segunda-feira, 15 de abril de 2024

Deus sabe trabalhar com nossa fragilidade

                                                         

Deus sabe trabalhar com nossa fragilidade

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de João (Jo 21,15-19), sobre a conversa do Ressuscitado com Pedro, em  que Jesus pergunta por três vezes se ele O ama, antes de confiar ao mesmo o rebanho, assim como retomemos as palavras do Papa Bento XVI, quando eleito (2005).

"Queridos irmãos e irmãs: Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e atuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados em Sua ajuda permanente,sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, Sua santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado."

Voltemos ao diálogo de Jesus com Pedro: o Ressuscitado o chama pelo nome, Simão, e não Cefas, como o declarara mais tarde (Jo 1,42). Paralelo possível pode ser feito entre a tríplice negação (Jo 18,15-17.25-27) e a tríplice resposta de amor (Jo 21,15-17). Evidencia-se aqui o que é próprio de toda condição humana, o contraste entre a fraqueza do que foi chamado e a divina missão a qual é chamado. Jesus constitui Pedro como rocha e pastor, não pelos seus méritos, mas pela graça divina. 

Quanto mais fidelidade, mais sólida será nossa fé e mais coerente e profético o anúncio e testemunho, uma vez que Deus não nos trata conforme a nossa lógica, mas com aquela que ultrapassa nossos conceitos, pensamentos. Ele acredita em nós, e por Seu amor está sempre pronto a confiar, acompanhar, capacitar a quem chama...

O perdão que Jesus concede, manifesta-se na misericórdia, na acolhida de quem falhou, criando uma nova possibilidade para o bom cumprimento da responsabilidade que o acompanha.

Numa palavra, perdão que inaugura uma nova realidade, um novo compromisso, um novo olhar, um novo horizonte.

Deus, por Seu Amor e graça, em nós confia, de modo que na acolhida do perdão recebido, aquele que crê, expressa sua alegria numa vida marcada pela gratuidade e compromissos inadiáveis com o Reino.

Quem se sente por Deus amado e perdoado, descobriu e vai redescobrir sempre a verdadeira face de Deus a nós por Jesus revelada. Amados e perdoados, acolhidos e compreendidos, pelo Espírito Santo de Deus assistidos, como afirmou o Papa Bento XVI:

Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e
atuar com instrumentos insuficientes,
confio nas vossas Orações.”   


PS: Reflexão apropriada para a passagem do Evangelho de João (Jo 20,1-19)

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