terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Confiemos plenamente na Palavra do Senhor (14/01)

                                                     

Confiemos plenamente na Palavra do Senhor

“O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade...
Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!”

Com a Liturgia da terça-feira da 1ª Semana do Tempo Comum,  refletimos sobre o Projeto de liberdade e vida plena que Deus tem para a humanidade, que se contrapõe aos projetos marcados pelo egoísmo, escravidão de toda forma e morte, como vemos na proclamação da passagem do Evangelho (Mc 1, 21b-28)

Reflitamos, também,  sobre a ação de Jesus, o Filho de Deus, que veio cumprir o Projeto de libertação.

Depois de apresentar o chamamento dos discípulos, o Evangelista apresenta uma jornada ministerial do Senhor, com Sua autoridade revelada no ensino e diante dos “espíritos impuros”.

Com Sua Palavra e ação, Jesus renova aqueles que O acolhem e acreditam em Sua Palavra, tornando-os verdadeiramente livres do egoísmo, do pecado e da própria morte: crendo no Senhor e em Sua Palavra, nos tornamos verdadeiramente livres.

A ação de Jesus faz suscitar a interrogação daqueles que O viram ensinar e expulsar os demônios: “Que vem a ser isto? Uma nova doutrina e com que autoridade!”. Também nós precisamos nos fazer perguntar “quem é Jesus para nós?”

Jesus veio nos libertar de tudo o que nos faça “prisioneiros” e nos roube a vida e a alegria de viver. Com Sua Palavra e ação, Jesus nos revela que Deus não desistiu da humanidade, e quer conduzi-la à vida plena e feliz.

Seus seguidores não poderão cruzar os braços, continuando a Sua missão na luta contra os “demônios” de tantos nomes, percorrendo o mesmo caminho que Ele percorreu, lutando até o fim, em total doação da vida para que tenhamos um mundo mais humano, livre, solidário, justo e fratern.

Há um mundo a ser transformado e, como Igreja em saída (como tem insistido o Papa Francisco), não podemos ficar fechados em nossas sacristias, mas assumir corajosamente, com a força do Espírito, com sabedoria e criatividade, a dimensão missionária, elemento constitutivo da Igreja, presença nas mais diversas realidades, em incansável empenho para a transformação das realidades:  familiar, social, política, econômica, cultural, do trabalho e da comunicação.

No entanto, nem sempre isto se dá de modo tranquilo, porque pode gerar conflitos, divisões, sofrimentos, incompreensões, perseguições, mas vale a pena, porque é fiel Aquele que prometeu jamais nos desamparar, jamais nos deixar órfãos na missão por Ele confiada, afinal nos comunicou o Seu Espírito, que nos assiste em todos os momentos.

O discípulo de Jesus é alguém que embarcou nesta aventura de amor que dá sentido à vida, o que nos torna cúmplices e instrumentos nas mãos de Deus, para que construamos um mundo novo, de homens e mulheres livres e felizes.

Fundamental voltarmos ao que nos disse o Apóstolo Paulo (1 Cor 7, 32-35), quando nos apresentou as verdadeiras prioridades que devem marcar a vida daquele que abraçou a fé, não se deixando desviar pelas realidades transitórias, afinal, o tempo está abreviado e a figura deste mundo passa.

Aquele que professa a fé no Senhor precisa viver com equilíbrio, discernindo entre as coisas que passam e as que são eternas, o que consiste num aprendizado permanente na definição das escolhas, numa vida marcada pela generosidade, alegria e doação.

Iniciando um novo Ano Litúrgico, em cada Eucaristia que celebramos, somos convidados a seguir, cada vez mais de perto e decididamente, com o coração indiviso, o Senhor, que nos chamou e nos enviou a viver a vida nova que nos foi concedida pela graça do Batismo.

Com o coração seduzido e inflamado por Aquele que voltou para nós o Seu olhar de amor e nos chamou pelo nome, não há como voltar atrás.

Quem pelo Senhor sentiu-se amado, já não pode mais viver sem o Seu Amor, a Sua Palavra e presença.


(1) Missal Cotidiano, dominical e ferial – Paulus – Lisboa – p. 1177

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