Por uma autêntica devoção Mariana...
“Mais do que rezar a Maria,
rezar como Maria”
Toda devoção deve levar a uma vida cristã mais profunda: compromisso de amor a Deus e ao próximo, e com isto levar inevitavelmente a uma vida cristã mais conforme a vontade de Deus, revelada pelo Seu Amado Filho, sob a ação e inspiração do Espírito Santo.
Sem dúvida, a devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, com a imitação das virtudes daquela que melhor que ninguém soube viver a fidelidade a Deus, na acolhida e seguimento do Verbo que nela Se fez Carne, porque nela o Espírito encontrou espaço para ação e fecundação, por isto ela é chamada de primeiro sacrário vivo da Eucaristia.
A devoção Mariana não pode ser uma estéril prática de Oração. Deste modo, mais do que rezar a Maria, é rezar como Maria rezou.
De nada adianta dizer-se devoto de Maria se não houver absoluta confiança na Palavra de seu Filho, e todo empenho e esforço de realizá-La em nossa vida.
Fazer o que Ele diz é certeza de que jamais nos faltará o Vinho Novo do amor, da alegria, da vida e da paz (Jo 2,1-11). Mas o vinho só foi possível por causa de sua intercessão, por isto ela é a onipotência suplicante, enquanto Jesus é a onipotência por essência.
Reflitamos sobre a devoção à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a Padroeira do Brasil.
A Imagem de Nossa Senhora Aparecida nos leva a refletir algumas verdades presentes em todo seu simbolismo e traços marcantes.
O encontro da imagem no rio Paraíba (1717), em partes, cabeça e corpo separados, leva-nos a refletir sobre a necessária ligação e relação de Cristo com Sua Igreja. É impensável amar Cristo e não amar Sua Igreja. Há que superar todas as divisões inclusive entre as próprias Igrejas que se afirmam cristãs.
Por ser mãe de Jesus Cristo, Maria torna-se para nós Mãe da Igreja. Trazida na rede, leva-nos a refletir sobre a missão da Igreja no lançar das redes em águas mais profundas, para resgate da vida e certeza de pesca abundante (Lc 5,1-11), o que aconteceu logo após sua retirada do rio.
A imagem foi encontrada no rio por três pescadores (Filipe, João e Domingos), homens simples do povo, trabalhadores incansáveis. Somente os simples acolhem a novidade do Reino inaugurado por Jesus, acolhendo juntamente Sua mãe.
A barca = Igreja de Jesus
Pôde a Igreja contar com sua valiosa e indispensável presença.
O que seria da Igreja sem a figura de Maria, o traço do feminino?
Grávida:
Deus nos envia, por meio de Maria, o Redentor da humanidade, Jesus. Aquele que nos garante que a Vida é vocacionada à Festa, ao casamento/relacionamento amoroso de Deus conosco, onde há vida em abundância prefigurando a eternidade.
Refletimos sobre a sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural, valor e beleza da dignidade presentes em cada pessoa humana.
Olhos abertos:
Olhos abertos para a sede do povo;
Sede justiça e paz, que por Deus serão para sempre saciados.
Olhos abertos, sem se esquivar de toda e qualquer realidade.
Assim como Deus não dorme, nossa Mãe querida também noite e dia nos acompanha e nos envolve com seu carinho e olhar materno.
Mãos postas em Oração:
Convidam-nos a mesma atitude: imagens e semelhanças de Deus que o somos desde a criação, a colocarmo-nos em atitude de intimidade e confiança n’Aquele que nela e em nós pôde realizar maravilhas.
Em resumo: confiança, súplica, louvor, abertura, disponibilidade...
Lábios em ligeiro movimento de sorriso:
Acenando à alegria, à pureza dos lábios de uma criança, que louva e glorifica a Deus e canta um eterno Magnificat, o canto da alegria e da esperança dos pobres...
Abre Senhor meus lábios e minha boca anunciará o Vosso louvor... Quem a Deus ama e serve reflete Deus sorrindo no mais profundo e íntimo de si mesmo.
A cor negra:
A cor da imagem foi vista como identificação da realidade de escravidão pela qual passava o Brasil (séc. XVIII).
Aparição que anuncia a liberdade e dignidade de toda pessoa. É para a liberdade que o Senhor nos libertou, como nos falou o Apóstolo Paulo (Gl 5,1).
“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida,
Salve a Virgem Imaculada, ó Senhora Aparecida...”
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