De que mais precisamos?
A Liturgia da Palavra do quarto Domingo de Páscoa (ano C), sobretudo a segunda Leitura (Ap 7, 9.14b-17) nos convida a refletir sobre a vitória do Cordeiro Imolado, Vencedor, Juiz e Senhor da História: Jesus Cristo, Aquele que o Seu Sangue derramou pela nossa redenção.
Sangue no qual os mártires, os Santos, vitoriosos, com palmas nas mãos, de roupa branca estão, porque alvejaram suas vestes no Sangue do Cordeiro. São com Ele mais que vitoriosos, porque assumiram o bom combate da fé, completaram a corrida, ofereceram a vida em libação (Tm 4, 6,), hoje se alegram copiosamente diante d’Aquele que é o Princípio e o Fim, que reina sobre tudo e sobre todos: Jesus Ressuscitado, Glorioso, ao lado do Pai, em comunhão com o Santo Espírito.
Glorificamos a Deus em Cristo, que Se fez Cordeiro para ser imolado e lavar-nos com Seu Sangue. Ainda mais, Se faz Pão para nutrir-nos, enquanto caminhamos para a graça de um dia vermos a verdadeira Face de Deus Pai, e para tanto contamos com a força do Espírito Santo.
Assim é Deus que nos ama, nos acompanha e nos fortalece. Oportunas são as palavras do Comentário do Missal deste Domingo do Bom Pastor:
“Imaginamos Deus rico e poderoso, e certamente o é, mas não do modo como pensamos; Sua riqueza não consiste em possuir, mas em dar, em empobrecer-Se; e não usa de Seu poder para impor-Se, mas para Se fazer aceitar.
A liberalidade do Filho manifesta como é o Pai, pobre por excesso de riqueza, transbordante de uma vida que não procura ter para Si, mas que derrama, com liberalidade e sem medida, sobre nós, através de Cristo; de fato, Ele dá Seu espírito sem medida (Jo 3,34).
Como exemplo desta generosidade, diz Paulo: Ele, que não poupou Seu próprio Filho, mas o sacrificou por todos nós, como poderá deixar de nos dar, com Ele, tudo mais? (Rm 8, 32).
Se Deus não recusa sacrificar aquilo que tem de mais caro, o próprio Filho, devemos compreender que Ele não Se poupa a Si mesmo, que, por nós, Se despoja do próprio ser e da própria vida, que Se dá a nós enquanto nos dá Seu filho.” (J. Moingt.)
Continuemos refletindo e contemplando o Ressuscitado, que é o Senhor da História, e cabe a Ele abrir o Livro dos sete selos, livro onde, simbolicamente, se encontra escrita a história humana, como nos fala o Livro do Apocalipse:
“Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer.” (Ap 6, 1-2)
Enriquece-nos conhecer o simbolismo destes selos, que nos fortalecem na fidelidade ao Senhor, no testemunho da fé.
1.o selo – O cavaleiro branco – é Cristo vitorioso, continuamente em combate contra tudo o que escraviza e destrói a humanidade.
2.o selo – O cavaleiro vermelho – simboliza a guerra e o sangue.
3.o selo – O cavaleiro negro – a fome e a miséria.
4.o selo – O cavaleiro esverdeado – a morte, a doença e a decomposição.
5.o selo – O fundo do quadro retrata os mártires que sofrem perseguições por causa de sua fé, e que continuamente clamam a Deus por justiça.
6.o selo – É o grande dia da ira em que se anuncia a intervenção de Deus na história para a destruição do mal.
7.o selo – O Dia do Senhor – a intervenção de Deus acontecida é garantia de libertação definitiva e vida em plenitude.
A Deus todo louvor, toda glória, pois o Ressuscitado está sentado no Trono, é o Pastor que nos conduz para as fontes de água viva, para a posse da plenitude dos bens definitivos, alcance da vida plena e felicidade eterna. Amém. Aleluia!
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