sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

A manifestação do Espírito

                                                    

A manifestação do Espírito

Sejamos enriquecidos por uma das Homilias de um autor espiritual do quarto século, que nos fala da ação do Espírito Santo, para que sejamos plenificados com toda a plenitude de Cristo.

“Todos os que são considerados dignos de se tornarem filhos de Deus e renascerem do alto no Espírito Santo, trazendo em si a Cristo – que os ilumina e os regenera – são guiados de diversos modos pelo Espírito e conduzidos invisivelmente pela graça, tendo no coração a paz espiritual.

Às vezes, desfazem-se em lágrimas e gemidos pela humanidade, pelo gênero humano elevam preces e choram, ardendo de afeto por todos os homens.

Outras vezes, de tal maneira se inflamam pelo Espírito, com tamanho entusiasmo e amor, que, se possível fosse, acolheriam em seu coração todos os homens, sem distinção entre bons e maus.

Entretanto, outros, pela humildade dos seus espíritos, colocam-se abaixo de todos, julgando-se os mais abjetos e desprezíveis.

Por vezes, são guardados pelo Espírito numa alegria inefável.

Ora, eles são como um valente, que, revestido com toda a armadura do rei, desce para o combate e luta contra os fortes inimigos e os vence. Assim o homem espiritual, munido com as celestes armas do Espírito, ataca os adversários e, no fim da peleja, calca-os aos pés.

Ora, em absoluto silêncio, repousa a alma em paz e sossego, entregue unicamente ao gozo espiritual e a uma paz indizível, no perfeito contentamento.

Por vezes, por certa compreensão e sabedoria inefável e conhecimento secreto do Espírito, é instruído pela graça sobre coisas que a língua não consegue dizer.

De outras vezes, é como qualquer outra pessoa.

E assim a graça habita e age de várias maneiras na alma, renovando-a conforme a vontade divina, provando-a de modos diferentes para torná-la íntegra, irrepreensível e pura diante do Pai do céu.

Oremos, então, também nós a Deus, oremos no amor e imensa esperança de que ele nos concederá a celeste graça do dom do Espírito. A nós também o próprio Espírito nos governe e leve a realizar toda a vontade divina e nos restaure com a riqueza de Sua paz a fim de que, conduzindo-nos e fazendo-nos viver sempre mais em Sua graça e progresso espiritual, nos tornemos dignos de alcançar a perfeita plenitude de Cristo, segundo disse o Apóstolo: Para que sejais plenificados com toda a plenitude de Cristo”.

Vivendo a graça do discipulado, experimentamos constantemente a ação e presença do Espírito, como nos descreve o autor.

Supliquemos que o Espírito venha sempre em socorro de nossa fraqueza.

Com o Espírito Santo, na fidelidade ao Senhor e à Boa-Nova que Ele nos comunicou, como Igreja, participaremos da construção do Reino de Deus.

Em poucas palavras...

 


O espírito missionário

“A profetisa Ana, que a Providência quis presente no Templo no momento da apresentação de Jesus, vive em profundidade esse encontro e ‘fala do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém’ (Lc 2,38). Cada encontro com Jesus na Eucaristia deve despertar em nós o espírito missionário.” (1)

 

(1)             Lecionário Comentado - Volume  Tempo Comum I - Editora Paulus - pág. 910

Festa da Apresentação do Senhor: Simeão e Ana contemplaram e testemunharam o Salvador (02/02)

                                                           

Festa da Apresentação do Senhor:
Simeão e Ana contemplaram e testemunharam o Salvador

Aquele dia memorável entrou para sempre na história da humanidade e da Salvação de todos nós: a apresentação do menino Jesus no Templo de Jerusalém, por Maria e José, a fim de se cumprir o que era previsto pela Lei do Senhor.

Uma apresentação acompanhada da oferta feita pelos pobres: um par de rolas ou dois pombinhos, como era previsto na Lei.

Contemplando a cena narrada pelo Evangelista Lucas (Lc 2,22-40), encontramos duas presenças fundamentais: Simeão e Ana.

Eles representam o Povo de Israel fiel, que esperava ansiosamente a libertação e a restauração do reinado de Deus sobre o Seu Povo.

Simeão, um homem justo e piedoso, como nos fala Lucas, com quem estava o Espírito Santo, e a ele havia anunciado que não morreria antes de ver o Salvador. E assim se cumpriu a promessa: teve diante de si o Menino Deus, o Salvador esperado.

Foi movido pelo Espírito que Simeão foi ao Templo, e são para sempre suas palavras, que penetraram profundamente na alma de Maria e de José, ao acolher e bendizer a Deus:

“Agora, Senhor, conforme a Tua promessa, podes deixar Teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do Teu povo Israel” (Lc 2,29). Palavras que trouxeram a admiração de Maria e José.

E em seguida, Simeão dirigindo-se a Maria, a Mãe de Jesus, disse:

“Este Menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma” (Lc 2,35).

Com estas palavras, temos a revelação da universalidade da Salvação de Deus para todos os povos, independentemente de raça, cultura, fronteiras e esquemas religiosos, e ao mesmo tempo, pré-anunciam o “drama da Cruz”.

Ana, como nos descreve Lucas, uma profetisa, filha de Fanuel, da tribo de Aser; de idade muito avançada (oitenta e quatro anos); e quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o seu marido, e depois ficara viúva.

Diz-nos o Evangelista que ela não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações.

Ao chegar e ver o Menino Jesus, pôs-se a louvar a Deus e falar d’Ele a todos que esperavam a libertação de Jerusalém (Lc 2,37-38).

Ana é uma figura do Israel pobre e sofredor (“viúva”, que se manteve fiel ao Senhor, esperando a salvação de Deus, e assim viu se cumprir ao ver o Menino Jesus.

Simeão e Ana são a revelação de um Povo esperançoso nas promessas de Deus fiel à sua Aliança, e realizador de Suas promessas:

“Mesmo quando não se vê o modo de sair de uma crise, quando Deus parece mais longínquo, talvez esquecido de nós, eis que Ele vem ao Templo, numa figura frágil, de um Menino, ‘sinal de contradição’, mas também, e, sobretudo, sinal de redenção, de libertação para todos os que ainda ousam crer e esperar num mundo segundo a ordem de Deus, em que a ‘sabedoria’ e a ‘graça’ que habitavam a Pessoa de Jesus possam ser os fundamentos de uma ‘civilização do amor’”. (1)

Simeão e Ana, encontramos em nossas comunidades. São todos aqueles/as que vivem dia pós dia a graça do batismo, irradiando a luz divina e contribuindo para que sejamos uma Igreja missionária, misericordiosa, que apresente ao mundo uma mensagem de vida e esperança.

São todos aqueles/as que cultivam no coração e se comprometem com um novo céu e uma nova terra, na fidelidade aos Mandamentos divinos, vivendo o amor de Deus e o amor ao próximo, pois são amores inseparáveis por toda a eternidade.

São todos aqueles/as que não se dobram diante de ídolos ou ideologias que passam, mas cultivam com zelo a semente da fé, esperança e caridade no coração, para frutificar em sagrados frutos do Reino.

São todos aqueles/as que têm coragem de renunciar a si mesmo, tomando a cruz de cada dia, põem-se a caminho, vivendo o Mistério Pascal, com maturidade e serenidade, pois sabem em quem confiam.

São todos aqueles/as que assumem a graça de edificar uma Igreja, comprometidos com a ação evangelizadora, vivendo e edificando comunidades, como uma casa com pilares que dão solidez e jamais serão derrubadas por ventos e tempestades, como nos falou Mateus (Mt 7,25).

São todos aqueles/as que se deixam iluminar e guiar pela Palavra de Deus; alimentam-se do Pão de Eternidade, o Pão da Eucaristia; envolvidos pelo amor de Deus, e deste, verdadeiras testemunhas, no incansável combate da fé, em permanente ação missionária.



(1)         idem

Festa da Apresentação do Senhor: Jesus, a luz e Salvação de todos os povos

                                                      

Festa da Apresentação do Senhor:                  
Jesus, a luz e Salvação de todos os povos

Celebramos dia 02 de fevereiro, a Festa da Apresentação do Senhor, e sejamos enriquecidos pelo Sermão do Bispo São Sofrônio (séc. VII).

“Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o Mistério do encontro do Senhor, corramos para Ele cheios de entusiasmo. Ninguém deixe de participar deste encontro, ninguém recuse levar Sua luz.

Acrescentamos também algo ao brilho das velas, para significar o esplendor divino d’Aquele que Se aproxima e ilumina todas as coisas; Ele dissipa as trevas do mal com a Sua luz eterna, e também manifesta o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro com Cristo.

Do mesmo modo que a Mãe de Deus Virgem imaculada trouxe nos braços a verdadeira luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados pelo Seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos prontamente ao encontro d’Aquele que é a verdadeira luz.

Realmente, a luz veio ao mundo (Jo 1,9) e dispersou as sombras que o cobriam; o Sol que nasce do alto nos visitou (Lc 1,78) e iluminou os que jaziam nas trevas. É este o significado do Mistério que hoje celebramos.

Por isso caminhamos com lâmpadas nas mãos, por isso acorremos trazendo as luzes, não apenas simbolizando que a luz já brilhou para nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos virá no futuro.

Por este motivo, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus. Chegou a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo ser humano (Jo 1, 9). Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.

Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes. Iluminados, por este fulgor, vamos todos ao Seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna.

Associemo-nos a sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz, que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do Seu esplendor.

A Salvação de Deus, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence, a nós que somos o novo Israel.

Também fez com que víssemos, graças a Ele, essa Salvação e fossemos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa. Assim aconteceu com Simeão que, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.

Também nós abraçando, pela fé, a Cristo Jesus que nasce em Belém, de pagãos que éramos, nos tornamos povo de Deus – Jesus é, com efeito, a Salvação de Deus Pai – e vemos com nossos próprios olhos o Deus feito homem.

E porque vimos a presença de Deus, e a recebemos, por assim dizer, nos braços do nosso espírito, somos chamados de novo Israel. Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca esquecermos d’Aquele que um dia há de voltar.” (1).

Este Sermão sacia nossa sede de Deus e também ilumina nossa caminhada de fé com a Luz do Senhor, que é clara e eterna.

Como disse o Bispo:

“... Ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Recebamos nos braços do nosso espírito o Salvador, a Luz das nações.”

Com o feliz Simeão, digamos:

“Agora, Senhor, deixai o Vosso servo ir em paz, segundo a Vossa Palavra. Porque os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória de Vosso povo de Israel (Lc 2,29-32).”

Com o Salmista também digamos:

“O Senhor é a minha luz e a minha salvação, de quem eu terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida: frente a quem eu temerei?” (Sl 27)

Tendo acolhido Jesus como nossa Salvação e nossa Luz, é tempo de sermos, no coração do mundo, sal e luz.

Deus jamais nos deixará sozinho na escuridão da noite. 
Não há noite eterna para a Fonte de Luz eterna!


(1) Liturgia das Horas Vol. III - pág. 1236/7

Festa da Apresentação do Senhor: "Salve, mãe da alegria celeste"

                                                          


Festa da Apresentação do Senhor:
"Salve, mãe da alegria celeste"

Rezemos com o Hino do Bispo São Sofrônio à Santíssima Virgem:

“Salve, mãe da alegria celeste;
Salve, tu que alimentas em nós um gozo sublime;

Salve, sede da alegria que salva;
Salve, tu que nos ofereces a alegria perene;

Salve, místico lugar da alegria inefável;
Salve, campo digníssimo da alegria inexprimível.

Salve, manancial bendito da alegria infinita;
Salve, tesouro divino da alegria sem fim;

Salve, árvore frondosa da alegria que dá vida;
Salve, mãe de Deus, não desposada;

Salve, Virgem íntegra depois do parto;
Salve, espetáculo admirável, mais alto que qualquer prodígio.

Quem poderá descrever o seu esplendor?
Quem poderá contar o seu mistério?
Quem será capaz de proclamar a sua grandeza?
Você adornou a natureza humana.
Você superou as legiões angélicas,
Você superou toda criatura, 
Nós a aclamamos: Salve, cheia de graça!”

Salve Rainha mãe de misericórdia...

Festa da Apresentação do Senhor: Jesus Cristo é a nossa Luz e Salvação (02/02)

                                                       

Festa da Apresentação do Senhor:
Jesus Cristo é a nossa Luz e Salvação

“Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”
(Lc 2,35)

No dia 2 de fevereiro, celebramos a Festa da apresentação do Senhor no Templo de Jerusalém: aquela criança é o Menino Deus, é o Messias Libertador tão esperado pelo Povo de Deus, no pleno cumprimento da Lei de Moisés.

Ele veio trazer a Salvação e a luz para todos os povos, na entrega de Sua vida, por amor, totalmente nas mãos do Pai, culminando no Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

De fato, Jesus Cristo viveu em entrega total, desde os primeiros momentos de Sua existência terrena, e nos convida, como discípulos missionários, também assim fazer: uma total entrega de nossa vida nas mãos do Pai, fazendo de nossa existência um dom de amor, um testemunho de compromisso e participação na construção do Reino de Deus.

Na primeira Leitura, a Liturgia nos apresenta a passagem do Livro do Profeta Malaquias (Ml 3,1-4), que nos fala do dia do Senhor, o dia de Sua vinda, em que Deus vai descer ao encontro do Seu Povo para a criação de uma nova realidade.

Malaquias, que significa “o meu mensageiro”, tem um anúncio sobre o Dia do Senhor, uma mensagem de confiança e esperança. Virá o Sol da Justiça. Este Sol é o próprio Jesus que brilha no mundo e insere a humanidade na dinâmica de um mundo novo, que consiste na dinâmica do Reino.

Trata-se do período pós-exílio da Babilônia, uma realidade marcada pelo desânimo, apatia e falta de confiança. O Profeta Malaquias convoca o Povo de Deus à conversão e à reforma da vida cultual, pois vivendo a fidelidade aos Mandamentos da Lei Divina reencontrará a vida e a felicidade. 

Numa situação difícil vivida pelo povo, é preciso viver a espera vigilante e ativa, reconhecendo a presença de Deus que intervém e comunica Sua força e poder. É preciso fortalecer a esperança, vencendo todo medo que paralisa.

De fato, não há nada pior do que situações como esta: o perigo da perda do sentido da vida e o sentimento de que Deus tenha nos abandonado.

O Profeta Malaquias, porém, traz uma mensagem de confiança e esperança: Deus vem sempre ao encontro da humanidade. O Senhor que veio, vem e virá sempre ao nosso encontro, como expressão de seu Amor que não nos abandona, que nos reconcilia e quer criar em nós o bem, porque criaturas amadas Suas somos, desde sempre, obra de Suas mãos.

Também nós somos chamados a viver a dimensão profética de nossa fé, denunciando tudo o que impeça a vida verdadeira, através de uma mensagem de confiança e esperança em Deus que jamais nos abandona.

Na fidelidade ao Senhor, urge testemunhar um Deus cheio de amor e sem limites por nós, atento aos dramas que marcam a caminhada humana, e que não permite que mergulhemos na apatia, imobilismo ou comodismo, mas que sejamos compromissados com o novo céu e a nova terra, onde habitam a verdade, a justiça e a paz.

Como profetas, é preciso intensificar nosso diálogo permanente com Deus, meditando Sua Palavra, na oração e, de modo especialíssimo, na Eucaristia.

Na passagem da  segunda Leitura, ouvimos a passagem da Carta aos Hebreus (Hb 2,14-18), escrita por um autor anônimo, que nos apresenta Jesus Cristo, o Sacerdote por excelência, que oferece ao Pai o sacrifício de Sua vida, no serviço do plano Salvador de Deus, através do qual nasce o Homem Novo, livre de toda e qualquer forma de escravidão.

Trata-se, portanto, de uma Carta escrita a destinatários que vivem em situação difícil, expostos a perseguições, e que vivem em ambiente hostil à fé.

Uma situação de desalento e desesperança tomava conta da comunidade a que pertenciam. Daí o eminente perigo da perda do fervor inicial e o ceder às seduções de doutrinas que não são coerentes com a fé transmitida pelos apóstolos.

A Mensagem Catequética: os discípulos devem olhar para a Cruz de Jesus Cristo, interiorizar o seu significado, e a Ele seguir no dom total da própria vida, numa entrega radical e serviço simples aos mais humildes, assim como Ele o fez.

O autor estimula a vivência do compromisso cristão, levando os crentes a crescerem na fé, reavivando o fervor inicial.

Sendo o Cristo o Sumo Sacerdote que nasceu no meio de nós, vestiu a carne mortal, solidarizou-Se com a nossa humanidade, conheceu nossas limitações e fragilidades e Se oferece por nós, todos os que n’Ele creem, assim  deve o Seu discípulo o mesmo fazer: entregar sua vida num contínuo sacrifício de louvor, de ação de graças e de amor.

O discípulo missionário do Senhor é testemunha do amor de Deus, um amor total, ilimitado e incondicional.

Deste modo, carrega sua cruz cotidiana na mesma atitude de Jesus na  solidariedade com os crucificados deste mundo: os que sofrem violência, os que são explorados, os que são privados de sua dignidade:

“Olhar a Cruz de Jesus e o seu exemplo significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a sua vida por amor...”. (1)

Crer no Senhor e testemunhar o amor, pois somente o amor vivido gera a vida nova e nos introduz no dinamismo da vida nova dos Ressuscitados, na comunhão solidária, na alegria e na esperança.

Na passagem do Evangelho (Lc 2,22-40), contemplamos Maria e José que levam o Menino Jesus, depois de quarenta dias do Seu nascimento, para apresentá-Lo no templo, e o testemunho dado por Simeão e Ana.

Normalmente, contemplamos este acontecimento quando rezamos os Mistérios gozosos que na verdade, já trazem em si o germe dos mistérios luminosos, dolorosos e gloriosos.

Simeão, homem justo e piedoso, lá no templo, anuncia a Maria que uma espada lhe transpassaria a alma. Referindo-se a missão d’Aquela Criança, luz das nações, Salvador de todos os povos, causa de queda e reerguimento de muitos.

Simeão e Ana são figuras do Israel fiel, que foi preparado desde sempre para reconhecer e acolher o Messias de Deus: reconhecem n’Aquela criança o Messias Libertador que todos esperavam e O apresentam formalmente ao mundo.

Os Santos Padres da Igreja dizem que, nesta apresentação, Maria oferecia seu Filho para a obra da redenção, com a qual Ele estava comprometido desde o princípio.

Iluminadoras as palavras de São Bernardo  (séc. XII):

“Oferece teu Filho, Santa Virgem, e apresenta ao Senhor o fruto bendito de teu ventre. Oferece, para reconciliação de todos nós, A Santa Vítima que é agradável a Deus”.

Nos braços de Simeão, o Menino Jesus não é só oferecido ao Pai, mas também ao mundo. E Maria é a Mãe da humanidade. O dom da vida vem através de Maria.

Aquele que foi apresentado no templo é a luz do mundo e a  Salvação tão esperada, agora por Ele há de ser realizada, porque veio habitar no meio da humanidade a Luz de Deus enviada ao mundo, redenção da humanidade.

Urge que façamos de nossa vida uma agradável oferenda ao Senhor, lembrando que oferta há de ser um agradável sacrifício, celebrado no altar do Sacrifício do Senhor.

Ofertar nossa vida cotidianamente implica em sacrifícios, constantes renúncias, tomando nossa cruz, e, com serenidade e fidelidade, segui-Lo, até que um dia, possamos fazer da cruz instrumento de travessia para a eternidade, para o céu.

Hoje, ao acolher Jesus como nossa Luz e Salvação, renovamos a alegria e o compromisso de anunciá-Lo e testemunhá-Lo ao mundo.

Concluindo, é tempo de viver a graça do Batismo e testemunhar Jesus Cristo, a nossa Luz e Salvação. É tempo de sermos sal, fermento e luz no coração do mundo.

Deus jamais nos deixará sozinhos na escuridão da noite.
Não há noite eterna para a Fonte de Luz eterna!


Fonte inspiradora - www.dehonianos.org
(1) idem

Festa da Apresentação do Senhor: Criança, um dom precioso do Senhor

                                                   


Criança, um dom precioso de Deus

“E Jesus crescia em tamanho, sabedoria
e graça diante de Deus”  (Lc 2,52)

Naquele dia, aquela Criança era o próprio Deus apresentado no templo:
Jesus, Aquele que salva, o Messias, o esperado, o Cristo, o ungido de Deus.
Tão frágil, tão meigo, ali, com Maria e sob a proteção de José,
Esposo de Maria, guardião do Salvador, cumprindo o prescrito na Lei do Senhor.

Simeão, tendo Jesus em seus braços, bendisse a Deus e exclamou:
“Agora, Senhor, segundo a Vossa Palavra, deixareis ir em paz o Vosso servo,
Porque os meus olhos viram a Vossa Salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos; Luz para Se revelar às nações e glória de Israel, Vosso povo” (Lc 2,29-32).

Ana, que do templo não se afastava, de idade avançada,
Servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações, com alegria transbordante,
Louvava a Deus, e falava d’Aquele Menino com o coração pleno de alegria,
A todos que esperavam a muito a libertação de Jerusalém.

Maria e José, voltando com o Menino para a cidade de Nazaré,
Edificavam a Sagrada Família com laços indestrutíveis e eternos de amor, 
trabalho, Silêncio e oração, fidelidade... Possibilitavam que o Menino Deus
Crescesse e Se tornasse robusto e cheio da sabedoria, porque a graça estava com Ele.

Hoje, diante da comunidade reunida para a Ceia Eucarística,
Também apresentamos esta criança, dom precioso de Deus.
Que, com a proteção de Maria, Mãe de Deus e nossa,
Esta criança tenha todas as possibilidades de crescer e ser feliz.

Que não falte a ela, a semente da Palavra no coração plantada,
Em primeiro lugar, pelos seus pais, primeiros catequistas de seus filhos.
Que não lhe falte o pão de cada dia, para que também cresça
Com saúde, vida, fortaleza de corpo e espírito.

Hoje apresentada na celebração do Banquete da Eucaristia,
Amanhã, não apenas apresentada, mas, pelo Pão de Eternidade,
Participando da Eucaristia, seus pecados serão destruídos,
As virtudes crescerão e a alma será plenamente saciada de todos os dons espirituais. Amém.

PS: Apresentação de uma criança na Missa ou Celebração

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