domingo, 2 de fevereiro de 2025

A esperança no Senhor não nos decepciona


 

A esperança no Senhor não nos decepciona

Somos peregrinos da esperança, incansáveis, e não podemos estagnar, tampouco retroceder, pois, como nos falou o Apóstolo - “E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).

Anunciamos e testemunhamos Aquele que é a divina fonte de toda esperança e, na fidelidade a Ele, que  nos chamou não pelos nossos méritos, avançando para águas mais profundas (Lc 5,1-11), atravessando os mares agitados pelos ventos do cotidiano, com seus muitos nomes.

Peregrinos da esperança:

- Voaremos nas asas do Espírito, na busca das coisas do alto, onde habita Deus (cf Cl 3,1-4); e testemunharemos as virtudes divinas que nos movem: fé, esperança e caridade;

- Desabrocharemos, teimosamente, onde nada se pode esperar, assim como Abraão, que esperou contra toda a esperança, acreditou e se tornou pai de muitos povos, conforme lhe fora dito (cf. Rm 4,18);

- Floresceremos na aridez do deserto da cidade, com seus cenários, ora com sua beleza, ora nem tanto assim: flores de solidariedade, amizade, compaixão, proximidade e fraternidade;

- Viveremos a graça de sermos jardineiros do Criador e cuidaremos da Casa Comum, tão vilipendiada por insanos desejos de lucro que se sobrepõem à sacralidade da condição humana, com suas consequências multiplicadas;

- Testemunharemos a graça do batismo, renovando nossas forças na Mesa Sagrada da Palavra e da Eucaristia, Santíssimo Alimento, que nos veio do coração trespassado do Senhor. (Jo 19,31-37). Amém.

Festa da Apresentação do Senhor: Jesus Cristo é a nossa Luz e Salvação (Homilia)

                                                       

Festa da Apresentação do Senhor:
Jesus Cristo é a nossa Luz e Salvação

“Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”
(Lc 2,35)

No dia 2 de fevereiro, celebramos a Festa da apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém: aquela criança é o Menino Deus, é o Messias Libertador tão esperado pelo Povo de Deus, no pleno cumprimento da Lei de Moisés.

Ele veio trazer a Salvação e a luz para todos os povos, na entrega de Sua vida, por amor, totalmente nas mãos do Pai, culminando no Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

De fato, Jesus Cristo viveu em entrega total, desde os primeiros momentos de Sua existência terrena, e nos convida, como discípulos missionários, também assim fazer: uma total entrega de nossa vida nas mãos do Pai, fazendo de nossa existência um dom de amor, um testemunho de compromisso e participação na construção do Reino de Deus.

Na primeira Leitura, a Liturgia nos apresenta a passagem do Livro do Profeta Malaquias (Ml 3,1-4), que nos fala do dia do Senhor, o dia de Sua vinda, em que Deus vai descer ao encontro do Seu Povo para a criação de uma nova realidade.

Malaquias, que significa “o meu mensageiro”, tem um anúncio sobre o Dia do Senhor, uma mensagem de confiança e esperança. Virá o Sol da Justiça. Este Sol é o próprio Jesus que brilha no mundo e insere a humanidade na dinâmica de um mundo novo, que consiste na dinâmica do Reino.

Trata-se do período pós-exílio da Babilônia, uma realidade marcada pelo desânimo, apatia e falta de confiança. O Profeta Malaquias convoca o Povo de Deus à conversão e à reforma da vida cultual, pois vivendo a fidelidade aos Mandamentos da Lei Divina reencontrará a vida e a felicidade. 

Numa situação difícil vivida pelo povo, é preciso viver a espera vigilante e ativa, reconhecendo a presença de Deus que intervém e comunica Sua força e poder. É preciso fortalecer a esperança, vencendo todo medo que paralisa.

De fato, não há nada pior do que situações como esta: o perigo da perda do sentido da vida e o sentimento de que Deus tenha nos abandonado.

O Profeta Malaquias, porém, traz uma mensagem de confiança e esperança: Deus vem sempre ao encontro da humanidade. O Senhor que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, como expressão de seu Amor que não nos abandona, que nos reconcilia e quer criar em nós o bem, porque criaturas amadas Suas somos, desde sempre, obra de Suas mãos.

Também nós somos chamados a viver a dimensão profética de nossa fé, denunciando tudo o que impeça a vida verdadeira, através de uma mensagem de confiança e esperança em Deus que jamais nos abandona.

Na fidelidade ao Senhor, urge testemunhar um Deus cheio de amor e sem limites por nós, atento aos dramas que marcam a caminhada humana, e que não permite que mergulhemos na apatia, imobilismo ou comodismo, mas que sejamos compromissados com o novo céu e a nova terra, onde habitam a verdade, a justiça e a paz.

Como profetas, é preciso intensificar nosso diálogo permanente com Deus, meditando Sua Palavra, na oração e, de modo especialíssimo, na Eucaristia.

Na  segunda Leitura, ouvimos a passagem da Carta aos Hebreus (Hb 2,14-18), escrita por um autor anônimo, que nos apresenta Jesus Cristo, o Sacerdote por excelência, que oferece ao Pai o sacrifício de Sua vida, no serviço do plano Salvador de Deus, através do qual nasce o Homem Novo, livre de toda e qualquer forma de escravidão.

Trata-se, portanto, de uma Carta escrita a destinatários que vivem em situação difícil, expostos a perseguições, e que vivem em ambiente hostil à fé.

Uma situação de desalento e desesperança tomava conta da comunidade a que pertenciam. Daí o iminente perigo da perda do fervor inicial e o ceder às seduções de doutrinas que não são coerentes com a fé transmitida pelos apóstolos.

A Mensagem Catequética: os discípulos devem olhar para a Cruz de Jesus Cristo, interiorizar o seu significado, e a Ele seguir no dom total da própria vida, numa entrega radical e serviço simples aos mais humildes, assim como Ele o fez.

O autor estimula a vivência do compromisso cristão, levando os crentes a crescerem na fé, reavivando o fervor inicial.

Sendo o Cristo o Sumo Sacerdote que nasceu no meio de nós, vestiu a carne mortal, solidarizou-Se com a nossa humanidade, conheceu nossas limitações e fragilidades e Se oferece por nós, todos os que n’Ele creem, assim  deve o Seu discípulo o mesmo fazer: entregar sua vida num contínuo sacrifício de louvor, de ação de graças e de amor.

O discípulo missionário do Senhor é testemunha do amor de Deus, um amor total, ilimitado e incondicional.

Deste modo, carrega sua cruz cotidiana na mesma atitude de Jesus na  solidariedade com os crucificados deste mundo: os que sofrem violência, os que são explorados, os que são privados de sua dignidade:

“Olhar a Cruz de Jesus e o seu exemplo significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a sua vida por amor...”. (1)

Crer no Senhor e testemunhar o amor, pois somente o amor vivido gera a vida nova e nos introduz no dinamismo da vida nova dos Ressuscitados, na comunhão solidária, na alegria e na esperança.

Na passagem do Evangelho (Lc 2,22-40), contemplamos Maria e José que levam o Menino Jesus, depois de quarenta dias do Seu nascimento, para apresentá-Lo no templo, e o testemunho dado por Simeão e Ana.

Normalmente, contemplamos este acontecimento quando rezamos os Mistérios gozosos que na verdade, já trazem em si o germe dos mistérios luminosos, dolorosos e gloriosos.

Simeão, homem justo e piedoso, lá no templo, anuncia a Maria que uma espada lhe transpassaria a alma. Referindo-se a missão d’Aquela Criança, luz das nações, Salvador de todos os povos, causa de queda e reerguimento de muitos.

Simeão e Ana são figuras do Israel fiel, que foi preparado desde sempre para reconhecer e acolher o Messias de Deus: reconhecem n’Aquela criança o Messias Libertador que todos esperavam e O apresentam formalmente ao mundo.

Os Santos Padres da Igreja dizem que, nesta apresentação, Maria oferecia seu Filho para a obra da redenção, com a qual Ele estava comprometido desde o princípio.

Iluminadoras as palavras de São Bernardo  (séc. XII):

“Oferece teu Filho, Santa Virgem, e apresenta ao Senhor o fruto bendito de teu ventre. Oferece, para reconciliação de todos nós, A Santa Vítima que é agradável a Deus”.

Nos braços de Simeão, o Menino Jesus não é só oferecido ao Pai, mas também ao mundo. E Maria é a Mãe da humanidade. O dom da vida vem através de Maria.

Aquele que foi apresentado no templo é a luz do mundo e a  Salvação tão esperada, agora por Ele há de ser realizada, porque veio habitar no meio da humanidade a Luz de Deus enviada ao mundo, redenção da humanidade.

Urge que façamos de nossa vida uma agradável oferenda ao Senhor, lembrando que oferta há de ser um agradável sacrifício, celebrado no altar do Sacrifício do Senhor.

Ofertar nossa vida cotidianamente implica em sacrifícios, constantes renúncias, tomando nossa cruz, e, com serenidade e fidelidade, segui-Lo, até que um dia, possamos fazer da cruz instrumento de travessia para a eternidade, para o céu.

Hoje, ao acolher Jesus como nossa Luz e Salvação, renovamos a alegria e o compromisso de anunciá-Lo e testemunhá-Lo ao mundo.

Concluindo, é tempo de viver a graça do Batismo e testemunhar Jesus Cristo, a nossa Luz e Salvação. É tempo de sermos sal, fermento e luz no coração do mundo.

Deus jamais nos deixará sozinhos na escuridão da noite.
Não há noite eterna para a Fonte de Luz eterna!


Fonte inspiradora - www.dehonianos.org
(1) idem

Em poucas palavras...

 


O Encontro de Simeão, Maria e Jesus

“O ancião toma o Menino nos seus braços,

mas o Menino é o Senhor do ancião;

uma Virgem dá à luz ficando virgem

e adora Aquele mesmo que gerou.” (1)

 

 

(1)Antífona Vésperas da Apresentação do Senhor - Cântico Evangélico – Magnificat (Lc 1,46-55)

 


Em poucas palavras...

                                              


                          “A apresentação de Jesus no templo"

“A apresentação de Jesus no templo (Lc 2,22-39) mostra-O como Primogênito que pertence ao Senhor (Ex 13,2.12-13).

Com Simeão e Ana, é toda a expectativa de Israel que vem ao encontro do seu Salvador (a tradição bizantina designa por encontro este acontecimento).

Jesus é reconhecido como o Messias tão longamente esperado, «luz das nações» e «glória de Israel», mas também como «sinal de contradição».

A espada de dor, predita a Maria, anuncia essa outra oblação, perfeita e única, da cruz, que trará a salvação que Deus «preparou diante de todos os povos».”    (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 529

Em poucas palavras...

                                              


O espírito missionário

“A profetisa Ana, que a Providência quis presente no Templo no momento da apresentação de Jesus, vive em profundidade esse encontro e ‘fala do Menino a tod

os os que esperavam a libertação de Jerusalém’ (Lc 2,38). Cada encontro com Jesus na Eucaristia deve despertar em nós o espírito missionário.” (1)

 

(1)             Lecionário Comentado - Volume  Tempo Comum I - Editora Paulus - pág. 910

A família no Plano de Deus

                                                           

A família no Plano de Deus

“E o Menino crescia e se tornava robusto
e enchia-Se de sabedoria. E a graça
de Deus estava com Ele” (Lc 2,40)

A cena: O quarto Mistério gozoso – Apresentação de Jesus no templo e a purificação de Maria (Lc 2,22-40).

Os pais de Jesus levam o Menino Jesus ao templo e O oferecem ao Senhor, de acordo com as prescrições da Lei do Antigo Testamento.

O Menino Deus já era entregue para o pleno cumprimento da vontade do Seu Pai.

Pela ação do Espírito Santo, dois anciãos (Simeão e Ana) veem realizadas suas esperanças de salvação, profetizam e anunciam Jesus como Luz nas nações.

Maria e José, na escuridão da fé, caminham de surpresa em surpresa, sempre abertos para a vontade de Deus, ouvindo, meditando e guardando tudo no coração.

Para que continuemos a reflexão sobre um acontecimento tão expressivo para nossa fé, ofereço ao leitor um pequeno comentário do Missal Cotidiano Dominical e Ferial (p.184):

“O Filho de Deus nasceu como os outros: esteve no seio de uma mulher e formou-Se nele como as outras crianças.

Durante os anos da chamada ‘vida oculta,’ o período mais longo da Sua existência terrena, Jesus foi crescendo ao ritmo das outras crianças e em condições semelhantes às suas, numa família que, aparentemente, em nada se distinguia das outras.

Recebeu dos Seus pais e do Seu meio ambiente uma educação comparável em todos os aspectos e em todos os campos, à do resto dos jovens de Nazaré.

Com eles, aprendeu, a partir dos Seus primeiros balbucios, as palavras da língua em que, anos mais tarde, haveria de anunciar a Boa Notícia e revelar os segredos do Pai.

Como as outras crianças, foi aprendendo progressivamente e por experiência própria, as dificuldades e as alegrias da vida quotidiana, das quais dão testemunho de maneira especial os exemplos e as comparações usadas nas Suas Parábolas.

Aprendendo com os pais e observando à Sua volta, foi ponderando o valor humano e o peso de eternidade das coisas mais simples, aparentemente insignificantes ou triviais.

E viveu santificando-as antes de ensinar que a fidelidade com as quais se assumem terá a sua recompensa independentemente de qualquer mérito”.

Foi numa família real que o Verbo Se fez Carne; cresceu não apenas em tamanho, força, mas também na sabedoria e graça diante de Deus.

A família, em todo tempo:

- Espaço fundamental para que os filhos aprendam os valores que devem nortear a vida toda (amor, liberdade, fidelidade, justiça, respeito...);

- Imprescindível para que se forme a pessoa, para que esta possa inserir-se na sociedade como um todo, vivendo e estabelecendo relações humanas, justas e fraternas.

E a família que professa a fé no Senhor:

- Como uma pequenina Igreja doméstica, é o espaço vital em que se aprende a viver as virtudes divinas: fé, esperança e caridade, que devem orientar todo nosso viver.

- Todos ao que dela fazem parte devem se revestir de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo (Cl 3, 12-21), dando suporte uns aos outros, no diálogo, na compreensão, no perdão; vivendo a caridade que é o vínculo da perfeição;

- O quanto possível, se encontrar com outras famílias, formando pequenos grupos de reflexão, para que não fiquemos isolados, mas criemos e fortaleçamos os elos de comunhão, fraternidade, solidariedade e mútua ajuda, para que todos cresçamos;

- Criar momentos do encontro para reflexão e Oração em comum, sem jamais se desligar da vida da comunidade, ao celebrar e prolongar o Mistério da Ceia Eucarística, iluminados pela Palavra Divina proclamada.

Tenhamos sempre a graça de aprender e viver as mais belas e divinas lições que a Sagrada Família nos oferece, e assim, imitando suas virtudes, possamos viver com ela na eternidade. Amém.


PS: Oportuno para a Celebração da Festa da Sagrada Família e a Apresentação do Senhor no templo, quando se proclama a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40).

Jesus, um sinal de contradição

                                                            


Jesus, um sinal de contradição

Sejamos enriquecidos pelo comentário ao Evangelho de Lucas, escrito por São Cirilo de Alexandria (séc. V):

“E o que disse de Cristo o profeta Simeão? Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição, visto que o Emanuel é posto para os alicerces de Sião por Deus Pai, sendo uma pedra escolhida, angular e preciosa.

Aqueles, então, que confiaram n’Ele não se envergonharam; mas aqueles que eram descrentes e ignorantes, e incapazes de compreender o mistério a respeito d’Ele, caíram, e foram feitos em pedaços.

Por Deus Pai novamente foi dito em outro lugar: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo, e aquele que crê nela não será confundido; mas aquele sobre quem ela cair, ele será esmagado.

Mas o profeta tranquilizou aos israelitas dizendo: Só ao Senhor chameis de Santo, é a Ele que é preciso respeitar, a Ele que se deve temer. Ele será a pedra de escândalo e a pedra de tropeço.

No entanto, porque Israel não santificou o Emanuel, que é Senhor e Deus, nem estava disposto a confiar n’Ele, tropeçaram em uma pedra por causa da descrença, e ele foi feito em pedaços e caiu. Porém, muitos se reergueram, isto é, aqueles que abraçaram a fé n’Ele.

Por isso mudaram do legalismo para um ofício espiritual; tendo neles um espírito de serviço, foram enriquecidos com aquele Espírito que os torna livres, e que é o Espírito Santo; eles foram feitos participantes da natureza divina, considerados dignos da adoção filial, e de viver na esperança de alcançar a cidade que é do Alto, até mesmo a cidadania, ou seja, o Reino dos Céus.

E pelo sinal de contradição, Ele significa a preciosa Cruz, em nome da qual o sapientíssimo Paulo escreve: para os judeus é escândalo, e loucura para os pagãos. E novamente: Para os que estão perecendo é loucura; porém, para nós que somos salvos, é o poder de Deus para a salvação.

O sinal, portanto, de contradição, se para aqueles que perecem lhes parece ser loucura, todavia, para aqueles que reconhecem o seu poder, ele é salvação e vida.

E Simeão ainda disse à Santa Virgem: Sim, uma espada transpassará a tua alma, significando pela espada a dor que ela sofreria por Cristo, visto que ela trouxe à luz o crucificado; e sem saber que Ele seria mais forte do que a morte, e ressurgiria da sepultura. Ou tu podias imaginar que a Virgem não sabia disso, quando vamos encontrar até mesmo os Santos Apóstolos, então, com pouca fé; pois em verdade o bem-aventurado Tomé, se não introduzisse suas mãos no seu lado após a ressurreição, e sentisse também as marcas dos pregos, iria desacreditar os outros discípulos que lhe diziam que Cristo ressuscitou e tinha-se manifestado a eles.

O evangelista com sabedoria, portanto, para o nosso benefício nos ensina tudo quanto o Filho, feito carne, consentiu padecer por nossa pobreza, suportar em nosso benefício e em nosso favor, para que possamos glorificá-Lo como nosso Redentor e Senhor, nosso Salvador e nosso Deus: por quem e com quem a Deus Pai e pelo Espírito Santo sejam a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Este comentário nos ajuda no aprofundamento do quarto Mistério gozoso: a apresentação do Menino Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-40).

Jesus é apresentado no Templo, e a Maria, Simeão anunciou que uma espada lhe transpassaria a alma (cf. Lc 2,33-35), porque Aquele Menino seria sinal de contradição para o mundo.

O ancião Simeão reconheceu aquela Criança como o Salvador do mundo, e nisto consistiu seu anúncio sobre a espada de dor de Nossa Senhora, numa plena e incondicional obediência à vontade de Deus.

Ela viveu cada momento da vida de Jesus, até o fim, no momento ápice aos pés da Cruz, quando Ele deu a vida por amor de todos nós, e recebeu o Corpo sem vida de Seu Filho.

Mas a fé em Deus, a fez presente junto aos apóstolos mais tarde, ao celebrar com os apóstolos o Mistério da Eucaristia (At 1,12-14).

Oportuna as palavras do Papa São João Paulo II na Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”:   Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos lábios de Pedro, João, Tiago e restantes apóstolos as palavras da Última Ceia: « Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós » (Lc 22, 19). Aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre!” 

Supliquemos a Deus que tenhamos coragem como Maria, na obediência e fidelidade à vontade divina, como discípulos missionários do Senhor, sinal de contradição para o mundo, no carregar de nossa cruz quotidiana. Amém.

  

(1)Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - p.294


PS: Oportuno para a Celebração da Festa da Sagrada Família; Apresentação do Senhor no templo - passagem do Evangelho (Lc 2,22-40).

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