sábado, 13 de janeiro de 2024

“Segue-me”

                                                             

 “Segue-me”

“Enquanto passava, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, 
sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me”
(Mc 2,14)

Ouvimos no sábado da 1ª semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 2,13-17), que nos apresenta Jesus chamando os discípulos para o Seu seguimento.

Não pode ficar contida, retida, aprisionada, a experiência pessoal do encontro com o Senhor, que nos chamou pelo nome, a cada um de um modo, e a cada um em uma determinada hora, envolvidos em nossas atividades, como vemos na passagem do Evangelho.

Num dos “Odes de Salomão” assim lemos: 

“O Senhor deu-Se me a conhecer na Sua simplicidade, na Sua benevolência tornou pequena a Sua grandeza. Tornou-Se semelhante a mim para que eu O acolha, fez-Se semelhante a mim para que eu O revista.

Não me espantei ao vê-Lo, porque Ele é a misericórdia! Ele tomou a minha natureza para que O possa compreender, a minha figura para que não me afaste d’Ele” (1).

Sempre enriquecedoras  estas palavras do Papa Bento XVI:

«No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus Caritas Est, 1).

Nisto consiste a vida do discípulo missionário do Senhor: tendo encontrado o Senhor, torna-se intermediário de um novo encontro para outra pessoa.

Ter encontrado com o Senhor é ter feito a experiência do encontro com a misericórdia feito Carne; Alguém que Se fez próximo de nós, muito mais que possamos compreender, e quer conosco caminhar e fazer-nos discípulos missionários Seus. Ele é a proximidade de cada pessoa e a condescendência para com cada criatura.

Assim haverá de ser sempre o discipulado: encontrar e permanecer com o Divino Mestre, Jesus, deixar-se guiar, permanentemente, por Ele, para que que Ele nos conduza:

No seguimento humilde e quotidiano do Senhor, saboreamos a Sua misericórdia e experimentamos o que é sermos chamados pela pura graça de Deus” (2).

Os primeiros discípulos deram sua resposta, agora é o nosso tempo, a oportunidade de também nos tornamos autênticas testemunhas do Messias, d’Aquele que veio ao nosso encontro.

Elevemos a Deus orações, de modo especial, pelos cristãos leigos e leigas, para que, tendo feito este encontro com Jesus, sejam corajosos intermediários, levando muitos ao encontro com o Senhor, sendo no mundo um instrumento e sinal de esperança, fé e caridade, para que a luz de Deus se irradie mais forte e ilumine os cantos sombrios de nossa história, marcado ainda, pelo pecado, sofrimento, dor  e tantos sinais de morte.


(1)       Lecionário Comentado – Vol. Tempo Comum - Editora Paulus - Lisboa 2011 – p. 57
(2)      Idem – p. 58

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