sábado, 25 de outubro de 2025

Em poucas palavras... (XXXDTCC)

                                                


Três parábolas sobre a oração

São Lucas transmite-nos três parábolas principais sobre a oração.

A primeira, a do «amigo importuno» (Lc 11,5-13), convida-nos a uma oração persistente: «Batei, e a porta abrir-se-vos-á». Aquele que assim ora, o Pai celeste «dará tudo quanto necessitar» e dará, sobretudo, o Espírito Santo, que encerra todos os dons.

A segunda, a da «viúva importuna» (Lc 18,1-8), está centrada numa das qualidades da oração: é preciso orar sem se cansar, com a paciência da fé. «Mas o Filho do Homem, quando voltar, achará porventura fé sobre a terra?».

A terceira, a do «fariseu e do publicano» (Lc 18,9-14), diz respeito à humildade do coração orante. «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador». A Igreja não cessa de fazer sua esta oração: «Kyrie, eleison!».”

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2613

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova

                                                       

Permaneçamos na cidade e proclamemos a Boa-Nova

A missão de Jesus é a nossa missão e contamos com o Seu Espírito: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim e me enviou para Evangelizar os pobres” (Lc 4,16-21).

Não estamos sós! Temos alegria e a graça de continuar a missão do Senhor, como discípulos missionários d o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, atentos ao que Ele nos disse -  “Permanecei na cidade” ( Lc 24,49).

Iluminados pela Conferência de Aparecida (2007) e em plena comunhão com a Igreja do Brasil, iluminados pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – (2019-2023), multiplicamos esforços para que o Objetivo Geral seja realizado: 

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.

Ungidos pelo azeite da humana ternura e inebriados com o vinho da alegre esperança, numa atualização de Pentecostes, reaprendendo a linguagem do Espírito que sopra na sua Igreja, comunicando o fogo do amor, para sermos, com renovado ardor, portadores desta Boa- Nova.

Mesmo apostolado, mas não mesmos apóstolos; mesmo discipulado, novos discípulos; mesma missão embora tempos diferentes. Mas sempre o mesmo Evangelho! O mesmo Cristo, ontem, hoje e sempre (Hb 12,14).

Para que esta ação evangelizadora aconteça, afetiva e efetivamente, é preciso ter alguns objetivos:

- Conversão Pastoral e suas estruturas;
- Acolhida de irmãos e irmãs com alegria, formando uma comunidade em que se vive o amor, a fraternidade, ternura e a solidariedade;

- Evangelização da Família;  
- Catequese permanente;

- Interação da fé com a vida em todos os âmbitos (social, político, econômico, cultural);
- Evangelizar nos novos areópagos (Internet, rádio, TV, jornais, escolas, universidades, hospitais, shoppings).

Cremos que a atividade pastoral e a ação evangelizadora são respostas corajosas para superação de realidades tão gritantes, que impedem a realização do Reino por Jesus inaugurado e por nós a ser anunciado, construído, testemunhado.

Que o mesmo Espírito, que pousou sobre Jesus na Sinagoga de Nazaré, continue repousando sobre nós, para que tenhamos o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria e discernimento, Espírito de conselho e fortaleza, Espírito de ciência, temor e piedade (Is 11,1-3a).

Sendo a fé viva quando são as obras que falam, deixemos as obras falarem no cuidado do rebanho, por Deus, a nós confiado! (1 Pd 5,1-4).

A misericórdia divina e a conversão necessária

                                            

A misericórdia divina e a conversão necessária


Do deserto à montanha, da montanha à planície...
 Em todos os dias a conversão,
Mistério de Paixão e Morte: Transfiguração!
Gloriosa e desejada Ressurreição...

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,1-9), é um convite a repensarmos a nossa existência, para que sejamos homens novos e livres, com exigente mudança de mentalidade e atitudes.

Jesus nos revela a face misericordiosa de Deus, que deseja de todos os modos a salvação da humanidade, e ao mesmo tempo requer de todos nós a conversão à novidade do Reino de Deus por Ele inaugurado:

“Por maior que seja uma catástrofe que atinja os homens nos seus bens e até na sua sobrevivência terrena, muito mais grave é a catástrofe a que vai ao encontro quem não se abre à ação de Deus e não lhe responde.

Isto não significa que o Senhor seja um juiz vingativo e que o mal seja uma represália Sua. Pelo contrário, Ele é um Pai misericordioso, pronto a fazer mais festa por um só pecador que se tenha salvado do que por noventa e nove justos que O louvam (cf. Lucas 15)” (1)

De fato, a fé em Jesus requer a nossa sincera conversão que consiste numa reorientação geral da própria vida, como resposta à ação misericordiosa de Deus por meio d’Ele, o Filho Amado, Jesus.

A onipotência divina pode ser contemplada em sua ação misericordiosa, sendo livre para perdoar e criando o bem mesmo onde ele não existe.

Da mesma forma sua transcendência ultrapassa a distância entre o céu e a terra como reza o Salmista (Sl 102,11).

Lamentavelmente, pode se confundir a paciência de Deus contemplada no Evangelho com a indiferença para com nossos pecados, e permissividade para a continuidade marcada por uma vida descomprometida e desordenada.   

Jamais nos é permitido confundir misericórdia divina como cumplicidade e permissividade. Ao contrário, ela é uma força de Amor que rompe a dureza de nosso coração, incendeia com o fogo do Espírito a frieza do pecado.

Ela provoca que abramos a mente e o coração para um sincero e contínuo compromisso de conversão (Rm 2,4) de tal modo que nos tornemos misericordiosos como o Pai, e na solicitude para com os empobrecidos procuremos ter os mesmos pensamentos e sentimentos de Cristo Jesus.

Reflitamos:
  -   Onde e quando Deus nos oferece oportunidades para conversão?
  -   O que entendemos como conversão da mente e coração?

  -   Quais são os frutos que expressam nossos esforços de conversão?
  -  De que modo correspondemos à bondade e paciência de Deus, sem abuso da mesma?

  -   Como o tempo é breve, temos nos empenhado em busca sincera de conversão?

Jamais nos esqueçamos ou nos descuidemos, e que ressoe em nosso coração o forte apelo de conversão da mente e coração (metanoia), para que produzamos os frutos esperados por Deus.

A contemplação e correspondência ao Amor divino são verdadeiras quando nos fazem melhores, mais humanos, mais sinceros, mais fraternos.

Contemplemos a misericórdia, compaixão, bondade divinas, sem jamais abusar da paciência de Deus.

Do deserto para a montanha, da montanha para a planície, pois é nela que os apelos de conversão se multiplicam.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - p. 148

Em poucas palavras...

                                               


A adoração de Deus três vezes santo

“A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador. Exalta a grandeza do Senhor que nos criou  e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. 

É a prostração do espírito perante o «Rei da glória» (Sl 24,9-10) e o silêncio respeitoso face ao Deus «sempre maior» (Santo Agostinho). A adoração do Deus três vezes santo e soberanamente amável enche-nos de humildade e dá segurança às nossas súplicas.

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2628

Quaresma: tempo favorável de conversão

            



Quaresma: tempo favorável de conversão

Oremos:

Dai-nos, ó Deus, a graça de vivermos a penitência interior, como uma reorientação radical de toda a nossa vida, com o regresso e conversão de nosso coração a Vós.

Fortalecei-nos para a necessária ruptura com o pecado, com a aversão ao mal, repugnância pelas más ações que cometemos, não permitindo que caiamos em tentações que nos afastem de Vós.

Renovai o nosso desejo e o propósito de uma urgente mudança de vida, com a esperança da Vossa Misericórdia e Graça, abrindo-nos ao Mistério do Reino como dom de amor, em total entrega ao próximo.

Pedimos-Vos, que a conversão do coração seja acompanhada por uma dor e uma tristeza salutares, com a aflição do espírito, compunção do coração, para que melhor vivamos a graça do Batismo. Amém.

 

PS: fonte inspiradora – Catecismo da Igreja Católica parágrafo 1431

Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 13,1-9), e aprofundar sobre a compulsão do coração mencionada na Carta Encíclica "Dilexit nos" - Papa Francisco - 24 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

                                             


“É ainda tempo de conversão...”

“É ainda tempo de conversão... Deus cuidou de nós, uma e outra vez, como de uma árvore que parece totalmente incapaz de dar fruto.

O jardineiro, porém, sente pena. Deus tem pena dos homens e cuida deles, uma vez mais, por meio da mensagem e da esperança de Jesus. Se não correspondemos a esses cuidados, o machado da destruição cairá sobre nós.” (1)

 

 

(1) Comentários da Bíblia Litúrgica – Gráfica de Coimbra 2 – p. 1149 – passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,1-9)

 

Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus

                                                           

Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus
 
No que consiste a Oração? 
 
Uma reflexão sobre a vitalidade da Oração em nossa vida.
 
Discípulos missionários do Senhor precisam intensificar momentos mais prolongados e fecundos de oração, pois é preciso orar sem cessar, como nos falou o Apóstolo Paulo (1 Ts 5,17). 
 
Percebamos as maravilhas que Deus realiza em nós através da oração, o quanto Ele nos fala em Seu aparente silêncio e as diversas formas que temos para orar. 
 
Entre a ação humana e a Ação Divina, a Oração se interpõe como diálogo amoroso em que a criatura perscruta os desígnios de Deus e Ele manifesta no mais profundo do coração humano os Seus sonhos e Projetos.
 
A Oração é uma forma que Deus encontrou para manter um diálogo constante, com aqueles a quem formou desde o princípio. Feliz quem na vida descobriu tão belo meio de avançar no caminho da felicidade pessoal, familiar, comunitária, social e em todos os níveis...
 
Pela Oração mantém-se a estreita e íntima relação dialogal de Deus com Sua criatura, e que há de ser contínua e perseverante em todos os momentos: alegria e tristezas, angústias e esperanças, fracassos e vitórias.
 
Oramos louvando, agradecendo, suplicando, disponibilizando-nos em abertura à vontade de Deus para toda humanidade.
 
Diante das comunidades, bispos e padres são por excelência pessoas de oração, e mesmo desafiados pelas inúmeras atividades e solicitações do dia a dia, devem cultivar a oração, pessoal e comunitária, vivenciada no ápice da Celebração Eucarística, que é, ao mesmo tempo, fonte e manancial inesgotável de forças sabedoria, graça e luz; vencendo o perigo do ativismo que resultaria no estresse, esvaziamento e inquietação diante dos resultados.
 
 
A Oração não é uma fuga da realidade, tão pouco delegar a Deus responsabilidades que são próprias de cada criatura. É antes de tudo compromisso.
 
Oração no trabalho como se tudo dependesse de nós e nada de Deus, mas, ao mesmo tempo, esperar tudo de Deus como se nada fosse fruto de nossas atividades, como dizia Maurice Blondeu, grande filósofo cristão e de sólida fé. A Palavra de Deus, por sua vez, é a grande fonte para nossa Oração.
 
No aparente silêncio Deus na verdade nos fala ao íntimo. Alguns Santos e místicos fizeram esta grande descoberta.

Santo Ambrósio, no século IV, assim definiu a Oração:

“A Deus falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os Divinos Oráculos”.

Os Santos Padres nos ensinavam que procurando pela Leitura Sagrada nos encontraríamos meditando, batendo a porta em Oração nos seria aberta pela contemplação.
 
O grande Bispo Santo Agostinho disse:

“Jesus Cristo ora por nós como nosso Sacerdote; ora em nós como nossa cabeça e recebe a nossa oração como nosso Deus. Reconheçamos n'Ele a nossa voz, e em nós a Sua voz”.
 
No século VIII, São João Damasceno via na Oração uma elevação da alma até Deus, em que fazemos o pedido dos bens convenientes.
 
A jovem Teresinha do Menino Jesus assim falou sobre a Oração:
 
“Ela é para mim um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”.
 
Há alguns anos, o Papa Bento XVI nos falou da Oração como a força motriz para o amor ao próximo; amor que por sua vez é a fonte de Oração.
 
Diante de um mundo globalizado, marcado por inúmeros e crescentes desafios, urge que Padre e todos (as) da comunidade redescubram a força, a beleza e a vitalidade da Oração, como sopro revitalizador do Espírito de Deus, que incansavelmente nos renova e reorienta nossos passos, conduz a Sua Igreja na participação da construção do Reino.
 
Como Deus nos fala em Seu aparente silêncio! Aprendamos a fazer silêncio para  podermos escutá-Lo e com Ele dialogarmos numa conversa que nunca termina...
 
É sempre Tempo de Oração! 


PS: Oportuno para refletirmos a passagem do Evangelho de João (Jo 17,20-26)

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