domingo, 11 de fevereiro de 2024

Confiemos plenamente no Amor de Deus (VIIIDTCA)

                                                       

Confiemos plenamente no Amor de Deus

Com a Liturgia do 8º Domingo do Tempo Comum (ano A), continuaremos a refletir sobre as Bem-Aventuranças, anunciadas pelo Senhor na montanha para serem vividas na planície.

É sempre necessário rever quais são nossas prioridades, para que melhor correspondamos ao Amor de Deus, que cuida de nós com Amor gratuito e incondicional, de modo que precisamos libertar nosso coração das tiranias materiais que possam nos escravizar em autossuficiência, individualismos e egoísmos que nos empobrecem.

Duas imagens poéticas as leituras nos oferecem para falar do Amor de Deus: Deus nos ama como uma Mãe carinhosa e um Pai providente.

O Profeta Isaías, na primeira Leitura (Is 49, 14-15), exorta o Povo de Deus, no difícil e desolador período final do exílio, a manter a confiança e a esperança em Deus, reconhecendo Sua solicitude e Seu Amor, irrevogável e irrenunciável, pelo Seu Povo.

A passagem proclamada encontra-se nos capítulos 40-55, o chamado “Livro da Consolação”. O Profeta consola um povo cansado, desiludido, e sua mensagem é para que venham a confiar no Amor de Deus, e todos se coloquem a caminho, para reconstrução e restauração de Jerusalém.

O Profeta tem plena convicção de que Deus ama e não abandona o Seu Povo, e cabe a este descobrir Sua presença na aparente ausência. Para o Profeta, a experiência dramática em que o Povo se encontra torna-se ocasião de confessar a confiança em Deus e n’Ele colocar a  esperança, experimentando a ternura, a misericórdia, a compaixão e a fidelidade de Deus, que é desde sempre e para sempre.

Deus é incapaz de esquecer Seu Povo e Sua Cidade; amando-os ainda mais do que uma mãe ama seu filho, assim o Profeta compara o Amor de Deus.

Reflitamos:

- Como redescobrir, sobretudo nos momentos mais difíceis que possamos passar, o Amor materno de Deus?

- Como amar como Deus ama: um amor gratuito e eterno?

- Apesar de rebelde, Deus continuou a amar Seu Povo. Como corresponder melhor ao Amor de Deus?

O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura (1 Cor 4,1-5), exorta a comunidade, e também a nós, a fixar o olhar no essencial da proposta de Salvação e Libertação que Jesus tem a nos oferecer, tomando consciência de que somos, apesar das limitações próprias da condição humana, veículos da Mensagem Divina, não donos da mesma, procurando levar todos para Jesus e não para si próprios.

Evangelizar com ardor e fidelidade, com coerência e sem temor, colocando-se, confiantemente, diante de Deus, a quem cabe o julgamento de todos nós, nos exorta o Apóstolo. Ele está convicto de que tudo faz e fez para ganhar muitos para Cristo.

Reflitamos

- Sentimo-nos como veículos imperfeitos para a comunicação da mensagem do Senhor?

- Sentimo-nos verdadeiramente servos da Palavra e do Senhor em nossas atividades pastorais?

- Qual a alegria que sentimos, como discípulos missionários, em nossa atividade evangelizadora, dentro e fora da comunidade?

- Transmitimos com fidelidade a proposta de Deus, não visando os próprios interesses e tão pouco a promoção de nossa pessoa, como tão bem fez o Apóstolo Paulo?

- Anunciamos a Boa Nova do Senhor ou a nós próprios, nossas ideias, sentimentos e concepções?

Na passagem do Evangelho (Mt 6, 24-34), Jesus nos exorta a confiar totalmente em Deus, no Pai de Amor, em quem confiou e colocou toda Sua vida em entrega de amor, confiança, doação e serviço.

Nisto consiste a mensagem do Senhor: a incompatibilidade entre o Amor a Deus e o amor aos bens materiais. A razão desta incompatibilidade deve-se ao fato de que Deus deve ser o centro de nossa vida, e sobre Ele construirmos nossa existência, e o amor ao dinheiro como valor absoluto fecha o nosso coração, num empobrecedor egoísmo estéril que não abre espaço para a comunhão e a solidariedade para com o próximo.

Confiar num Deus de Amor, providente e atento as nossas necessidades, para que sejamos felizes, tenhamos sal em nós, e façamos resplandecer a luz divina na planície sombria do quotidiano.

Somente assim buscaremos o Reino de Deus e a sua justiça: crer em Deus e viver serenamente tranquilo, pois Deus não falha, e nada nos deixa faltar, mas não nos dispensa de sagrados compromissos na busca e promoção do bem comum, para uma vida digna que corresponda assim aos Seus desígnios.

Afirmar que Deus é providente não significa que possamos cruzar os braços, à espera que Deus faça chover do céu aquilo que  necessitamos, mas é viver  comprometidos e trabalhando todos os dias a fim de que o Seu sonho se realize: um mundo novo marcado por relações de justiça, verdade e paz. Afinal Jesus falou na Montanha Sagrada: Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça e Bem-Aventurados os que promovem a paz.

O Amor de Deus não nos torna passivos, mas nos impulsiona a uma prática de caridade viva e operosa, esforçada e contínua.

Assim Jesus nos revela um Deus que nos conhece, sabe de nossas necessidades, carrega-nos colo, mas não nos infantiliza. Carrega-nos no colo para nos garantir o Amor e a ternura, para que nossos passos sejam mais firmes e corajosos.

A segunda mensagem que aparece explicitamente é que nossas preocupações não são indiferentes a Deus, sempre solícito para conosco.

Jesus nos convida a olhar os lírios do campo e os pássaros, que não ficam sem a atenção de Deus, e assim muito mais nós, que fomos feito à Sua imagem e semelhança.

Reflitamos:

- O que significa para nós – “é preciso confiar totalmente em Deus”?
- Adoramos a Deus ou ao dinheiro?

- Quais são as consequências que vemos e sentimos quando não adoramos a Deus acima de tudo e de todos, com toda força, alma, entendimento e de coração?

- Adorar a Deus ou ao dinheiro. Quais são as marcas presentes no quotidiano que revelam que o Amor a Deus foi colocado em segundo plano, e o amor ao dinheiro falou mais alto e determinando interesses, leis, atitudes?

Oremos:

“Fazei ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e Vossa Igreja Vos possa servir, alegre e tranquila. Por N.S.J.C. na unidade do Espírito Santo. Amém.”

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