quarta-feira, 12 de março de 2025

Jesus, o maior sinal do amor de Deus por nós

                                                                    

Jesus, o maior sinal do amor de Deus por nós
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 11,29-32), em que Jesus afirma que nenhum sinal seria dado para que n’Ele cressem, pois Ele é o grande sinal, o Filho do Homem esperado que veio trazer a Salvação para a humanidade.
 
Para melhor compreensão das Palavras de Jesus, voltemo-nos à passagem do Livro de Jonas (3, 1-10), que foi enviado por Deus para pregar a destruição de Nínive, porém Deus desiste de destruí-la , porque o povo se abriu e se converteu à pregação de Jonas.
 
Evidentemente que também nós, hoje e sempre, precisamos nos colocar no itinerário cristão, num caminhar contínuo acompanhado de sincera conversão e fidelidade ao  Senhor, como cristãos que somos:
 
 “Os cristãos foram escolhidos por Deus, não para um privilégio, e sim para um serviço. Fomos escolhidos por Ele para testemunhar uma salvação oferecida a todos...
 
O Senhor está no meio de nós e nos concede quarenta dias para fazermos penitência. Os habitantes de Nínive acolheram a Palavra de Deus e converteram-se. Só podemos proclamar o convite à conversão se pudermos dar testemunho de que ela tem significado para nós”  (1)
 
Voltando à passagem do Evangelho, trata-se de uma alusão de Jesus ao fato que diz que nenhum sinal seria dado a esta geração, a não ser o sinal de Jonas, e Ele, Jesus, é maior do que Jonas (v. 32). É preciso crer na Pessoa e na Palavra de Deus, na escuta e acolhida de Seu Projeto de Vida e Salvação para toda a humanidade.
 
“A fé não se baseia nos milagres, mas na confiança concedida à Pessoa de Jesus. O próprio milagre não seria percebido sem uma fé inicial, que Ele pode confirmar ou reforçar... A rainha do sul e os ninivitas, que aceitaram prontamente a sabedoria de Salomão e a pregação de Jonas, são-nos propostos por Jesus como exemplos de fé e de conversão interior a imitarmos. Acrescente-se uma precisão: hoje, de fato, o cristão é que deve ser no mundo um sinal que seja apelo à conversão.” (2)
 
De fato, o Amor de Deus se revela na Pessoa e missão de Jesus, e em Sua Palavra que, se acolhida no mais profundo de cada de um nós, é sempre um forte apelo de conversão (metanóia):
 
“Também para nós é difícil sair dos nossos esquemas, dos nossos juízos, das nossas condenações sobre nós mesmos (quantas vezes somos o juiz mais desapiedado para conosco próprios!) e acolher a sabedoria tão diferente da de Deus, esse sinal supremo que é a morte e Ressurreição de Cristo, como epifania do grande Amor de Deus para cada homem”. (3)
 
Portanto, trilhar o caminho de conversão requer de nós a multiplicação de gestos de caridade suscitados pela própria caridade, fecundada na fé fundante e geradora de sagrados compromissos, que tornam visível a esperança de uma nova realidade.
 
Neste caminho de conversão, somos levados à renúncia de algo que achamos necessário, e é tão apenas supérfluo, concentramo-nos no essencial, porque mais atentos e abertos à mensagem da Palavra Divina, num diálogo frutuoso, em sincera Oração, que nos leve, inevitavelmente, à atenção e solidariedade aos que mais precisam, e que se encontram perto ou mesmo distantes de nós.
 
A conversão genuína leva à abertura de horizontes novos, porque nos liberta das âncoras de nossas seguranças e nos torna mais disponíveis para o acolhimento da Boa-Nova Pascal de Jesus Cristo.
 
Somente quando nos abrimos à epifania do Amor de Deus, revelada e a nós comunicada por Jesus, abrimo-nos à ação do Santo Espírito, plenificados por Sua presença, pomo-nos no caminho da Salvação, cremos no coração, professamos o que cremos com nossos lábios e testemunhamos com a nossa vida, sempre à luz do Mistério Pascal, Mistério de Morte e Ressurreição, sem jamais prescindir da Cruz, assumida corajosamente, cheios de fé, com o ardor da caridade, o fogo do amor de Deus inflamado em nossos corações.
 
 
 
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 190.
(2) Idem - pág. 191.
(3) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 78.
 


A oração sempre presente em nossa vida

                                                      

A oração sempre presente em nossa vida

“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá.” (Mt 7,7-8)

Uma oração de um autor anônimo, muito nos enriquece nestes dias em que vivemos a Quaresma e nos preparamos para a Semana Santa:

“Quão grandiosa é a oração contínua! É uma fonte inesgotável de virtudes, suscita milagres, revela maravilhas.

É digna de amor, porque faz progredir os santos, afasta a cólera de Deus e provoca o perdão."

A oração torna Deus presente, pois, quando rezamos, não é possível que esteja ausente quem nos ensinou a rezar. Recusaria atender-nos quem nos inspira o desejo de orar?

A oração glorifica o justo, absolve o pecador, expulsa o medo, elimina a tristeza; é alegria na prosperidade, segurança no sofrimento. É o consolo dos aflitos, a saúde dos doentes”

Verdadeiramente, a oração é fundamental na vida do discípulo missionário do Senhor, pois Ele mesmo, muitas vezes e em diversos momentos, retirava-Se para orar. E nos ensinou a mais bela oração do "Pai Nosso".

Do mesmo modo, a oração acompanhe a cada de um nós, em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na angústia e na esperança.

Oremos sempre, com amor e confiança:

"Pai Nosso que estais nos céus..."

Conversão e discipulado

                                                      

Conversão e discipulado

 
Reflexão à luz da passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), em que nos convida a refletir sobre o chamado de Deus e a resposta que devemos dar.
 
Somos interpelados a uma atitude de conversão, indispensável para que possamos acolher bem e frutuosamente a proposta de Salvação de Deus, que se dirige a todos os povos, a todas as nações. Ninguém fica excluído da misericórdia, bondade e ternura de Deus.
 
Vemos a figura de Jonas que, num primeiro momento, recusa a missão, por Deus confiada, de anunciar a conversão dos habitantes de Nínive. Somente num segundo momento é que Jonas aceita a missão, e a conversão dos ninivitas torna-se um modelo de resposta adequada ao chamamento de Deus.
 
Na Profecia de Jonas, temos duas lições: a universalidade do Amor de Deus, que ama os pecadores e quer a sua conversão, e a abertura dos pagãos ao Projeto de Salvação de Deus, o que não necessariamente se deu com o Povo eleito. Mais uma vez contemplamos a lógica divina, que é bondade e misericórdia.
 
A atualidade desta passagem bíblica nos leva a refletir sobre a fragilidade de nacionalismos, racismos, particularismos, exclusivismos, marginalização e atitudes xenofóbicas.
 
Contemplemos o Amor de Deus, testemunhado em sua doação e morte na Cruz, multipliquemos as nossas “trocas de olhares” com o Amado, Jesus, nos levem a dizer sim ao Deus Amante, para que sejamos envolvidos pelo sopro do Amor que nos vem do Divino Espírito.
 
Que nossas “trocas de olhares” com o Amado, Jesus, nos levem a dizer sim ao Deus Amante, para que sejamos envolvidos pelo sopro do Amor que nos vem do Divino Espírito.
 
Que o olhar cheio de Amor e ternura de Deus pela humanidade, tenha de cada de um nós o melhor olhar de quem se sentiu amado, seduzido e por Seu Amor envolvido.
 
É impossível ficar indiferente e insensível ao olhar amoroso de Deus e ao apelo de conversão que Ele nos faz insistentemente.
 
Quanto mais profunda e sincera nossa conversão, mais límpido será o nosso olhar, e mais felizes o seremos.
 
Quanto mais correspondermos ao olhar amoroso de Deus, mais largos horizontes veremos, e um mundo novo vislumbraremos. Esta é a mística do Reino, esta é a mística e o efeito do Amor de Deus em nós. Deus nos ama para nos fazer melhores, realizados.
 
Deus nos ama, e quando nos deixamos envolver por este Amor o tempo tem outro sentido, as coisas que nos cercam também.
 
Reflitamos:
 
- Onde se encontram nossa esperança, confiança e objetivo de nossa vida?
- Sabemos viver intensamente cada momento que Deus nos concede, considerando sua brevidade?
- Os valores do Reino são os valores absolutos em nossa vida?
 
Ser discípulo é viver intensamente envolvido na paixão pelo Reino, inserido e envolvido pelo Amor Trinitário, de tal modo que, seremos peregrinos da esperança envolvidos pela imensa misericórdia divina

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

                                                       

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

Na quarta-feira da primeira semana da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), oportuna para refletirmos sobre a vocação, o chamado que Deus nos faz, esperando nossa resposta: vocação como dom divino e resposta humana.

Jonas foi chamado por Deus  para a pregação da conversão de Nínive, porque a Salvação que Deus oferece se destina a todos os povos (período provável entre 440 e 410 a.C.).

Através desta “ficção didática” da vocação e missão de Jonas, que reluta em aceitar a missão, num primeiro momento, aprendemos sobre o imediato caminho de conversão de Nínive (capital do Império Assírio), que se tornou um modelo de resposta ao chamado e ao apelo de conversão que Deus nos faz em todo o tempo.

Duas lições desta conversão: embora considerados como maus, prepotentes, injustos e opressores, os ninivitas foram mais atentos aos desafios de Deus do que o próprio Povo eleito; e, também, que é preciso superar a visão nacionalista, particularista, exclusivista e xenófoba, que estava em moda e que ainda pode persistir ainda hoje. É preciso que aprendamos sobre a lógica de Deus, que é de bondade, misericórdia, perdão e amor sem limites.

Não é próprio da lógica divina ver os outros como inimigos, que merecem ser destruídos, mas irmãos que precisam ser amados.

Atualíssimas lições, se nos voltarmos para as manchetes dos jornais sobre os últimos acontecimentos destes dias e a própria convivência quotidiana.

Urge que a humanidade aprenda a lógica de Deus; a lógica da misericórdia e bondade divina que ama os bons e os maus: os bons para que perseverem, os maus para que se convertam. Entretanto, é preciso disponibilidade e abertura para a conversão.

Deus não cristaliza o passado de pecado, não se fixa na história do pecado feito, mas nos aponta um futuro de vida nova, desde que saibamos nos questionar no tempo presente, e nos colocarmos em atitude de conversão, de transformação de pensamentos, palavras e atitudes.

Jesus convida a todos os homens e todas as mulheres para integrarem à comunidade do Reino de Deus por Ele inaugurado, bem como também é apresentado um modelo para a forma como os chamados devem escutar, acolher a este chamado.

Nós, Seus discípulos, precisamos estar sempre no  caminho de conversão, que  implica na acolhida da Boa-Nova, com a transformação de mentalidade e comportamentos, assumindo novas atitudes, reformulando os valores que norteiam a própria vida. Trata-se de colocar Deus no centro da existência, e Sua vontade acima de tudo.

Assim fizeram os primeiros discípulos, que tudo largaram e se puseram a seguir o Senhor, o reconheceram como O Messias esperado, que proclama o Reino de Deus, obedecendo algumas exigências:

- A entrada na comunidade do Reino é uma iniciativa do próprio Jesus;

- Trata-se de um chamado categórico, exigente e radical, com total confiança no chamado, sem prometer garantias e sem dar maiores explicações;

- O chamado exige a adesão incondicional à Sua pessoa e à Sua Boa-Nova, pois somente assim o discípulo será uma pessoa nova, que vive no Amor de Deus expresso no amor aos irmãos;

- O chamado exige também uma resposta imediata, total e incondicional: é preciso que se deixe tudo.

Quanto maior a adesão ao Senhor, quanto mais nos sentirmos por Ele seduzidos, maior será nosso compromisso com o Reino, maior será nossa alegria, porque expressão de uma fé cheia de vigor, com a esperança renovada a cada dia, porque também nutridos pelo amor celebrado e derramado em cada Eucaristia.

Viver a vocação é revelar a bondade do Pai, vivendo em plenitude o sentido desta, traduzindo em caridade concreta para com os irmãos e irmãs o sinal de amor expresso na Eucaristia celebrada.

Correspondamos ao que Cristo espera de nós. Sejamos abertos aos apelos de conversão que Ele nos faz, para que com maior disponibilidade e prontidão nos coloquemos a serviço do Reino.

Na verdade, o discípulo é alguém que sentiu olhado pelo Cristo, como Ele olhou bem para Pedro, e este olhar chegou às entranhas de seu coração, que o seduziu por toda a vida, e este amor será declarado quando três vezes mais tarde a Jesus, a fim de que o Senhor lhe confie o cuidado do rebanho.

Sintamo-nos também olhados por Deus, aceitemos olhá-Lo e vê-Lo no Seu Filho Amado, e o nosso coração para sempre seduzido será.



PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal 

Apropriada para a 27ª terça-feira do Tempo Comum (ano ímpar) quando se proclama a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10)

Quaresma: Tempo de recolocar a vida nos trilhos da Salvação

Quaresma: Tempo de recolocar a vida nos trilhos da Salvação

A Igreja nos exorta para que façamos da Quaresma um Tempo oportuno para recolocarmos nossa vida nos trilhos da Salvação.

Quaresma jamais foi, e jamais será, tempo de luto ou de tristeza! 

Quaresma vem do latim quadragésima e lembra, sobretudo, os quarenta anos do Povo de Deus no deserto e os quarenta dias do Senhor no deserto sofrendo as tentações do maligno. É um tempo de quarenta dias vivido na proximidade do Senhor, na entrega a Ele.

Quaresma é tempo:

- abençoado e privilegiado na vida da Igreja de conversão, purificação e glorificação do Senhor;

- de mergulhar corajosamente no infinito mar de misericórdia de Deus;

- de conversão e entrada na prática e na solidariedade de Jesus;

- de caminharmos para a Festa, preparada no coração através da Oração, jejum e esmola;

- da volta confiante ao Senhor; 

- de carregar com fidelidade e coragem nossa cruz de cada dia;

- de aprofundar o desejo de santidade em esforço incansável de conversão, renúncia ao pecado, e de tudo aquilo que nos afasta de Deus; esforçando-nos por uma vida mais intensamente santa;

- de intensa expectativa e inteligente concentração para vivermos intensamente as alegrias da Ressurreição do Senhor;

-  de abrir o coração para a novidade do Evangelho, tendo como centro a Cruz de Cristo, sinal de salvação e reconciliação com a humanidade;

- de renovação da Aliança com Deus;

- da revitalização das promessas do Batismo, para uma inserção mais consciente na vida da comunidade;

- de envolver-se de corpo e alma na libertação das pessoas excluídas e oprimidas, vítimas de tanta corrupção, violência e descaso com a vida;

- de buscar caminhos para valorização da vida que muitas vezes é banalizada, violada, instrumentalizada…

- de abandonar os ídolos e renovar nossa fidelidade ao Deus de Jesus Cristo por meio da escuta da Palavra, intensificando momentos de profunda Oração;

- de se deixar conduzir ao deserto, para que o Senhor nos fale ao coração;

- de rever as linhas de conduta, corrigir os erros de trajetória, aprofundar a unidade entre nós;

- de reconhecer o negativo, a morte, o sofrimento, para vencê-los e superá-los, na Páscoa que se anuncia;

- de subir com Jesus ao monte Tabor e viver na intimidade com Ele, de conhecer Seus desígnios para vivê-los na planície;

de ressuscitar com Cristo se colocando a serviço do Seu Reino;

- de compromisso Fraternidade e a vida: dom e compromisso;

- de ver, sentir compaixão e solidarizar-se com o próximo;

- de compromisso com a Paz bíblica: Plenitude de vida; condições dignas para se viver.

Continuemos nossa caminhada Quaresmal, pois há um longo Itinerário Espiritual a ser percorrido. Estamos apenas no começo, e tenho certeza de que podemos fazer desta a melhor de todas as Quaresmas já vivida. 

Reflexões não nos faltam. Urge colocá-las em prática, e neste sentido, realizar a Campanha da Fraternidade que tem como tema - "FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL", e como lema - "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31)

Seja a semente da fraternidade plantada no terreno fecundo do nosso coração, e regada com o amor mais intenso que devemos viver na Quaresma e em todo tempo.

Cultivemos a esperança de um novo tempo, sinal da Páscoa, anunciada na madrugada da Ressurreição no mais profundo do coração daqueles que creem e que fazem da fé um teimoso compromisso com a dignidade humana para que tenhamos Vida plena! 

Quaresma e sagrados compromissos com a Ecologia Integral (CF 2025)

 


Quaresma e sagrados compromissos com a Ecologia Integral

Celebremos e vivamos a Quaresma como tempo favorável de conversão e penitência, para que bem nos preparemos para a Celebração da Páscoa do Senhor, Mistério de Morte e Ressurreição – “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15), disse Jesus.

Com a Igreja, aprendemos que  a Quaresma não deve ser apenas interna e individual, mas também com dimensão externa e social.

Neste sentido, a Igreja no Brasil realiza todo ano, na Quaresma, a Campanha da Fraternidade (CF) que, longe de esvaziar o sentido quaresmal, dá a ele conteúdo e fecundidade para flores e frutos pascais.

A CF é uma iniciativa concreta para realizarmos ações que dão testemunho de arrependimento e verdadeira conversão nos diversos âmbitos: pessoal, comunitário, eclesial e social.

A CF 2025 tem como Tema  “Fraternidade e Ecologia Integral”, e  como lema “Deus viu que tudo era muito bom (cf. Gn 1,31).

Urge refletir sobre a urgência de cuidar da nossa Casa Comum, promovendo uma Ecologia Integral conectada com a fé cristã, em expressão viva da responsabilidade socioambiental de todos nós.

A CF se realiza tendo como contexto os 10 anos de promulgação da Encíclica Laudato Si’; 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco; a realização COP-30 no Brasil (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025 – este evento é organizado pela ONU, um dos principais do mundo sobre o tema. e inspirado pelas realidades locais que tanto nos desafiam).

Destaco o Objetivo Geral da CF: “Promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.”, com seus objetivos específicos:

1) Reconhecer o caminho percorrido e as ações já iniciadas com a Encíclica ‘Laudato Si’ (LS) e o Sínodo da Amazônia, em vista do seu fortalecimento e continuidade;

2) Denunciar os males que o modo de vida atual impõe ao planeta e que tem gerado uma “complexa crise socioambiental” (LS 135), dado que em nossa Casa Comum “tudo está interligado” (LS 16);

3) Apontar as causas da grave crise climática global, a urgência de alteração profunda nos nossos modos de vida e as “falsas soluções” (LS 54) fomentadas em nome da transição energética;

4) Aprofundar o conhecimento do “Evangelho da Criação” (LS, Cap. II), valorizando a dimensão trinitária da fé cristã e recuperando o horizonte bíblico da aliança universal que envolve todas as criaturas (Gn 8-9);

5) Explicitar a Doutrina Social da Igreja e assumir o compromisso com a conversão integral, para a superação do pecado, em todas as suas manifestações;

6) Vivenciar as propostas do Ano Jubilar em vista de novas relações do ser humano com Deus e suas criaturas, consigo mesmo e com o próximo;

7) Propor a Ecologia Integral como perspectiva de conversão e elemento transversal às dimensões litúrgica, catequética e sociotransformadora do compromisso cristão;

8) Incentivar as pastorais e os movimentos socioambientais, em articulação com outras Igrejas e Religiões, sociedade civil, povos originários e comunidades tradicionais, em vista da justiça socioambiental e da atuação socioeducativa;

9) Promover e apoiar ações efetivas que visem à mudança do modelo econômico que ameaça a vida em nossa Casa Comum;

10) Apoiar os atingidos por catástrofes naturais e as vítimas dos crimes ambientais em sua busca por reparação e justiça;

11) Celebrar os 10 anos da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, acolhendo a ‘Laudate Deum’ e avançando com as temáticas socioambientais que já foram abordadas nas Campanhas da Fraternidade.

Fundamental que multipliquemos espaços e encontros para refletir, rezar e encontrar caminhos para darmos sagrados passos na promoção da Ecologia Integral, no cuidado da sacralidade da vida humana e da Casa Comum.

A Transfiguração do Senhor (IDTQC)

A Transfiguração do Senhor

A passagem do Evangelho da Transfiguração do Senhor,
Quanto deleite encontra nossa alma quando nela medita.
Na montanha, retirados com o Senhor, João, Pedro e Tiago
Que graça e privilégio tiveram, num momento tão marcante.

A Transfiguração é a antecipação do Cristo glorioso,
Que cumpre a Lei e a Profecia, simbolizados por Moisés e Elias,
Um Cristo que a glória alcança, sem fugir do Mistério da Cruz,
Dor, pranto, sofrimento, em fidelidade incondicional até o fim.

Ó dura e crudelíssima Cruz a ser carregada! Pelo peso três quedas,
Com amor e por amor pela humanidade corajosamente assumida,
Para que pelo sangue copiosamente derramado
Fosse pelo Justo dos Justos, eternamente redimida.

A teofania, a nuvem, a voz que diz e ecoa por todo o Universo
E atravessa os séculos e chega até aqui, comigo, neste momento:
“Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que Ele diz!” (cf.Lc 9,35)
Emudecidos por um tempo, para anunciar em todo o tempo.

A Transfiguração do Senhor já é nossa vitória.
Nos momentos difíceis de provação e quedas
Não se entregar jamais, resistir, a cruz carregar,
A glória da eternidade, um dia, poder alcançar.

Como discípulos missionários do Verbo Divino,
A Transfiguração nos convida a cinco verbos conjugar:
Subir, contemplar, escutar, descer e testemunhar.
Que em cada Eucaristia Celebrada, este Mistério se renove. 

Subo a Montanha Sagrada, para o Senhor contemplar,
Para Sua Palavra ouvir e o coração fazer arder.
Nutrido pelo Pão da Eternidade, descer a planície e
No quotidiano Sua Luz anunciar, Seu amor testemunhar. 

Amém!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG