por isto, me comprazo nas fraquezas, nos opróbrios, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte" (2 Cor 12,10).

Ao final de cada dia, devemos nos perguntar: 

Quantos degraus subi ou desci na escada da Santidade?

Oremos:

Ao celebrarmos, Ó Deus, Todos os Santos, nós Vos adoramos e admiramos, porque só Vós sois o Santo, e imploramos que a Vossa Graça nos santifique na plenitude do Vosso Amor, para que, desta mesa de peregrinos, passemos ao Banquete do Vosso Reino. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

Chamados à santidade(01/11)

                                                    

Chamados à santidade

“Em Cristo, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis diante d’Ele no amor” (Ef 1,4)

Os santos canonizados pela Igreja, como Santo Antônio, São João, São Pedro e tantos outros, fizeram seu itinerário espiritual, dando testemunho de amor e fidelidade ao Senhor e à Sua Palavra, até o fim. 

São inspiradores, por suas vidas, luminares da fé, para que também vivamos a santidade querida por Deus para todos nós, pela graça do Batismo que recebemos.

Sobre a santidade, o Apóstolo Paulo assim se expressou: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3); e ainda: “Em Cristo, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante d’Ele no amor” (Ef 1,4). E o próprio Senhor disse: “Portanto, deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48).

Oportunas também são as palavras da Igreja, na Constituição “Lumen Gentium”: “... Todos os fiéis, qualquer que seja sua posição na Igreja ou na sociedade, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. A santidade promove uma crescente humanização. Que todos, pois, se esforcem, na medida do dom de Cristo, para seguir Seus passos, tornando-se conformes à Sua imagem, obedecendo em tudo a vontade do Pai, consagrando-se de coração à glória de Deus e ao serviço do próximo. A história da Igreja mostra como a vida dos santos foi fecunda, manifestando abundantes frutos de santidade no Povo de Deus” (n.40).

Recentemente fomos enriquecidos com a canonização de dois papas, cronologicamente, muito próximos de nós: João XXIII e João Paulo II. Estes não derramaram sangue, em expressão máxima de martírio, como São Pedro e São Paulo, mas também viveram a santidade.

Deste modo, podemos lembrar tantas outras pessoas, que se empenharam em viver a santidade de diversas formas, com coragem, no silêncio e anonimato, na fidelidade e na generosidade, na doação e consumação de sua vida na prática do amor, que torna a vida mais humana e mais bela. Canonizadas ou não pela Igreja, procuraram viver a santificação no seu tempo e espaço.

Hoje, precisamos de santos e santas que não fechem os olhos, mente e coração, para a vontade divina, e assim vivendo sagrados compromissos, alcancemos as transformações e melhorias necessárias  em todos os âmbitos: saúde, educação, transporte, moradia, mobilidade humana, cultura, lazer etc.

Como nos exortou o Papa Francisco, é preciso que anunciemos ao mundo a “Alegria do Evangelho”, como discípulos missionários do Senhor, empenhados em viver a nossa fé em todos os espaços e em todo tempo, sobretudo na expressão sublime da caridade, que é a política. Não podemos nos curvar, indiferentes a este crucial momento em que vivemos, e é sempre tempo de dar razão de nossa esperança (1Pd 3, 15).
  
Seja a nossa devoção aos Santos, antes de tudo, o reconhecimento de suas inúmeras virtudes, vividas na fidelidade incondicional ao Senhor, para trilharmos o mesmo caminho, que requer de todos nós maior acolhida aos dons do Espírito Santo.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG