terça-feira, 31 de dezembro de 2024
Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz
Celebrar o Natal: promover a cultura do encontro e da paz
“Em tudo dai graças a Deus”
Amados pelo Senhor, construamos pontes
Amados pelo Senhor, construamos pontes
Início de um dia:
O sol nascente brilha intensamente.
Eu, ao lado do Sol Nascente, Jesus.
Naquela manhã, caminhei com o Senhor pelas ruas e praças,
E vimos muros, cercas e grades que dividem, isolam e,
fragilmente, protegem.
Na mesma manhã, vimos pontes, que distâncias encurtam,
Por sobre rios, mares, vales, ou abismos ou mesmo o nada.
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
Os muros levantados, não apenas nas ruas e praças,
Mas também em muitas casas, distanciando os que nela vivem,
Mergulhados na tela de um celular, ou outro meio,
Como que ilhas que não se encontram, no mar do isolamento.
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
Vimos pontes sendo cuidadosamente restauradas,
Suas bases revigoradas, com a força da Palavra e da Oração,
No silêncio orante do recolhimento dos que na família vivem,
Na busca comum do Deus que fala e gera alegria e comunhão.
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com mesma intensidade.
Vimos pontes construídas pelas comunidades solidárias,
Que a fé, corajosamente, professam para dar asas à esperança,
Inflamadas pelo fogo do Espírito, comprometidas com a fraternidade,
Com gestos de partilha, alegre doação e solidariedade.
Vimos muitos muros sendo levantados tão velozmente,
E muitas pontes destruídas com a mesma intensidade.
Ao término do dia, perguntei ao Senhor o que Ele espera de nós,
Ao que respondeu: “Construam mais pontes e menos muros.
Foi para isto que na Cruz morri, para gerar um mundo novo,
Que nasce do amor vivido, da reconciliação, de uma nova humanidade".
E Ele, olhando em meus olhos, disse-me, com imensa ternura:
“Derruba muros, levanta pontes... “
Isto é o que espero de ti e de quem me segue.
Ao mundo ofereça a fragrância da simplicidade;
a limpidez de olhar para com todos que pelo caminho encontrares.
Tenha pureza de coração e sentimentos mais belos com quem convives.
Renasça em ti o melhor que tenho para te oferecer,
Se em mim confiares e a mim te entregares com amor sem medida,
Com renúncia de ti mesmo, tomando tua cruz e me seguindo.
Tão somente assim serás feliz, me amarás, porque antes te amei,
Construindo pontes que recriam e tornarão presente o Reino de meu Pai”.
O sol já está poente e não mais brilha intensamente.
Eu ao lado do Sol Nascente, Sol que jamais se põe;
que aquece e ilumina meus dias e noites, Jesus.
Fim de um dia.
Igualdade, liberdade e justiça
Igualdade, liberdade e justiça
N’Ele e com Ele, todos os muros caem em ruínas para sempre,
E pontes que criam comunhão são edificadas,
Assim nos fala o Apóstolo aos Gálatas e a nós:
“Todos vós sois um só em Cristo Jesus”. (1)
N’Ele e com Ele, supera-se barreiras e todos os preconceitos,
que nos fazem iguais em dignidade e com sagrados direitos,
com inadiáveis compromissos com a fraternidade, pois
já não há judeu nem grego, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita. (2)
N’Ele e com Ele, alcançamos a autêntica liberdade,
Pois é para a liberdade que Ele nos libertou. (3)
Rompem-se todas as correntes que nos aprisionam:
Já não há mais escravos nem livres, somos iguais. (4)
N’Ele e com Ele, resgate da imagem e semelhança
Do homem e mulher, à imagem de Deus criados,
e não se escrevem mais linhas de machismos e feminicídios
ou quaisquer coisas semelhantes: já “não há homem e mulher”. (5)
“Todos vós sois um só em Cristo Jesus”, repetimos, (6)
Rompem-se nacionalismos radicais segregadores,
Bem como inviabiliza toda forma de dogmatismo,
Seja de expressão religiosa ou cultural.
Setembro e a primavera que se anuncia,
Que venha beleza e o exalar do perfume das flores
E neste ano, iluminados pela Carta de Paulo aos Gálatas,
Empenhos pela igualdade, liberdade e justiça, fortalecidos.*
(1) Gl 3,28
(2) Gl 3,26-28; Cl 3,11)
(3) Gl 5,1
(4) Gl 3,26-28
(5) Gl 3,26-28
(6) Gl 3,28
Olhando pela janela...
A concorrência é desumana e com ela a desigualdade social.
Reina ainda na terra, deploravelmente, o estado da injustiça que clama vingança.
O desafio da fraternidade universal
O desafio da fraternidade universal
Com a passagem da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 2,13-18), refletimos sobre a missão dos discípulos, que são, por sua vez, continuadores da Missão do Senhor, unidos por amor, sem barreiras e divisões, porque estas foram superadas pela vida e missão do Senhor Jesus.
Da prisão, o Apóstolo Paulo escreve aos Efésios, e sua “Carta Circular” é enviada a várias Igrejas da Ásia Menor, através de Tíquico, o portador, por volta dos anos 58/60.
A Carta tem como tema central o que Paulo chama de Mistério do Projeto Divino para o Seu povo, desde a eternidade e o papel de Jesus Cristo neste Projeto: romper os muros que nos separam, formando um só povo.
Responder à proposta de Jesus é passar a integrar a comunidade dos santos, como homens novos, acolhendo e comunicando a salvação que se destina a todos.
É preciso edificar comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
Deste modo, será uma comunidade de irmãos e irmãs que se amam, quebrando as barreiras, vivendo na unidade e na fraternidade universal.
Reflitamos:
- Quais são os muros a serem destruídos dentro e fora da comunidade?
- Quais são as pontes que devemos construir para solidificar a unidade e a fraternidade universal?
- Nossa comunidade deixa-se transformar pela proposta amorosa de Deus?
É preciso construir comunidades que se abram à proposta de Deus, deixando-se transformar por Sua proposta de Amor.
Oportuno que retomemos a Oração Sacerdotal de Jesus, que encontramos no Evangelho de São João (cf. Jo 17).
Oremos:
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis...”
Sementes ou pilares da casa da Paz
Sementes ou pilares da casa da Paz
Se quisermos a Paz é preciso plantá-la.
Se quisermos a paz é preciso no canteiro de nossas casas, bem no coração dos filhos, cultivá-las.
Isto acontece quando pais e mães procuram o Batismo para seus filhos para viverem em contínua adoração a Deus e compromisso inadiável com a paz que começa na família, deverão ser como que "Jardineiros de Deus"!
Os pais são os primeiros catequistas, mestres dos filhos; quer pela palavra, quer pelos exemplos, e serão seus “jardineiros” para sempre.
Quão feliz é a criança que tem em seu coração estas quatro sementes plantadas, que, por sinal, como vemos são exatamente os “pilares” de que nos falava o Papa São João XXIII.
Deste modo, estes “pilares”, são como que sementes a serem plantadas no coração dos filhos: Amor, Verdade, Justiça, Liberdade.
Feliz a criança que contempla seus pais pautando sua vida e relacionamentos:
Pelo Amor que não permite o ódio, rancor, ressentimentos, violência…
Pela Verdade expressa na sinceridade dos atos e sentimentos, da fidelidade, da transparência, da partilha do que acontece.
Somente a Verdade liberta, mas como crerão na verdade se em sua casa houver infidelidade, traição, mentiras, enganos, máscaras?
Pela Justiça testemunhada na responsabilidade, na honestidade, no respeito, no não omitir-se diante do papel a cumprir, no zelo pelo bem e pela fraternidade universal;
Pela Liberdade nas sábias escolhas, na ausência de vícios e qualquer forma de dependência. Na sobriedade diante de tudo e de todos. Liberdade para dizer não àquilo que destrói a vida, sem medo de rótulos, de incompreensões…
Jamais faltem estas preciosas sementes a serem plantadas, assim como não faltem pais e mães jardineiros para esta bela missão de plantar e cuidar do jardim de Deus que começa no coração dos filhos!
Da mesma forma, não faltem filhos abertos e predispostos a acolher e fazer frutificar sementes que trarão frutos de Paz!
PS: A título de conhecimento, a imagem postada é da Casa de Nazaré.