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“–3 Por Vosso nome,
salvai-me, Senhor;
e dai-me a Vossa justiça!
–4 Ó meu Deus, atendei minha prece
e escutai as palavras que eu digo!
=5 Pois contra mim orgulhosos se insurgem,
e violentos perseguem-me a vida:
não há lugar para Deus aos seus olhos.
–6 Quem me protege e me ampara é meu Deus;
é o Senhor quem sustenta minha vida!
–8 Quero ofertar-Vos o meu sacrifício
de coração e com muita alegria;
– quero louvar, ó Senhor, Vosso nome,
quero cantar Vosso nome que é bom!
–9 Pois me livrastes de toda a angústia,
e humilhados vi meus inimigos!”
O Salmo 53(54),3-6.8-9 é um pedido de auxílio, em que o profeta
reza para escapar, em nome do Senhor, à maldade de seus perseguidores
(Cassiodoro):
“Um
justo perseguido por gente sem fé invoca em sua defesa o nome de Deus. Na
certeza confiante do auxílio divino promete a Deus sacrifícios de ações de
graças.” (1)
Também podemos experimentar situações semelhantes, e a oração do
salmista poderá se tornar nossa, com renovada confiança no Senhor que jamais
nos desampara; de tal modo que tenhamos resistência na tentação, paciência na
tribulação e sentimentos de gratidão na prosperidade.
1) Comentário da Bíblia
Edições CNBB – pág. 770
Livrai-nos,
Senhor, de toda forma de insensatez
“–1 Diz o insensato em seu próprio coração:
‘Não há Deus! Deus não existe!’
–2 Corromperam-se em ações abomináveis,
já não há quem faça o bem!
–3 O Senhor, Ele se inclina lá dos céus
sobre os filhos de Adão,
– para ver se resta um homem de bom senso
que ainda busque a Deus.
–4 Mas todos eles igualmente se perderam,
corrompendo-se uns aos outros;
– não existe mais nenhum que faça o bem,
não existe um sequer!
–5 Será que não percebem os malvados
quanto exploram o meu povo?
– Eles devoram o meu povo como pão,
e não invocam o Senhor.
–6 Eis que se põem a tremer de tanto medo,
onde não há o que temer;
– porque Deus fez dispersar até os ossos
dos que te assediavam.
– Eles ficaram todos cheios de vergonha,
porque Deus os rejeitou.
–7 Que venha, venha logo de Sião
a salvação de Israel!
– Quando o Senhor reconduzir do cativeiro
os deportados de seu povo,
– que júbilo e que festa em Jacó,
que alegria em Israel!"
O Salmo 52(53) retrata a insensatez dos ímpios:
“O
ímpio pensa que Deus não se interessa pelo que se passa no mundo, ao permitir
que prevaleça a lei do mais forte; mas Deus intervém para restabelecer a
justiça. Este Salmo repete quase literalmente o Salmo 14.”(1)
O Apóstolo Paulo retrata
esta realidade pecado, que clama pela justiça e intervenção divina:
“De
fato, não há diferença, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de
Deus” (Rm 3,23).
Urge que confiemos na misericórdia divina, e a Ele supliquemos
para que nos livre de toda e qualquer forma de insensatez. Amém.
(1) Comentário da Bíblia
Edições CNBB – pág. 770
Gloriemo-nos tão somente no Senhor
“–1 Ao maestro do coro. Poema de Davi.
–2
Quando Doeg, o edomita, veio ter com Saul, dizendo:
‘Dai entrou na casa de Abimelec’
–3 Por
que é que te glorias da maldade,
ó injusto prepotente?
=4 Tu planejas emboscadas todo dia,
tua língua é qual navalha afiada,
fabricante de mentiras!
–5 Tu amas mais o mal do que o bem,
mais a mentira que a verdade!
–6 Só gostas das palavras que destroem,
ó língua enganadora!
–7 Por isso Deus vai destruir-te para sempre
e expulsar-te de sua tenda;
– vai extirpar-te e arrancar tuas raízes
da terra dos viventes!
–8 Os justos hão de vê-lo e temerão,
e rindo dele vão dizer:
–9 ‘Eis o homem que não pôs no Senhor Deus
seu refúgio e sua força,
– mas confiou na multidão de suas riquezas,
subiu na vida por seus crimes!’
–10 Eu, porém, como oliveira verdejante
na casa do Senhor,
– confio na clemência do meu Deus
agora e para sempre!
–11 Louvarei a vossa graça eternamente,
porque vós assim agistes;
– espero em vosso nome, porque é bom,
perante os vossos santos!”
O Salmo 51(52) retrata a maldade do caluniador:
“Este
salmo prediz ao caluniador o castigo de Deus e o desprezo dos bons; o ímpio
será erradicado da terra. A verdadeira segurança não está na habilidade humana,
mas em Deus que é nosso refúgio.” (1)
Quem se gloria, glorie-se no Senhor, como lemos na passagem da
Primeira Carta de Paulo aos Coríntios:
“D’Ele
sois em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria,
justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito, ‘quem se gloria,
no Senhor se glorie.” (1 Cor 1,31).
Renovemos nossa confiança no Senhor, e tão somente n’Ele
confiemos, vivendo na fidelidade incondicional, vencendo todas as calúnias e
perseguições. Amém.
(1) Comentário da Bíblia
Edições CNBB – pág. 769
Deus misericordioso, tende piedade de
nós
–3 Tende piedade, ó
meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
–4 Lavai-me todo inteiro do pecado,
e apagai completamente a minha culpa!
–5 Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
–6 Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!
– Mostrais assim quanto sois justo na sentença,
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
–7 Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.
–8 Mas vós amais os corações que são sinceros,
na intimidade me ensinais sabedoria.
–9 Aspergi-me e serei puro do pecado,
e mais branco do que a neve ficarei.
–10 Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
e exultarão estes meus ossos que esmagastes.
–11 Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!
–12 Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
–13 Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
–14 Dai-me de novo a alegria de ser salvo
e confirmai-me com espírito generoso!
–15 Ensinarei vosso caminho aos pecadores,
e para vós se voltarão os transviados.
–16 Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
–17 Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!
–18 Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
–19 Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!
–20 Sede benigno com Sião, por vossa graça,
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
–21 E aceitareis o verdadeiro sacrifício,
os holocaustos e oblações em vosso altar!”
Com o Salmo 50(51)
elevamos uma súplica a Deus – “Tende
piedade, ó meu Deus!”:
“Diante
de Deus o homem reconhece seu pecado e implora perdão. Em sua misericórdia,
Deus lhe dá vida nova, pois não quer a morte do pecador, mas que ele se
converta e viva (Ez 33,11).” (1)
O Apóstolo Paulo nos exorta a renovação e transformação
espiritual:
“É
preciso renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e vestir-vos
do homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e santidade da verdade.” (Ef
4,23-24).
(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág.768
PS: Oportuno completar a reflexão com estes dois textos:
Senhor Bom Jesus, por vezes, e por diversos motivos, internos e
externos, sentimos nossa pequenez e fragilidade.
Que o amor do Pai, cuja face nos revelastes, não nos impeça, em
nossa pequenez e imperfeição, de Vos dar, do melhor modo possível, o testemunho
por palavras e ações.
Vinde em nosso socorro quando nos sentirmos humanamente
perturbados, mas com confiança incondicional em Vossa amável presença.
Aprendamos com o Vosso Apóstolo Paulo que, quando somos fracos é
que então somos fortes, e que operais em nós através da fraqueza humana, para
que rendamos maior glória a Deus.
Dai-nos o Vosso Espírito Santo, para que saibamos que no
sofrimento participamos em Vossa paixão, a fim de participarmos de Sua vida;
que sofrendo, comunicamos vida aos outros e completamos em nossa carne o que
falta a Vossa Paixão por amor à Igreja, o Vosso Corpo.
Com Vosso Espírito, aprendamos que jamais, ao praticar o bem,
nos sentiremos frágeis, e os que praticam o mal têm apenas aparência de fortes,
e estejamos certos de que a verdadeira força somente pode vir de Vós.
Ajudai-nos, ó Bom Jesus, a fim de que, como Igreja sinodal,
caminhemos sempre juntos e aprendamos a viver a vida num mundo que mata as
pessoas e acredita que Deus “morreu”.
Fortalecei nossa ação evangelizadora, para que proclamemos o
amor vencedor de todo ódio, superando a violência, promovendo comunhão e
fraternidade, a fim de que a luz divina ilumine toda a escuridão do
mundo.
Ajudai-nos, ó Bom Jesus, para que como peregrinos convosco,
jamais percamos a esperança de um novo céu e uma nova terra, e sejamos eternos
aprendizes da linguagem do Vosso Espírito: a
humildade, a pobreza, paciência e obediência. Amém.
PS: Oração para o 238º Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
- 2025
Santifiquemos
o nome do Senhor
"Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome..."
Aprofundemos
a oração do Senhor, o “Pai Nosso”, com o Tratado de São Cipriano, bispo e mártir (séc. III),
sobretudo quando dizemos “Santificado seja o Vosso nome”.
“Quanta
indulgência do Senhor, quanta consideração por nós e quanta riqueza de bondade
em querer que realizássemos nossa oração, na presença de Deus, chamando-o de
Pai, e que, da mesma forma que Cristo é Filho de Deus, também nós recebamos o
nome de filhos de Deus.
Nenhum
de nós ousaria chamá-lo Pai na oração, se Ele próprio não nos permitisse orar
assim. Irmãos diletíssimos, cumpre-nos ter sempre em mente e saber que, quando
damos a Deus o nome de Pai, temos de agir como filhos: como a nossa alegria
está em Deus Pai, também Ele encontre Sua alegria em nós.
Vivamos
quais templos de Deus, para que se veja que em nós habita o Senhor. Não seja a
nossa ação indigna do Espírito, pois se já começamos a ser espirituais e
celestes, pensemos e façamos somente coisas celestes e espirituais, conforme
disse o próprio Senhor Deus: Àqueles que
me glorificam, Eu os glorificarei e àqueles que me desprezam, os desprezarei.
Também o santo apóstolo escreveu em uma epístola: Não vos possuís, pois fostes
comprados por alto preço. Glorificai e levai a Deus em vosso corpo.
Em
seguida dizemos: Santificado seja o Vosso
nome, não que desejemos ser Deus santificado por nossas orações, mas que
peçamos ao Senhor seja Seu nome santificado em nós. Aliás, por quem seria Deus
santificado, Ele que santifica? Mas já que disse: Sede santos porque Eu sou santo, pedimos e rogamos que nós,
santificados pelo batismo perseveremos no que começamos a ser. Cada dia pedimos
o mesmo. A santificação cotidiana é necessária para nós pois, cada dia,
falhamos e temos de purificar nossos delitos por assídua santificação.
O
apóstolo descreve qual seja a santificação que, pela condescendência de Deus,
nos é dada: Nem fornicadores nem
idólatras, adúlteros, nem efeminados, sodomitas, nem ladrões nem fraudulentos,
nem ébrios, maldizentes, nem usurpadores alcançarão o reino de Deus. Na verdade fostes tudo isto, mas fostes
lavados, fostes justificados, santificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito de nosso Deus.
Diz-nos
santificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus. Oramos
para que esta santificação permaneça em nós. Se o Senhor e nosso juiz advertiu
aquele que curara e vivificara de não mais pecar, para que não lhe adviesse
coisa pior, fazemos este pedido por contínuas orações, suplicamos dia e noite a
fim de que, por sua proteção, nos seja guardada a santificação vivificante que
procede da graça de Deus.” (1)
Seja nossa vida por pensamentos, palavra e ação a santificação
do nome de Deus em todos os momentos.
Deste modo, não podemos rezar a oração que o Senhor nos ensinou
de qualquer modo, sem a devida ressonância em nossa vida.
Seja a nossa oração acompanhada de gestos e compromissos
concretos em favor de nossos irmãos, em relações mais fraternas, e tão somente
assim poderemos a Deus chamar de Pai e o Seu nome santificar. Amém.
(1) Liturgia das Horas - Vol. III - Tempo comum - pág. 324-325