quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

"Proclamemos a Palavra..." (n. 12) (IIIDTCC)

"Proclamemos a Palavra..."

Evangelizar com a presença e ação do Espírito Santo

Rogamos a Deus que este mesmo Espírito Santo, que esteve sobre Jesus, e O ungiu para anunciar a Boa Notícia aos pobres e O enviou em missão (Lc 4,16-21), também esteja sobre toda a Igreja, de modo especial sobre os Bispos, no tríplice múnus de ensinar, santificar e governar.

Oportuno que voltemos ao objetivo das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (2015-2019), CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com seu objetivo geral:

Evangelizar, a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo” (DGAE, p.8).

Assim eram apresentadas as cinco urgências e perspectivas de ação: Igreja em estado permanente de missão; Igreja - casa da iniciação à vida cristã; Igreja lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja – Comunidade de Comunidades, Igreja - a serviço da vida plena para todos.

Entretanto, torna-se impossível qualquer ação evangelizadora, se não contarmos com a presença do Espírito Santo, que habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cf. 1 Cor 3,16; 6,19).

De fato, é Ele quem leva a Igreja ao conhecimento da verdade total, unificando-a na comunhão e no ministério, dirigindo-a, mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos.

O Espírito adorna, também, com Seus frutos (Ef 4,11-12; 1 Cor 12,5; Gl 5,22), e pela força do Evangelho, rejuvenesce a Igreja, renovando-a perpetuamente, levando-a à união consumada com Seu Esposo, Jesus Cristo (Lumen Gentium n.4).

Urge que sejamos cada vez mais fiéis à missão que nos foi confiada na evangelização, no anúncio da “Palavra de Deus, viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4,12). 

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova (IIIDTCC)

                                                       

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova

A missão de Jesus é a nossa missão e contamos com o Seu Espírito: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres” (Lc 4,16-21).

Não estamos sós! Temos alegria e a graça de continuar a missão do Senhor, como discípulos missionários d o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, atentos ao que Ele nos disse -  “Permanecei na cidade” ( Lc 24,49).

Iluminados pela Conferência de Aparecida (2007) e em plena comunhão com a Igreja do Brasil, iluminados pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – (2019-2023), multiplicamos esforços para que o Objetivo Geral seja realizado: 

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.

Ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na sua Igreja, comunicando o fogo do amor, para sermos, com renovado ardor, portadores desta Boa- Nova.

Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hb 12,14).

Para que esta ação evangelizadora aconteça, afetiva e efetivamente, é preciso ter alguns objetivos:

- Conversão Pastoral e suas estruturas;
- Acolhida de irmãos e irmãs com alegria, formando uma comunidade em que se vive o amor, a fraternidade, ternura e a solidariedade;

- Evangelização da Família;  
- Catequese permanente;

- Interação da fé com a vida em todos os âmbitos (social, político, econômico, cultural);
- Evangelizar nos novos areópagos (Internet, rádio, TV, jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings).

Cremos que a atividade pastoral e a ação evangelizadora são respostas corajosas para superação de realidades tão gritantes, que impedem a realização do Reino por Jesus inaugurado e por nós a ser anunciado, construído, testemunhado.

Que o mesmo Espírito, que pousou sobre Jesus na Sinagoga de Nazaré, continue repousando sobre nós, para que tenhamos o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade (Is 11,1-3a).

Sendo a fé viva quando são as obras que falam, deixemos as obras falarem no cuidado do rebanho, por Deus, a nós confiado! (1 Pd 5,1-4).

Alegrai-vos! O Espírito Santo repousa sobre nós! (IIIDTCC)


Alegrai-vos! O Espírito Santo repousa sobre nós!

Na Sinagoga de Nazaré, a Palavra de Deus se cumpriu: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres” (Lc 4,16-21). E, para que esta mesma Palavra continue sendo anunciada, o mesmo Espírito continua repousando sobre a Igreja.

Nossa Paróquia renova forças e suplica luzes divinas para a concretização de mais um Planejamento Pastoral que já se encontra nas mãos dos Agentes de Pastoral.

“Permanecei na Cidade e Proclamai a Boa Nova”, sempre ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na Sua Igreja, comunicando o fogo do Amor, para sermos, com renovado ardor, portadores desta Boa-Nova.

Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão, embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hebreus 12,14).

Invoquemos a Sabedoria do Espírito, para que correspondamos ao querer de Deus Pai de Misericórdia; para continuarmos, com alegria e dedicação, a missão realizada pelo Seu Filho Jesus, com a mesma fidelidade e compromisso, ao mundo sinalizando as alegrias do Reino.



PS: Publicado no jornal “Voz Viva” – Paróquia Santo Antônio de Gopoúva – Diocese de Guarulhos – Ed. nº52


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Adoro-Vos, ó Senhor

                                                        


Adoro-Vos, ó Senhor

“A esperança, com efeito, é para nós qual ancora da vida, segura e firme, penetrando para além da cortina do santuário, onde Jesus entrou por nós, como precursor, feito Sumo-Sacerdote e eterno na ordem de Melquisedec” (Hb 6,19-20)

Adoro-Vos, ó Senhor Jesus Cristo, pois graças à Vossa Páscoa, mistério de morte e ressurreição, entrastes de uma vez por todas na morada de Deus, quando tão somente o Sumo-Sacerdote era o único homem que podia penetrar no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado Templo, e encontrar-se na presença de Deus.

Adoro-Vos, ó Senhor Jesus, pois uma vez tendo entrado, sois uma âncora lançada, não no mar, mas no próprio coração do Pai; e com esta ancoragem deriva para todos, que em Vós cremos, a certeza da Vossa comunhão com Deus.

Adoro-Vos, ó Senhor Jesus, pois dando Vossa vida por amor de nós, fostes fiel a Deus Pai que não falta à Sua palavra; quando muito pelo contrário, confirmou as promessas a Abraão, certificando-a com juramento; por isso estamos certos da esperança que nos é oferecida.

Adoro-Vos, ó Senhor Jesus e em cada Eucaristia, de modo especialíssimo na Missa Dominical, assiduamente participada, quando fazemos memória do Vosso Mistério Pascal e celebramos a libertação da morte e do pecado e a entrada na própria vida de Deus, e o nome desta liberdade sois Vós: Jesus.

“Senhor Deus, criador e renovador de todas as coisas, abri-nos as portas da Vossa misericórdia, e fazei que celebremos santamente o dia de Jesus Ressuscitado, dia da escuta e da ágape eucarística, dia da fraternidade e do repouso, para que todas as criaturas cantem conosco os novos céus e a nova terra”. 

Adoro-Vos, ó Senhor Jesus, pois nos abristes o caminho que nos leva para além do véu do Santuário, e ajudai-nos, a fim de que vivamos em perfeita comunhão com Vosso Pai, com a força, presença e luz do Santo Espírito.  Amém.  

 

PS: Passagem da Leitura - Hb 6,10-20

Fonte: Lecionário Comentado – Volume I do Tempo Comum – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – pp.801-805

Peregrinos da esperança: conversão e fidelidade ao Senhor

 


Peregrinos da esperança: conversão e fidelidade ao Senhor

À luz da passagem do Livro de Oseias (Os 6,3-6), refletimos sobre o seu ministério profético numa época bastante conturbada (Reino do Norte – Israel), em termos políticos e marcado por violência, insegurança e derramamento de sangue; em termos religiosos por uma grande confusão.

O profeta exorta para que o povo reconheça a infidelidade cometida, vivida na idolatria, e redescubra o amor do Senhor, expresso em gestos concretos de amor, ternura, bondade e misericórdia (“hesed”) em favor dos irmãos e irmãs.

Reflitamos:
 
- Qual é a sinceridade, fidelidade e profundidade que a adesão ao Projeto que Deus tem para nós?

- Qual o desejo e sinais que expressam atitudes de conversão ao amor de Deus?

- Como vivemos este amor a Deus no amor ao próximo? 

 

Ontem, como hoje, precisamos ouvir a Palavra profética de Oseias que nos interpela à necessária conversão de toda e qualquer forma de infidelidade e idolatria, a fim de que nos voltemos totalmente para o Senhor, que vem sempre ao nosso encontro, na Sua divina e eterna misericórdia, e tão somente n’Ele colocarmos nossa confiança e esperança, como peregrinos que somos.

Peregrinos da esperança, compromisso com a paz

 


Peregrinos da esperança, compromisso com a paz

 
Na Mensagem  para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais (2018), que teve como Lema “A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32), e como tema: – “Fake news e jornalismo de paz”, o Papa Francisco nos apresentou uma oração inspirada na conhecida oração franciscana, muito oportuna para que a retomemos e rezemos, para que vivamos um ano cheio de paz, que brota de novas posturas e atitudes todos os dias do ano que iniciamos:
 
“Senhor, fazei de nós instrumentos da Vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão.
 
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
 
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
 
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, 
fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade. Amém.”
 
Iniciemos o ano do Jubileu 2025, como peregrinos da esperança e comprometidos com a paz, afinal, como nos falou o Apóstolo Paulo: “A esperança não decepciona” (cf. Rm 5,5).
 

Jovem, quando Deus nos chama, só há uma resposta

                                                       

Jovem, quando Deus nos chama, só há uma resposta

Jovem, é sempre tempo de ouvir o chamado de Jesus e permanecer com Ele em todos os momentos, dando-lhe uma resposta de amor.

Na passagem do Livro de Samuel (1Sm 3,3b-10.19), Deus chamou Samuel e ele não O reconheceu, demorou um pouco para perceber que era Deus que o "convidava", porém tão logo percebeu ele respondeu: "Fala que Teu servo Te escuta".

Quantas vezes Deus nos chama, e deixamos passar despercebido, porque não O reconhecemos ou ignoramos Seu convite?

Os motivos? São muitos: alegamos falta de tempo, ou que é complicado demais, que não somos capazes, que talvez um dia...

Reflitamos:

- Qual é a tua resposta quando somos chamados para participar de uma Pastoral?
 - Qual é a tua resposta aos apelos e convites de Deus a cada instante em nossa vida?

Quando Deus escolhe alguém é Ele quem o torna capaz: “Deus não escolhe capacitados, mas capacita Seus escolhidos” Não devemos desperdiçar o chamado de Deus, devemos experimentar quão boa, agradável e perfeita é a vontade d’Ele.

A atitude de Samuel é profundamente inspiradora para todos nós. Deus não desistiu de Samuel quando o chamou e ele não reconheceu Sua voz.

Assim é conosco: Deus nunca desiste de nós, não importa se não O reconhecemos ou se simplesmente O ignoramos… Ele estará esperando o nosso sim como fez com Samuel, e fará coisas grandiosas em nossa vida.  

Há um canto que reflete bem tudo isto:

"Quando Deus escolhe alguém, Ele mesmo faz Tudo o que determinou em Seu coração. Capacita os chamados, fortalece os seus braços, pois, a obra é d’Ele e não falhará.

Quando Deus escolhe alguém, bom é obedecer. Custe o que custar é sempre o melhor; Ele cumpre a Palavra que diz: Boa e agradável, Perfeita é a vontade do Senhor”

Com o Salmo 39 rezamos: “Eu disse: ‘Eis que venho, Senhor’, com prazer faço a Vossa vontade.” É importante fazer a vontade do Senhor, dizer sim ao Seu chamado de coração aberto.

- Fazer as coisas de Deus apenas para "cumprir tabela", por desencargo, não é atender ao Seu chamado.
     - Como atender ao chamado do Senhor: com prazer ou de má vontade?

Atender ao chamado de Deus com satisfação, alegria, jovialidade e agrado é nos deixarmos inundar por uma felicidade que só Ele pode nos proporcionar.

O Apóstolo Paulo, na Carta aos Coríntios (1Cor 6,13c-15ª.17-20), nos convida a viver de forma coerente com o chamado de Deus. O nosso corpo é o Santuário do Espírito Santo, portanto não é para a imoralidade. Deus, no Seu Projeto, traça um Plano de vida para Seus filhos, diferente dos pensamentos do mundo, que são voltados para o pecado.

Ele quer que usemos nosso corpo de maneira certa, de maneira livre. Liberdade não é sinônimo de libertinagem. A libertinagem é o uso da liberdade sem o bom senso, transformando-a em um meio de prejudicar a si próprio e aos outros. É, portanto, a escravidão de si mesmo, dos próprios desejos e devaneios.

Todo ser humano é livre pelo consentimento de Deus. Quando deixamos de ser livres, passamos a ser escravos de nossas vontades, do nosso corpo, da nossa fragilidade...

O Evangelho (Jo 1,35-42) narra os primeiros encontros de Jesus com Seus discípulos. Jesus estava passando e eles O seguiram e logo depois perguntaram: Onde moras? E Jesus responde: "Vinde e vede!" E os discípulos permaneceram com Ele.

Permanecer com Jesus é conhecer a Deus, saber onde Ele mora, aprofundando uma relação de amizade, proximidade e intimidade que muda a vida toda e toda a vida. Permanecer com Jesus é escutar Sua palavra e meditá-la; é rezar com Ele e seguir Seus ensinamentos. Devemos permanecer com Jesus sempre e não só na dor.

Muitas pessoas procuram a Deus na hora do sofrimento, ou pior, às vezes mantêm uma relação de troca como se fosse um contrato comercial: "vou fazer este sacrifício para que Deus me conceda determinada graça".

Permanecer com Jesus é aprender com Ele a fazer a vontade do Pai com prazer e alegria. Aquele que conhece Jesus não é egoísta; permanece com Ele e conduz o seu irmão a Ele, para que permaneça também em Sua presença, como fez André (Jo 1,41).

Jesus fixa os olhos em Pedro e diz – “Tu és Simão, filho de João; será chamado Cefas (que quer dizer rocha)”

O olhar de Jesus... Olhar marcante que penetrou a alma de Pedro, levando-o aos poucos a reconhecer na humanidade de Jesus o ocultamento de Sua divindade; na divindade de Jesus a Sua mais bela e profunda humanidade: Jesus, verdadeiramente homem, verdadeiramente Deus!

-   Jesus fixa o olhar em cada um de nós e nos chama. Qual é a nossa resposta?

Só seremos verdadeiramente felizes se também fixarmos nosso olhar em Jesus e em Sua Cruz. Assim é o cristianismo: carregar a cruz de cada dia com renúncias, despojamentos, aberturas, enriquecimentos, até que um dia sejamos merecedores da glória dos céus!

Todos os Jovens precisam ouvir este chamado de Deus, que os chama pelo próprio nome, como a Samuel, para uma missão, que consiste em anunciar e testemunhar Jesus; uma missão que não conhece ocaso, porque é sempre tempo de fazer a luz e Deus brilhar em todos os momentos, em todos os lugares...

Responda prontamente ao chamado de Jesus: “Vinde e vede”, porque você, Jovem, está no coração da Igreja e tem, como todos nós, a divina missão de renovar a sociedade, o mundo em que vivemos.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG