Exultemos pela Vitória do Ressuscitado!
Sejamos enriquecidos por um dos Sermões do Bispo São Máximo de Turim (Séc.V) que nos remete ao glorioso dia da Ressurreição do Senhor e a tudo quanto ela nos alcançou.
“A Ressurreição de Cristo abre a mansão dos mortos, os neófitos da Igreja renovam a terra e o Espírito Santo abre as portas do céu. A mansão dos mortos aberta devolve seus habitantes, a terra renovada germina os ressuscitados, o céu reaberto recebe os que para ele sobem.
O ladrão sobe ao paraíso, os corpos dos Santos entram na cidade santa, os mortos retornam à região dos vivos. E de certo modo, pela Ressurreição de Cristo, todos os elementos são elevados a uma dignidade mais alta.
A habitação dos mortos restitui ao paraíso os que nela estavam detidos, a terra envia ao céu os que foram nela sepultados, o céu apresenta ao Senhor os que recebe em suas moradas. E por um único e mesmo ato, a Paixão do Salvador retira o ser humano das profundezas, eleva-o da terra e o coloca no alto dos céus.
A Ressurreição de Cristo é vida para os mortos, perdão para os pecadores, glória para os Santos. Por isso, o Santo Profeta convida todas as criaturas para a festa da Ressurreição de Cristo, exultando e se alegrando neste dia que o Senhor fez.
A luz de Cristo é um dia sem noite, um dia sem fim. O Apóstolo nos ensina que este dia é o próprio Cristo, quando afirma: A noite já vai adiantada, o dia vem chegando (Rm 13,12). Ele diz que a noite já vai adiantada e não que ela ainda virá, a fim de compreendermos que a chegada da luz de Cristo afasta as trevas do demônio e dissipa a escuridão do pecado; com seu esplendor eterno ela vence as sombras tenebrosas do passado e impede toda a infiltração dos estímulos pecaminosos.
Este dia é o próprio Cristo. Sobre Ele, o Pai, que é o dia sem princípio, faz resplandecer o sol da Sua divindade. Ele mesmo é o dia que assim fala pela boca de Salomão: Fiz brilhar no céu uma luz que não se apaga (Eclo 24,6 Vulg.).
Assim como a noite não pode absolutamente suceder ao dia celeste, também as trevas dos pecados não podem suceder à justiça de Cristo. O dia celeste brilha eternamente, e nenhuma obscuridade pode ofuscar o fulgor da sua luz. Do mesmo modo, a luz de Cristo resplandece e irradia a Sua claridade, e sombra alguma de pecado poderá ofuscá-la, como diz o Evangelista João: E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la (Jo 1,5).
Portanto, irmãos, todos nós devemos alegrar-nos neste santo dia. Ninguém se exclua desta alegria universal, apesar da consciência de seus pecados; ninguém se afaste das Orações comuns, embora sinta o peso de suas culpas.
Por mais pecador que seja, ninguém deve neste dia desesperar do perdão. Temos a nosso favor um valioso testemunho: se o ladrão arrependido alcançou o paraíso, por que não alcançaria o cristão a graça de ser perdoado?”
Exultemos por aquele glorioso dia, pois desde aquele amanhecer nada mais foi como antes.
Não houvesse o Senhor Ressuscitado:
Teria sido a vitória do mal, da traição, do pecado, da crueldade.
A morte teria decretado para sempre sua vitória.
O Projeto de Salvação pelo qual Jesus deu a Vida,
Imenso e tenebroso fracasso seria.
Não houvesse o Senhor Ressuscitado,
A vida eterna por Ele prometida
Teria sido uma promessa vazia e esquecida.
Vazia seria, como bem falou o Apóstolo Paulo;
Vazia a nossa fé, sem conteúdo nossa pregação.
Não houvesse o Senhor Ressuscitado,
Que solidificação de uma fé comprovada e firme teríamos?
Que esperança renovada, se com Ele juntamente morta?
Que amor a viver, se Ele teve uma vida totalmente doada em vão,
Gosto amargo de decepção quem poderia suportar?
Não houvesse o Senhor Ressuscitado...
Mas, Ele Ressuscitou! Exultemos de Alegria!
A Vida venceu a morte, insisto convicto:
O Amor de Deus falou e fala sempre mais alto!
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