sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Em poucas palavras... (XXDTCC)

                                              


Jesus, manso e humilde de coração

“Jesus escandalizou os fariseus por comer com os publicanos e os pecadores (Lc 5,30) tão familiarmente como com eles (Lc 7,36; 11,37; 14,1).

Contra aqueles «que se consideravam justos e desprezavam os demais» (Lc 18, 9; Jo 7,49; 9,34) Jesus afirmou:

«Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam» (Lc 5, 32). E foi mais longe, afirmando, diante dos fariseus, que, sendo o pecado universal (Jo 8,33-36), cegam-se a si próprios (Jo 9,40-41) aqueles que pretendem não precisar de salvação.” (1)

 

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.588

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Em poucas palavras...

 




É feliz quem em Deus confia!

“Somos chamados a colaborar com Ele (Jesus). Ele é o primeiro a intervir, mas sua intervenção se torna eficaz em relação à nossa correspondência.

Após Sua irrupção na história e na vida de cada um, não mais podemos permanecer neutros, ‘não alinhados’ ou ‘não empenhados’. Viver significa optar, pela liberdade.”  (1)

 

(1) Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – p. 1411 - passagem da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 6,19-12) 

O Senhor revigora a nossa fé

                                                        

O Senhor revigora a nossa fé
 
Reflexão à luz da passagem da Carta de São Pedro (1Pd 1,6-9):
 
“Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira – mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo – e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. Sem ter visto o Senhor, vós O amais. Sem O ver ainda, n’Ele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”
 
A Carta é dirigida aos cristãos das cinco províncias romanas da Ásia menor, e tem como objetivo a exortá-los para que vivam a fidelidade ao Senhor, apesar de toda provação, perseguição e incompreensão.
 
O discípulo missionário não está livre de aflições e provações, como o próprio Senhor já alertara no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados” (Mt 5,5); “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-Aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim” (Mt 5,10-11).
 
A autenticidade, solidez, luminosidade e fecundidade da fé somente são alcançadas quando ela for provada, e assim se torna “mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo” (1Pd 1,7), e como também podemos ler no Livro do Eclesiástico: “Meu filho, se te ofereceres para servir o Senhor, prepara-te para a prova. Endireita teu coração e sê constante, não te apavores no tempo da adversidade. Une-te a Ele e não separes a fim de seres exaltado no teu último dia. Tudo o que te acontecer, aceita-o, e nas vicissitudes que te humilharem sê paciente, pois o ouro se prova no fogo, e os eleitos, no cadinho da humilhação” (Eclo 2,1-5).
 
É preciso nas contrariedades do cotidiano, sobretudo se inevitáveis, manter a esperança, confiar no amor de Deus, que nos envolve e nos impulsiona, para que jamais recuemos no testemunho da fé, no revigoramento da caridade, virtudes divinas que nos movem, permanentemente, na fidelidade ao Senhor, com a força e presença do Espírito Santo, dom de Deus, e todos os dons que possam nos enriquecer.
 
Vivamos na solidariedade, alegria, coerência e fidelidade na adesão feita ao Cristo Ressuscitado, em total identificação com Aquele a quem amamos, mesmo sem ter visto, pois Ele é o Cristo que, por amor, Se entregou ao Pai em favor de todos nós.
 
Nisto consiste a fé: crer no poder e presença do Senhor, ainda que não O tenhamos visto, mas n’Ele acreditamos, como também nos disse o Senhor, quando Se manifestou aos discípulos, dirigindo a Tomé estas palavras: “Porque viste creste. Felizes os que não viram e creram!” (Jo 20,29).
 
Tão somente deste modo, beberemos de uma fonte genuína e inesgotável de alegria, que é o próprio Senhor Jesus Cristo, que nos ama e nos garante vida plena e feliz, a salvação, e com Ele, chegaremos à glória da Ressurreição.
 
Concluamos com as palavras do Salmista: “O Senhor nos sacia com a fina flor do trigo. E nos farta com o mel que sai da rocha” (cf. Sl 81,17), e assim, satisfeitos e felizes somos, não obstante às provações e dificuldades que tenhamos que enfrentar e superar.



PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 2,1-3) (gr. 1-11)

Peregrinos da esperança inflamados pelo fogo devorador do amor de Deus

                                                          

Peregrinos da esperança inflamados pelo fogo devorador do amor de Deus
 
 
“O Profeta Elias surgiu como um fogo, e sua Palavra
queimava como uma tocha... Felizes os que te viram,
e os que adormeceram na tua amizade!”
(Eclo 48, 1.11)
 
Vemos na Sagrada Escritura como o fogo devorador do Amor de Deus que tomou conta da vida dos Profetas, e não diferente com o Profeta Elias.
 
Aa Palavra de Deus “é como o fogo” (Jr 23,29), um fogo imparável que desce do céu, inflama o coração dos Profetas que a anuncia ao povo, como que provocando um incêndio sobre a terra.
 
O fogo de Deus longe de destruir a humanidade pecadora, não é devastador, porque a purifica e a transforma para que corresponda melhor aos desígnios e ao Amor divinos:
 
“Elias é considerado pela tradição de Israel o primeiro dos Profetas; com a Palavra que Deus lhe tinha colocado nos lábios não aniquilou o povo, mas purificou-o da corrupção social, da idolatria, do culto a Baal.
 
Ardia de zelo pela causa do Senhor, por isso foi levado para o Céu naquele fogo que o tinha envolvido durante toda a vida. O seu desaparecimento misterioso deu origem à convicção de que ele não morrera e que um dia haveria de regressar para preparar a vinda do Messias” (1)
 
Assim como Elias e João Batista, que foram grandes Profetas antes do Senhor, outros tantos Santos, Profetas e mártires também o foram.
 
Inflamaram ao fogo de Sua mensagem de salvação, porque encontraram no Evangelho a força para enfrentar toda forma de sofrimento, até em sua expressão máxima: a morte.
 
Na Palavra do Senhor encontraram coragem para viver em plenitude a vida própria dos cristãos, e sentiram o coração arder como fogo, assim como sentiram os discípulos de Emaús quando ouviram a Palavra do Ressuscitado.
 
Estes levaram adiante o desejo de Jesus –“Vim trazer fogo à terra e quero que se inflame” (cf. Lc 12,49-53). 
 
Assim como Jesus, o Filho do Homem, Se inseriu na linha dos Profetas sofredores, os Seus discípulos missionários o mesmo o fazem.
 
Jesus por Sua Vida, Paixão e Morte, é uma testemunha convicta da glória que passa pelo sofrimento, pela Cruz, mas que transpõe a soleira da morte.
 
Deste modo, todo cristão é testemunha viva de Cristo, é aquele que O torna vivo e presente no mundo de hoje.
 
Hoje também o Papa Leão XIV, os bispos, os sacerdotes e tantos Agentes de Pastoral são como esta “tocha de fogo”, como assim o foi Elias.
 
Tantos pais e mães, educadores e educadoras, ainda que já na glória estejam, são como tochas acesas a aquecer, iluminar e fazer arder nosso coração.
 
Em cada Eucaristia que participamos, celebramos a Paixão e morte e Ressurreição do Senhor, e por isto nos tornamos um com Ele, no Seu Mistério profundo, intenso, imensurável de Amor e Salvação.
 
Em cada Eucaristia renovamos a certeza de que “O Senhor não cria nenhuma prisão onde possa fechar os Seus filhos rebeldes e não conhece outro fogo senão o do Seu amor ‘cujas chamas são chamas de fogo, uma faísca de Javé. As águas da torrente jamais poderão apagar o amor nem os rios afogá-lo” (Ct 8, 6-7). (2)
 
Concluindo, somente em plena comunhão com o Senhor é que a chama ardente da caridade jamais se apagará, e nossas palavras não serão tão apenas palavras, mas o ressoar da Palavra que antes encontrou espaço, vez e voz no mais profundo de nós: Jesus, a Palavra do Pai na comunhão com o Santo Espírito.

(1) Lecionário Comentado - Tempo Advento/Natal - Editora Paulus - Lisboa - 2011 - pp. 122-123
(2) idem

A chama do divino amor

                            

A chama do divino amor

Na Liturgia da quinta-feira da 29ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,49-53).

Oportuno para refletirmos sobre a radicalidade da missão, como discípulos missionários do Senhor, na vivência da vocação profética que Ele nos confia.

O Evangelista Lucas nos apresenta a missão de Jesus: “lançar fogo a terra”, ou seja, colocar fim ao egoísmo, escravidão do pecado, inaugurando assim o Reino de Deus.

No entanto, trata-se de uma proposta exigente e radical: “Vós pensais que vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, Eu vos digo, vim trazer divisão” (Lc 12,51).

Como entender estas difíceis Palavras de Jesus? Consideremos que tem em Seu horizonte a Cruz, e é nesta perspectiva que devemos compreender Suas Palavras, segundo o Evangelista Lucas: é uma mensagem catequética para preparar os discípulos na compreensão da missão de Jesus, a radicalidade do Reino e as exigências para todos os que aderirem à Sua proposta e se puserem no mesmo caminho.

O simbolismo do fogo: 
Jesus veio revelar à humanidade a santidade de Deus; com isto a destruição do egoísmo, da injustiça, da opressão que roubam a beleza da vida em todos os seus âmbitos e sentidos.

O Evangelista Lucas retomará o simbolismo do fogo em Pentecostes, quando o Espírito seria enviado aos discípulos reunidos, na imagem das línguas de fogo.

O fogo que Jesus veio acender é um fogo purificador e transformador que deve atingir o coração de todos nós e transformar a nossa vida. O fogo que Ele traz a terra é o fogo do amor que desmascara nossas recusas, mas ao mesmo tempo as purifica.

Jesus veio comunicar uma paz diferente (não a paz dos cemitérios, da “pax romana”, uma paz apodrecida). A paz que Ele veio comunicar é o “Shalom”, plenitude de vida para todos, de modo especial para os empobrecidos, para os marginalizados.

E isto não se dá sem os conflitos, denúncias, interpelações de conversão: alguns aceitarão, outros a rejeitarão e O eliminarão na morte de Cruz:

“Jesus veio trazer a paz, mas a paz que é vida plena vivida com exigência e coerência; essa paz não se faz com ‘meias tintas’, com meias verdades, com jogos de equilíbrio que não chateiam ninguém, mas também não transformam nada. A proposta de Jesus é exigente e radical; assim, não pode deixar de criar divisão... Jesus veio pôr a nu o nosso coração. Escolher por ou contra Jesus: inevitavelmente, surgirão conflitos”. (1)

A Paz que Jesus veio comunicar é fruto do amor desconcertante por causa de sua exigência maior, que consiste no amor aos inimigos, assim como é o amor do Pai que Ele anuncia e testemunha.

Reflitamos:

- Sentimos o fogo do Espírito aceso em nossos corações, na vida da comunidade?

- O que entendemos por paz e qual nosso compromisso com ela?

- Quando, de fato, somos causa de divisão por causa da Palavra e da Pessoa de Jesus e não por causa de nossas fraquezas, imperfeições e pecado?

Seja o nosso coração inflamado pelo fogo purificador do amor do Senhor, tão somente assim seremos verdadeiros discípulos Seus, e viveremos com ardor e coragem a vocação profética que Ele nos confia.

Acendei, Senhor, em nós a chama do Vosso divino amor!


(1) cf. www.dehonianos.org.br

Crendo e vivendo no Senhor, seremos eternos

                                                                        

Crendo e vivendo no Senhor, seremos eternos

"Com efeito, a paga do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 6,23)

A acolhida do Sermão sobre o Batismo, de São Paciano (séc. IV), nos enriquece em nossa espiritualidade, como discípulos missionários do Senhor:

Com Jesus, temos a nossa Ressurreição. Ainda que pela morte passemos, não morreremos para sempre:
“Como trouxemos a imagem do homem terrestre, levemos a d’Aquele que vem do céu; porque o primeiro homem, da terra, é terrestre, o segundo, do céu, é celeste (cf. 1Cor 15,47-49). Assim agindo, diletíssimos, já não mais morreremos. Mesmo que nosso corpo se desfaça, viveremos em Cristo, conforme Ele mesmo disse: Quem crer em mim, mesmo que esteja morto, viverá (Jo 11,15).”

Cremos em Jesus Vivo e Ressuscitado, que nos revela a face de Deus; comunica-nos Seu Espírito, que nos conduz como peregrinos nesta vida, porque agimos pela fé e não pela visão:
“Pelo testemunho do Senhor, estamos certos de que Abraão, Isaac, Jacó e todos os santos de Deus vivem. Destes mesmos diz o Senhor: ‘Todos para Ele vivem; Deus é Deus dos vivos, não dos mortos’ (cf. Mt 22,32). E o Apóstolo fala de si: ‘Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro; desejo dissolver-me e estar com Cristo’ (cf. Fl 1,21-23). De novo: ‘Quanto a nós, enquanto estamos neste corpo, peregrinamos longe do Senhor. Pois caminhamos pela fé, não pela visão’ (2Cor 5,6). É isto o que cremos, irmãos caríssimos.”

Cremos que fomos criados a imagem de Deus e, por meio de Jesus, alcançamos a vida perpétua:
“De resto: ‘Se apenas para este século temos esperança, somos os mais deploráveis de todos os homens (cf. 1Cor 15,19). Como se pode ver, a vida no mundo é a mesma para nós e para os animais, as feras e as aves. A vida deles pode até ser mais longa do que a nossa. Mas o que é próprio do homem, que Cristo deu por Seu Espírito, é a vida perpétua, contanto que não mais pequemos. Porque como a morte se encontra na culpa e é evitada pela virtude, assim o mal faz perder a vida, a virtude a sustenta. Paga do pecado, a morte; dom de Deus, a vida eterna por Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 6,23).

É Ele quem nos redime, perdoando-nos todo o pecado, assim fala o Apóstolo, destruindo o quirógrafo da desobediência lavrado contra nós; tirou-o do meio de nós, pregando-o na Cruz.”

Cremos que Jesus Se encarnou, viveu e morreu e Ressuscitou, e são indizíveis as maravilhas que nos alcançou:
Despindo a carne, rebaixou as potestades, triunfando livremente delas em Si mesmo (cf. Cl 2,13-15). Libertou os acorrentados, rompeu nossas cadeias, como Davi predissera: ‘O Senhor levanta os caídos, o Senhor liberta os cativos, o Senhor ilumina os cegos’ (cf. Sl 145,7-8). E ainda: ‘Rompeste minhas cadeias, sacrificar-te-ei uma hóstia de louvor’ (Sl 115,16-17). Libertados das cadeias, logo nos reunimos, pelo Sacramento do Batismo, o sinal do Senhor, livres pelo Sangue e pelo Nome de Cristo.” 

Urge que fiquemos vigilantes e em oração, até que venha o Dia do Senhor, preservando-nos de toda impureza do mal, porque somente os puros de coração verão a Deus:
Por conseguinte, queridos, somos lavados de uma vez, libertados de uma vez, de uma vez acolhidos no Reino imortal. De uma vez para sempre são felizes aqueles aos quais os pecados foram perdoados e cobertas as culpas (cf. Sl 31,1). Segurai com força o que recebestes, guardai-o bem, não pequeis mais. Preservai-vos puros do mal e imaculados para o Dia do Senhor.”.

Renovemos a alegria da pertença à Igreja, Corpo de Cristo, sendo Ele a cabeça: se o pecado entrou pelo mundo pelo primeiro Adão, a alma vivente; o último Adão, Jesus, nos comunica o Espírito vivificante, que nos acompanha e nos ajuda a viver um novo modo de vida em Cristo, abandonando os erros da vida antiga.

Crendo em Jesus Cristo Vivo e Ressuscitado, continuemos nossa peregrinação, porque pela fé, podemos sentir Sua divina presença, de modo especialíssimo no Augustíssimo Sacramento da Eucaristia.

Caminhemos com o Senhor, partícipes de uma Igreja Sinodal, verdadeiramente missionária e profética, como assim Ele o desejou e nos enviou; uma Igreja que, por sua ação e presença, a serviço da vida plena e feliz, mesmo enfrentando ventos contrários, permanece serena e confiante.

Deste modo, fazemos resplandecer a Luz de Cristo no mundo, e nos tornamos sal da terra e luz do mundo, como nos falou o Senhor (Mt 5,13-16).

Contando com a presença do Senhor, e com o Sopro encorajador do Santo Espírito, a Igreja, como uma barca, jamais fica à deriva, e faz sua travessia até a outra margem. Amém. 


PS: Apropriado para a passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 6,19-23)

Famílias orantes resplandecem a luz divina

                                                     

Famílias orantes resplandecem a luz divina
 
A família, como Igreja Doméstica, precisa ter momentos de oração para que mantenha sua solidez, comunhão e vida plena (duradoura), e a luz divina resplandeça, iluminando os relacionamentos e a sua história.
 
É sempre tempo de graça para solidificação e santificação de nossas famílias; de redescobrir a sua importância, como espaço de novos relacionamentos e amadurecimento, em valores sagrados que não podem ser esquecidos ou relegados à indiferença.
 
Iluminador para nossas famílias em oração, o Hino escrito pelo Diácono e Doutor da Igreja, Santo Efrém, o Sírio (séc. IV).
 
Proponho um exercício espiritual em família: cada qual escolhe uma estrofe, e compartilha em diálogo orante, em enriquecimento mútuo.
 
“1. Veio o Mestre de todos, em Seu amor pelos obstinados, e permaneceram em sua obstinação. Embora Ele os tenha advertido, perseguiram sem inteligência ao tesouro das inteligências.
 
2. Maravilho-me de Tua misericórdia, que derramaste sobre os maus; de como empobreceste Tua glória para enriquecer nossa pobreza; para que sejamos, com nossos tesouros, companheiros dos anjos.
 
3. Tão perfeito é em Sua bondade, que, além de ensinar, pagava um salário ao aflito Adão, a quem curou. Curou-lhe, e assim Adão aprendia. Aquele que aprendia recebeu o salário, o que aprendia quando era curado.
 
4. Levou a humanidade à Sua perfeição com tudo o que teve que suportar. Quando era ferido, ensinava; quando sofria, fazia promessas. Foi capturado como uma ovelha, para assim confirmar Suas promessas.
 
5. Aquele que julga os juízes foi interrogado e julgado, no lugar de quem havia feito o mal. Na verdade, no lugar dos ímpios foi interrogado o Justo. Glória ao que Lhe enviou!
 
6. Quando o Bom, em Seu amor, entrou para ser julgado em lugar dos maus, este foi o prodígio: que condenaram a Ele, em vez de a si mesmos. Eles, com Suas próprias mãos, crucificaram-Lhe, em vez da sua maldade.
 
7. Quando Se entregou a eles, para que vivessem por Sua morte, foi como o cordeiro no Egito, que dava vida porque era símbolo de seu Senhor. Assim também Ele foi morto, e, em Seu amor, redimiu aos que Lhe matavam.
 
8. Como Adão se extraviou pecando no paraíso, na terra das delícias, o justo, em seu lugar, foi arrastado ao tribunal, na terra dos suplícios.
 
9. Vede! O Bom veio para levar os justos à perfeição, que foram portadores de seus símbolos. É Ele, com sua plenitude, quem levou em seu corpo a perfeição para seus irmãos como a membros seus.
 
10. Assim como Adão em seu corpo matara aos viventes, assim, conforme Aquele modelo, mediante o corpo d'Aquele que a tudo aperfeiçoa, os justos alcançaram a perfeição, e os pecadores encontraram misericórdia.
 
11. O Vitorioso desceu para ser vencido, mas não por Satã. A este o venceu e lhe afogou. Foi vencido pelos que O crucificaram: Ele venceu com Sua justiça, e foi vencido por Sua bondade.
 
12. Venceu ao Forte, e foi vencido pelos fracos. Crucificaram-Lhe, porque Se deu a Si mesmo, e foi vencido para assim vencer. Venceu em Suas tentações, e foi vencido por Suas entranhas de amor.
 
13. Venceu a Satã no deserto, quando veio a provocar-Lhe. Foi vencido por Satã na terra dos homens, quando Lhe crucificou. Mas ao ser morto, o matava, para vencer-lhe até em Sua própria derrota.
 
14. A Sabedoria que a tudo aperfeiçoava, que brincava com os meninos, fazia perguntas aos simples, e disputava com os escribas, deu a todos inteligência, em todos semeou a verdade.
 
15. A Sabedoria de Deus desceu para viver entre os néscios. Com Sua instrução, oferecia sabedoria, com Sua explicação, iluminava. Em paga de Seus auxílios esbofetearam-Lhe as faces.
 
16. O Bom, em Sua bondade, desceu aos maus. Pagou Aquele que não tinha dívidas, cobrou o que não tinha emprestado. Foram-Lhe ingratos nas duas coisas: pois Lhe despojaram, e também Lhe pagaram.
 
17. O Bom assumiu a carga e carregou a outros, ambas as coisas são um prodígio: Enquanto Ele nos carregava com a verdade, carregou nossa iniquidade sobre Si mesmo. Os necessitados carregaram com suas riquezas, e lhe carregaram com os seus pecados.
 
18. O Bom mostrou Seu carinho aos crucificadores em Seus filhos, que Ele havia levado nos braços e abençoado. Um só foi o símbolo de todos eles: Quando recebeu o beijo, morderam-No com a boca do ladrão.
 
19. O erro daquele povo radica na esperança, e tem colocado seu olhar nos sacrifícios. É uma impiedade que, depois daquele Cordeiro de Deus, ainda sigam oferecendo sacrifícios”.
 
Urge que nossas famílias bebam das divinas fontes da Tradição da Igreja, bem como se nutram da Palavra Divina e se fortaleçam dia a dia na participação das Missas e celebrações, bem como das diversas atividades pastorais de nossas paróquias e comunidades.

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