domingo, 14 de janeiro de 2024

Como encontrar a autêntica felicidade? (IIDTCA)


Como encontrar a autêntica felicidade?

Anos passados, celebrando em uma Capela da Diocese de Guarulhos, c
ontemplei uma assembleia marcada pela simplicidade, acolhida, calor humano... Era possível perceber as dificuldades nos traços comuns, estampados em cada rosto:

As faces com seus traços e marcas, olhos com suas luzes ou ausência, são como espelhos, ainda que tentemos disfarçar.

Aquela Missa ficou marcada também pelos cantos, desenvolvimento litúrgico, o enlevo espiritual, a chama viva do Espírito, que sempre nos acompanha, queima, arde, renova.

Inesquecível ainda o refrão do Salmo 39, cantado naquela manhã de Domingo:

“Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a Vossa vontade!” 

O flautista introduzindo o canto e as almas elevando, os violões, a voz da salmista, fazendo vibrar as cordas da garganta, com a unção do Espírito, emergindo do mais profundo do coração onde o amor habita. Deus é Amor, o Espírito é Sua comunicação.  

Na Homilia, enfatizei a Missão do Cordeiro Jesus Cristo; as características de João Batista que a comunidade deve imitar, e que não são poucas: que Cristo apareça e nós diminuamos; fidelidade até o fim; ver o Senhor e, d’Ele, dar testemunho, à luz do Evangelho (Jo 1, 29-34). 

Na perfeita sintonia, a primeira Leitura (Is 49, 3.5-6) falava do servo do Senhor e a missão de ser luz das nações, sendo que a nós cabe anunciar e dar testemunho desta luz, como João o fez.

A segunda Leitura (1Cor 1,1-3) nos inspirou a falar da vocação como dom de Deus e resposta nossa; o convite à santidade, pois o mundo tem necessidade de santos no mais belo e perfeito sentido.

Santidade entendida como fazer com prazer a vontade do Senhor, sendo, no mundo, comunicadores da graça e instrumentos da paz, como a saudação paulina na carta mencionava.

Concluindo a Homilia, assim como ao final da Missa, pedi à Equipe que cantasse novamente o refrão, para que o retomássemos para ao longo da semana, para renovar a disponibilidade e alegria na realização da vontade de Deus.

Muitas vezes em nome do realizar a própria vontade, estabelece-se uma relação de escravidão de si mesmo, talvez uma das piores escravidões: escravidão da própria vontade, sem levar em conta o outro e o outro, entendendo o primeiro como o próximo, e o segundo como a Suprema Divindade.

Somente na fidelidade à vontade de Deus é que faremos o encontro com a felicidade e a liberdade. Talvez por isto muitos, dela, se distanciaram, mas podem ainda reencontrá-la...

O Cálice Sagrado do qual participamos jamais será fuga, mas Bebida que nos sacia, inebria e nos fortalece, porque também do Pão Sagrado comemos, que é o próprio Corpo do Senhor, dado em Comida e Alimento para que, fiéis a Deus, vivamos tão preciosos Mandamentos...

Reflitamos:

- Estamos, como cristãos, fazendo, com prazer, a vontade do Senhor?
        - Qual é a vontade que o Senhor tem para cada um de nós?
- Sou escravo de minhas vontades ou gozo da liberdade encontrada no realizar da vontade de Deus?

É preciso ter coragem de ouvir Deus falar, é preciso maturidade, abertura para perceber qual Sua vontade, que não necessariamente será a nossa vontade, porque infinitamente superior.

Quanto mais for inflamado nosso coração pelo amor divino, quanto mais for por Cristo seduzido, mais gozo, deleite, prazer, contentamento, felicidade teremos, por isto continua ressoando em meus ouvidos o refrão do Salmo:

- “Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a Vossa vontade!”. 

Oremos:

Nossa Senhora, Mãe e Mestra que disseste: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua vontade”, ensina-nos, como filhos, a fazer o mesmo.

Cristo Senhor, que também no Horto, Te puseste totalmente na mão de Deus, ajuda-nos a repetir e fazer como fizeste: “Pai, se possível, afasta de mim este cálice, mas que seja feita a Tua vontade...”.

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