sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Com o Espírito Santo, atentos aos sinais dos tempos

 


Com o Espírito Santo, atentos aos sinais dos tempos

Vinde, Espírito Santo, para que como Igreja sejamos atentos aos sinais dos tempos, tendo como preocupação constante, alguns valores evangélicos que estimulam internamente o atual desenvolvimento histórico.

Vinde, Espírito Santo, e iluminai Vossa Igreja em seu dever permanente de “...examinar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do evangelho, de forma a poder responder, de modo adaptado a cada geração, às permanentes indagações dos homens sobre o sentido da vida presente e futura e sobre suas mútuas relações” (1)

Vinde, Espírito Santo, para que como Igreja tenhamos solicitude com a ascensão das classes trabalhadoras; valorização e  o reconhecimento do papel da mulher na vida pública; promoção da defesa da emancipação dos povos outrora (e sempre) colonizados; a unificação do mundo, com a progressiva socialização dos vários aspectos da vida humana, dos econômicos aos humanos e espirituais. (2) Amém.

 

PS: Fontes da oração: Comentário da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,54-59)- Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1417

(1) Gaudium et Spes n. 4

(2)Fonte - Papa São João XXIII, na Encíclica Pacem in terris

 


Saudade

 


Saudade

“Quem dera minha cabeça se tornasse em água, meus olhos, uma fonte de lágrimas, para eu chorar dia e noite os mortos da filha do meu povo!” (Jr 8,23).

Quero sentir a saudade de Jeremias, por não ser como um choro desconsolado, mas confiante na providência divina, sem nostalgia, acompanhado de uma esperança profunda que o impulsiona na missão. 

Não quero a saudade como apenas expressão da falta ou do vazio que tenha ficado com a partida de alguém que se amou e se amará para sempre. Quero a saudade com o olhar da fé na eternidade, onde, nos céus, poderemos nos encontrar.

Quero a saudade da tristeza suave, que aos poucos vai cedendo lugar à expectativa de um possível reencontro para uma conversa sem pauta, sem começo ou término, a não ser por um compromisso inadiável.

Quero uma outra que nos consuma ao volver nosso olhar para o passado e sem mais a presença física de alguém; mas termos a certeza de que suas palavras, gestos, gostos e quanto mais se diga, estão eternamente presentes.

Quero a saudade assumida com doces lembranças de alguém que deixou um vácuo, por vezes, impreenchível, mas que após lágrimas ardentes, do pranto que olhos umedeceram, sejam secados, porque as carregamos nas entranhas do coração.

Saudades... saudades de alguém, quem delas livre está?

Se sentidas, lágrimas vertidas por dentro ou por fora, é porque valeu a pena. Memorável porque marcou como um selo nossas vidas, perpetuamente.

Doces lembranças que nos impelem. Avancemos!

Em poucas palavras...

 


O desejo do amor verdadeiro

“Estava totalmente vazio de tudo o que fosse espiritual, e sentia-me sem apetite algum pelos alimentos incorruptíveis; não por estar saciado, evidentemente, mas porque, quanto mais vazio, menos desejava o amor verdadeiro” (1)


(1) Santo Agostinho, Confissões, 3, 1, 1

Caminhando pelos vales, campinas e colinas

 


Caminhando pelos vales, campinas e colinas

“Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26)
 
Caminhei por vales, campinas  e colinas pensando em vocês,
Meu pensamento me levou a histórias - minhas ou não.
Depende de quem com elas se identificar, memoravelmente.
Quem se puser a caminhar, ou não, também se lembrará...
 
De alguns lembrei por serem presenças iluminadoras,
pelo conteúdo ensinado, ou pelos laços criados
De amizade - ainda que hoje não cultivada, mas inesquecíveis.
Passa o tempo, mas não se apaga da memória.
 
De outros por me fazerem encantar pela temida disciplina
Da matemática, com suas certezas inquestionáveis,
Passando pelas operações, fórmulas, equações...
Álgebra, Aritmética, Trigonometria... terror ou poesia?
 
Também lembrei de quem soube ensinar com autoridade,
Sem impor ideias, valores, sentimentos, condicionamentos.
Como jardineiros, pacientes em lançar sementes do saber,
Com o puro desejo para nosso crescer, florescer, frutificar.
 
Vem à mente os que ficaram para sempre no coração,
Porque souberam fecundar e polir nosso espírito,
Questionaram e ampliaram nossos horizontes,
Para a necessária fraternidade e promoção do bem comum.
 
Lá no recôndito pouco visitado da mente/memória,
Lembrei dos que souberam ilustrar as faculdades,
Da inteligência, libertando-se e nos libertando,
De uma insana e funesta ignorância, que nos aprisiona.
 
Continuarei caminhando entre vales, campinas e colinas...
Com certeza, haverá muitos outros a serem lembrados.
A eles, nosso reconhecimento, carinho e eterna gratidão.
Mãos aos céus elevadas, ação de graças e súplica: oração.
Amém.
 

Peregrinar na esperança e irradiar luz divina

 


Peregrinar na esperança e irradiar luz divina

Uma súplica luz da passagem da Carta de Paulo aos Efésios:

“Nenhuma palavra perniciosa deve sair dos vossos lábios, mas sim alguma palavra boa, capaz de edificar oportunamente e de trazer graça aos que a ouvem.

Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação.

Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda a espécie de maldade.

Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo” (Ef 4,29-32).

Oremos:

Ó Deus, firmais nossos passos, como peregrinos de esperança, a fim de que jamais sucumbamos à força do pecado, e que, por Vossa infinita bondade, apagueis nossas transgressões e purificai nossos corações, eliminando toda ferrugem de nossa alma.

Afastai de nós toda inclinação para o mal, na vigilância de nossos pensamentos, palavras e ações, para que vivamos plenamente de acordo com a Vossa vontade.

Nós Vos adoramos e pedimos que carreguemos com fidelidade nossa cruz cotidiana, nos passos do Vosso Filho que por Sua gloriosa Cruz, trouxe a salvação para o mundo inteiro, na mais perfeita expressão de misericórdia.

Nós Vos adoramos e glorificamos por meio do Vosso Filho, o Cristo Salvador, Sol nascente e Luz sem ocaso, que ilumina os nossos passos desde o amanhecer, em comunhão com o Santo Espírito. Amém.

"Eterna Chama’'

                                                                 

"Eterna Chama’'

“Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor?
 Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?” (Is 33,14)

Acordei e pensei sobre os meus problemas,
e confesso, tive vontade de fugir.
Minhas forças pareciam ter sumido,
Mas diante de Deus me recolhi.

Para quem se abre ao Santo Espírito,
Os problemas não deixam de existir,
Mas quem conta com a Eterna Chama
Pode vencê-los, sem jamais desistir.

Horas passadas, já era meio-dia,
Sol brilhando, sem sombras de mim,
Também sem o mesmo sentimento,
Que pela manhã fortemente senti.

Já era tarde, sol poente no horizonte,
Como que se despedindo para um novo dia,
Voltando como sempre, ainda que eu não pense,
Assim é o Sol Nascente que sempre vem nos visitar.

Ó Jesus, com o Fogo da Eterna chama, comigo estás,
Tão silenciosamente e docemente sinto Tua presença,
Como presente, o Amor do Pai a me abraçar,
Chama Eterna, meu coração sempre abrasar.

Ó Eterna Chama Divina, ó Divino fogo consumidor,
Tu que me consomes me refazendo,
Me inflamas com Tuas Labaredas Eternas,
Para que não se congelem meus sonhos.

Ó Eterna Chama Divina, ó Divino fogo consumidor,
Não há nada e nenhum problema que possa,
Irremediavelmente, minhas forças exaurir,
Tens a Chama Eterna para meu coração reluzir... 

Tempo de graça e missão

                                                


Tempo de graça e missão

Na sexta-feira da 29ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,54-59), em que Jesus nos alerta para que reconheçamos o tempo em que estamos vivendo.

Urge por-se em constante caminho de conversão, interpretando os sinais de Sua presença, mesmo numa aparente ausência, enquanto aguardamos a Sua vinda gloriosa.

Vivemos, portanto, um tempo favorável de graça e missão, portanto, tempo:

- para celebrar o Deus atuante na história da humanidade;
- de assumir o Mistério da Cruz e da Ressurreição para que se produzam frutos de fraternidade, justiça e solidariedade;

- da presença do Espírito Santo na vida de todos nós;
- de crescimento no amor e na verdade;

- de reconciliação, de construção da paz e de vida nova na edificação do Reino de Deus na história da humanidade;
- de nos comprometermos com os pequenos, pobres, nus, enfermos, presos, nos quais encontramos o próprio Senhor;

- de sermos uma Igreja sinodal, caminhando sempre juntos, em saída, verdadeiramente missionária, como ela é em sua essência;
- de vivermos a vocação profética em tempos sombrios;

de vivermos uma fé ativa, comprometida com a Boa-Nova do Evangelho;
- de mantermos firme esperança divina, porque infinitamente eterna contra toda falta de humana esperança;

- de vivermos uma caridade esforçada, em gestos pequenos e grandes de acolhida, perdão, solidariedade, doação, amor e serviço;
- de sermos enraizados e fundados no Amor de Cristo.

Continuando Sua missão, como discípulos missionários, peregrinando na esperança, vivemos os últimos tempos de acolhida de Sua Palavra como sementes para fecunda germinação do Reino de Deus, vigilantes e orantes na espera do Senhor que virá gloriosamente.

Oremos:

“Deus eterno e todo-poderoso, tornai-nos dispostos a obedecer sempre à vossa vontade e a Vos servir de coração sincero. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG