sábado, 20 de maio de 2023

Ascensão, um Mistério de esperança que convida à ação (Ascensão - Ano C)


Ascensão, um Mistério de esperança que convida à ação

Celebrando a Ascensão do Senhor (Ano C), temos como opção na proclamação da segunda Leitura, a Carta aos Hebreus (Hb 9,24-28; 10,19-23).

Celebrar a Ascensão do Senhor é, portanto, contemplar a Ascensão de Cristo como a Sua entrada no santuário do Céu, onde está intercedendo por nós, e de lá voltará e aparecerá um dia, para conceder a Salvação a quem O estiver esperando.

Deste modo, compreendamos a Ascensão do Senhor, como um Mistério de Esperança, que convida para a ação - "Por que estais a olhar para o céu? Em nome do Senhor, podeis ir em paz".

Na fidelidade ao Senhor, devemos viver a realidade cristã, marcada pela plenitude da fé (Hb 10,22), acompanhada de uma esperança indefectível, que tem seu fundamento na fidelidade de Deus (Hb 10,23), vivenciada por uma caridade ativa (Hb 10,24).

É no chão do coração, purificado de toda má consciência, que a fé lança suas sementes, fincando suas raízes, para que se elimine toda erva daninha do desânimo, de modo que a fina e pura flor da esperança exale todo seu odor, que se torna visível pela caridade e boas obras.

Todos nós, nas travessias de mares assustadores, de desertos extenuantes com seus temores, de caminhos difíceis, em que as pedras são inevitáveis, bem como das flores seus espinhos, precisamos da plenitude da fé.

Uma pessoa que tem fé, não será submergida na travessia dos mares nem terá sua garganta ressequida, ou a alma falecida pela secura e aridez do deserto, muito menos desistirá de trilhar seu caminho, porque sabe que com Ele, Jesus, o Caminho, é bem sabido o nosso mais desejado destino, não deixando a vida à deriva sem horizonte, sem rumo.

Da mesma forma, tendo esperança indefectível, sem erros, vacilos, defeitos, fará de cada amanhecer uma nova possibilidade; de cada recuo, se necessário for, ponto de um novo avanço (assim são as ondas); se quedas houver, é para que se tome consciência das limitações, para cair toda pseudo-onipotência, e se aprenda a curvar diante da Divina Onipotência, Deus.

Caridade no coração terá; uma caridade com um tom diferencial, que seja ativa. O amor será a mais bela chama que a todos contagia, porque é próprio do Amor de Deus assim fazer. O amor divino é como língua de fogo, que aquece as realidades mais frias e sombrias, ilumina outras, mais que escuras, desoladoras. O amor é fogo que não se consome, chama ardente de caridade que o coração invade, e luz que jamais se apaga.

Amar não é outra coisa se não fazer Deus aparecer, e todo Seu esplendor revelar, e glórias infinitas aos céus elevar... Bem disse Jesus, ao nos conferir identidade e missão de sermos sal e luz do mundo: “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16)

Plenitude de fé, esperança indefectível, caridade ativa,
Virtudes divinas tão preciosas,
Que haveremos, com todo o zelo, cuidar.
Cultivo tão belo e precioso jamais omitido,
Certeza de que o amanhã melhor há de ser,
Pois é próprio do amor de Deus fazer florescer,
Tudo que para nós for preciso, e a vida mais bela ser.
Amém.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG