domingo, 26 de outubro de 2025

Em poucas palavras...

                                                         

Por que Deus não escuta nossas orações?

 

- 1.º -  porque não somos bons, nos falta pureza no coração ou retidão na intenção;

- 2º -  porque pedimos mal, sem fé, sem perseverança, sem humildade;

- 3º - porque pedimos coisas más, isto é, o que não nos convém, o que nos pode fazer mal ou desviar-nos do nosso caminho. (1)


 

(1) - cf. Santo Agostinho (Séc IV), Sobre o Sermão do Senhor no monte, II, 27, 73)

 

Em poucas palavras... (XXXDTCC)

                                              


Aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade

Oremos:

“Ó Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e, para merecermos alcançar o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convoso vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

 

(1) Oração do dia – 30º Domingo do Tempo Comum

Em poucas palavras... (XXXDTCC)

                                                


Três parábolas sobre a oração

São Lucas transmite-nos três parábolas principais sobre a oração.

A primeira, a do «amigo importuno» (Lc 11,5-13), convida-nos a uma oração persistente: «Batei, e a porta abrir-se-vos-á». Aquele que assim ora, o Pai celeste «dará tudo quanto necessitar» e dará, sobretudo, o Espírito Santo, que encerra todos os dons.

A segunda, a da «viúva importuna» (Lc 18,1-8), está centrada numa das qualidades da oração: é preciso orar sem se cansar, com a paciência da fé. «Mas o Filho do Homem, quando voltar, achará porventura fé sobre a terra?».

A terceira, a do «fariseu e do publicano» (Lc 18,9-14), diz respeito à humildade do coração orante. «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador». A Igreja não cessa de fazer sua esta oração: «Kyrie, eleison!».”

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2613

Em poucas palavras... (XXXDTCB)

 


Os exorcismos de Jesus

“A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás (Mt 12,26): «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demônios, então é porque o Reino de Deus chegou até vós» (Mt 12, 28).

Os exorcismos de Jesus libertam os homens do poder dos demônios (Lc 8,26-39). E antecipam a grande vitória de Jesus sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12,31).

É pela cruz de Cristo que o Reino de Deus vai ser definitivamente estabelecido: «Regnavit a ligno Deus – Deus reinou desde o madeiro» (Venâncio Fortunato).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 550

Amor a Deus e ao próximo, dois Amores inseparáveis (XXXDTCA)

                                              

Amor a Deus e ao próximo, dois Amores inseparáveis

O Mandamento do Amor é a essência da vida cristã

Com a Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum (ano A) refletimos sobre a inseparabilidade do amor a Deus e ao próximo, que são os maiores Mandamentos da Lei Divina.

Amor que está no centro da experiência cristã, pois Deus espera que cada coração humano esteja submergido no Seu Amor.  

É preciso a imersão no Amor de Deus para transbordar, comunicar o amor ao próximo: eis o sentido do existir e do ser cristão em todo tempo.

A passagem da primeira Leitura (Êxodo 22,20-26) nos remete ao “Código da Aliança” que se trata de um conjunto de prescrições, soluções, disposições justas, sãs e sólidas que norteiam, orientam a conduta humana nas mais diversas situações.

Esta passagem é como um extrato deste Código: a defesa do pobre e da viúva (desprotegidos); a acolhida do estrangeiro (desenraizado); a defesa do pobre (carente e em extrema necessidade).

Somente a defesa destes é que manterá viva a Aliança de Deus com a humanidade. 

A dura experiência vivida no exílio leva ao aprendizado e a compromissos renovados, para que a vida e a liberdade sejam resplandecentes em cada amanhecer, de modo que é preciso ver no rosto do pobre, do órfão, da viúva e do estrangeiro o rosto de Deus.

Reflitamos:

- Onde estão os pobres em nossas comunidades?
- Como os amamos e os defendemos?
- Quais os espaços que ocupam em nossas preocupações, organizações e pastorais?
- Como não compactuar com situações que favoreçam o roubo da vida e da dignidade dos pobres?

Na passagem da segunda Leitura (1Ts 1,5c-10), voltamos a refletir sobre a comunidade de Tessalônica: uma comunidade entusiasta e exemplar, pela fé ativa, caridade esforçada e de firmeza na esperança. 

A comunidade é convidada a dar mais um passo, ou seja, manter a alegria apesar dos sofrimentos, das dificuldades, das perseguições, pois este é necessariamente e inevitavelmente o dinamismo do Evangelho.

A alegria e o sofrimento fazem parte do dinamismo da missão evangelizadora, de modo que na obscuridade, o Evangelho é luz. Na secura, Água Cristalina. Na fome de amor e vida, o Pão. Em situações de opressão, a Palavra que liberta...

A comunidade de Tessalônica, apesar de toda dificuldade, não é uma ilha. Confiando em Deus ela se tornou a semente de fé e de amor que gerou frutos em outras comunidades. 

De fato não somos uma ilha, pois a fé nos faz uma só Igreja: missionária, misericórdia, viva e solidária.

Na passagem do Evangelho (Mt 22,34-40), mais uma vez, Jesus enfrenta os líderes religiosos de Seu tempo. 

Após as questões polêmicas do tributo a César e da Ressurreição (não acreditada pelos Saduceus), Jesus é interrogado sobre qual é o maior Mandamento.

Consideremos que os fariseus conservavam 613 mandamentos (sendo 365 proibições e 248 prescrições). Um verdadeiro emaranhado de preceitos e prescrições. 

Evidentemente, os pobres estavam impossibilitados deste conhecimento, e por eles eram considerados impuros e distantes de Deus.

A resposta de Jesus unifica e equipara os dois Mandamentos: “’Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda tua alma e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior Mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’”. 

Com isto podemos afirmar que toda revelação de Deus se resume no amor: amor a Deus e ao próximo. A Lei e os Profetas são apenas comentários, desdobramentos destes dois Mandamentos.

O Mandamento do Amor é o resumo de toda Lei, pois a vida cristã consistirá em amar como Jesus ama ao Pai, com Seu Espírito – o Amor Trinitário. 

Tudo que Deus faz é simplesmente por amor, e esta é essencialmente a marca de Seu agir. Assim, tudo quanto fizermos, tanto os gestos mais grandiosos de fidelidade quanto os menores, se ausente o amor, perdem a sua beleza e consistência.

Na verdade, os dois Mandamentos são o resumo de toda a Bíblia: que a vontade de Deus seja feita, numa entrega quotidiana de amor em favor do Reino, fazendo da vida um dom total de si mesmo, como Jesus o fez - o Missionário amado pelo Pai, na força do Espírito, o Amor que nos acompanha em todo momento.

Amando a Deus escutaremos Sua palavra e haveremos de nos empenhar no cumprir da vontade divina. No amor aos irmãos haveremos de nos solidarizar com todos os que encontrarmos pelo caminho. O amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida em favor do outro nos fazem adoradores de Deus, em espírito e verdade.

Na vivência do Amor a Deus e ao próximo Jesus fez cair as máscaras da hipocrisia de Seus opositores, que conhecedores da Lei, do Mandamento divino, mas tão apenas conhecedores, pois não os colocavam em prática, como Ele o fez em relação aos pequeninos, aos pobres, aos enfermos, aos marginalizados. 

Bem sabemos que este Amor que ama até o fim incomodou aqueles bem estabelecidos, porque com os preferidos de Deus jamais comprometidos.

Concluo com a afirmação do Missal Dominical:

“O Mistério de Cristo, no seu todo, é vivido na Igreja, no conjunto de seus membros em todos os séculos.

O contemplativo serve aos homens servindo a Deus; o ativo serve a Deus servindo aos homens...

O Santo Cura D’Ars suspirava por um convento e pela solidão, enquanto se dedicava inteiramente aos homens; e os conventos deram à Igreja grandes Papas, Bispos, Reformadores e Missionários, que passaram da contemplação e da solidão à ação mais perseverante e ininterrupta”. (1)


(1) Missal Dominical - Ed. Paulus - p. 841

Uma fé consciente e robusta é preciso (XXXDTCB)

Uma fé consciente e robusta é preciso
 
Vejamos o que nos diz o comentário do Missal Dominical sobre a Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum (ano B), sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10, 46-52):
 
“... Se, no passado, a fé podia constituir uma explicação ou uma interpretação do universo, um lugar de segurança diante dos absurdos da história e do mistério do mundo, hoje não é mais assim.
 
Os movimentos de ideias, o processo tecnológico, a expansão do consumo, os movimentos migratórios e turísticos, a urbanização crescente e caótica com as consequentes dificuldades de integração comunitária, a agressão da publicidade, a instabilidade política, econômica e social, com todos os problemas daí derivados, concorrem para aguçar a dilaceração interior, ainda mais sensível nos homens de cultura.
 
Neste quadro, a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”. (1)
 
Assim lemos na conclusão do comentário no Missal Dominical:


“Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.
 
Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.
 
O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos.” (2)
 
Não há mais lugar para uma fé anônima e sem compromissos, e há sempre um itinerário a ser percorrido para que nossa fé tenha os “predicativos desejáveis” e “aditivos indispensáveis”.
 
Nisto consiste a caminhada de fé: um processo permanente, no qual é preciso que se avance para não recuar.
 
Vivemos num mundo secularizado, com fortes marcas de ateísmo, em que o espaço do sagrado muitas vezes é sinônimo de alienação, atraso, anti-história.
 
O Papa São João Paulo II,  abordou estas questões na Encíclica Fé e Razão. 
 
Não são inconciliáveis a fé e a razão, pois uma não pode prescindir da outra, pois do contrário não corroboram para o processo de fraternidade e promoção da vida, da dignidade humana. 
 
Evidentemente que podemos cultivar uma fé ingênua, marcada pelo infantilismo, renunciando aos compromissos inerentes a mesma. Delegando a Deus o que é tarefa humana, descomprometendo-se, lamentavelmente, com aquilo que é próprio e inadiável nosso.
 
A fé, mais que uma resposta aos problemas e não uma fuga: uma proposta transformadora, fundada e nutrida pelo Pão da Palavra e pelo Pão da Eucaristia. 

A fé deve consistir na resposta sedenta de sentido de vida, utrapassando todo pragmatismo evasivo; todas as explicações que se encerram em si mesmo.
 
Há sempre muito mais do que se possa verbalizar, e mais ainda do que se possa racionalizar, a fim de que cultivemos uma fé consciente e robusta, procurando respostas aos incontáveis problemas mencionados, de modo que a fé, a esperança e caridade, como virtudes teologais, amadureçam inseparavelmente em nosso interior, afastando toda a estimulação e excitação de dilaceramentos interiores... Tão somente assim, veremos a fé expressa em gestos concretos, afetivos e efetivos de caridade.
 
Não há nunca qualquer possibilidade de desistência do carregar da cruz, ainda que adversos e difíceis sejam os momentos que possamos passar.

Urge uma Fé viva e uma Esperança com âncoras nos céus, onde se encontra o Ressuscitado! E, assim a Caridade dará respostas libertadoras para o mundo que precisa ser transformado.
 
Oremos: 
 
“Deus eterno e todo-poderoso, 
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade 
e dai-nos amar o que prometeis. 
Por N.S.J.C.  Amém!”
 
(1) Missal Dominical - Editora Paulus - 1995 -  pág. 1057.
(2) Idem.

 

sábado, 25 de outubro de 2025

Em poucas palavras...

 


Cuidar das cidades e de nossa Casa Comum

“Entre as questões estruturais que não se pode imaginar conseguir resolver a partir de cima e que exigem ser tratadas o mais rapidamente possível, conta-se a dos lugares, espaços, casas e cidades onde os pobres vivem e caminham.

Bem o sabemos: «Como são belas as cidades que superam a desconfiança doentia e integram os que são diferentes, fazendo desta integração um novo fator de progresso! Como são encantadoras as cidades que, já no seu projeto arquitetônico, estão cheias de espaços que unem, relacionam, favorecem o reconhecimento do outro!».

Ao mesmo tempo, «não podemos deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das pessoas».

Com efeito, «a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta».(1)

(1)   Exortação Apostólica “Dilexi te”, Papa Leão, 2025 – parágrafo n.96 com citações do Papa Francisco.

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