segunda-feira, 22 de abril de 2024

Batizar-se é acolher o Espírito que nos vivifica!

                                                              

Batizar-se é acolher o Espírito que nos vivifica!

“... o Espírito, por sua vez, comunica a
força vivificante que renova nossas almas...”

No Livro sobre o Espírito Santo, de São Basílio, Bispo (Séc. IV), encontramos esta reflexão sobre o Batismo, que nos leva a um aprofundamento sobre os seus efeitos em nossa vida.

“O Senhor que nos concede a vida, estabeleceu conosco a Aliança do Batismo, como símbolo da morte e da vida.

A água é imagem da morte e o Espírito nos dá o penhor da vida. Assim, torna-se evidente o que antes perguntávamos: por que a água está unida ao Espírito?

É dupla, com efeito, a finalidade do Batismo: destruir o corpo do pecado para que nunca mais produza frutos de morte, e vivificá-lo pelo Espírito, para que dê  frutos de santidade.

A água é a imagem da morte porque recebe o corpo como num sepulcro; e o Espírito, por sua vez, comunica a força vivificante que renova nossas almas, libertando-as da morte do pecado e restituindo-lhes a vida.

Nisto consiste o novo nascimento da água e do Espírito: na água realiza-se a nossa morte, enquanto o Espírito nos traz a vida.

O grande Mistério do Batismo realiza-se em três imersões e três invocações, para que não somente fique bem expressa a imagem da morte, mas também a alma dos batizados seja iluminada pelo dom da ciência divina.

Por isso, se a água tem o dom da graça, não é por sua própria natureza, mas pela presença do Espírito. O Batismo, de fato, não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso de uma consciência pura perante Deus.

Eis por que o Senhor, a fim de nos preparar para a vida que brota da Ressurreição, propõe-nos todo o programa de uma vida evangélica, prescrevendo que não nos entreguemos à cólera, sejamos pacientes nas contrariedades e livres da aflição dos prazeres e do amor ao dinheiro.

Isto nos manda o Senhor, para nos induzir a praticar, desde agora, aquelas virtudes que na vida futura se possuem como condição natural da nova existência.

O Espírito Santo restitui o paraíso, concede-nos entrar no Reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos a confiança de chamar a Deus nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna, numa palavra, de receber a plenitude de todas as bênçãos tanto na vida presente quanto na futura.

Dá-nos ainda contemplar, como num espelho, a graça daqueles bens que nos foram prometidos e que pela fé esperamos usufruir como se já estivessem presentes.

Ora, se é assim o penhor, qual não será a plena realidade? E, se tão grandes são as primícias, como não será a consumação de tudo?” 

Como Paulo disse: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17).

Vivamos a graça do Batismo com intensidade,
Não esmoreçamos diante de eventuais dificuldades.
Viver o Batismo exige renovação e vivência da fé,
Se nossa esperança não se concretizar em caridade, nada é!

Batizar-se é acolher a graça do Espírito que nos vivifica...
É-nos concedida, sem mérito, nova vida.
Ó inaudito e maravilhoso Mistério!
Ó Divina Graça por nós não merecida! 
Amém Aleluia!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG